A medicina sempre foi muito beneficiada pelos avanços das tecnologias, tendo nelas auxílio no tratamento de doenças e prevenção de complicações. Uma grande novidade anunciada recentemente pelos cientistas é a ferramenta de IA desenvolvida na Universidade de Stanford, na Califórnia, capaz de diagnosticar várias condições de saúde, como diabetes tipo 1, HIV e Covid-19. E quer saber a melhor parte? Tudo isso com apenas uma única amostra de sangue.
O estudo foi originalmente publicado na renomada revista Science, em fevereiro de 2025, destacando a importância dessa descoberta para o setor de diagnóstico médico. Agora, o Engenharia 360 compartilha alguns detalhes no artigo a seguir. Confira!
A IA utilizada para o diagnóstico médico
Imagine um exame de sangue tão completo capaz de revelar múltiplas condições de saúde de uma só vez. É isso o que propõem os pesquisadores de Stanford com a sua nova ferramenta de IA. A saber, a nova tecnologia ajudaria a diagnosticar simultaneamente diversas infecções e doenças com base em uma análise de sequências de células imunes em amostras de sangue.
Antes de explicarmos melhor como tudo isso funciona, vale comentar um pouco sobre como o sistema imunológico humano funciona. Pois bem, trata-se de uma máquina complexa e sofisticada, como um supercomputador capaz de registrar um histórico detalhado de todas as doenças e infecções que já enfrentamos. Tais registros ficam armazenados especialmente nas células B e T, dos tipos de glóbulos brancos que possuem um papel muito importante na defesa do nosso organismo.
Resumidamente, as células B produzem anticorpos; já as células T atuam para gerar respostas imunológicas ou para destruir células infectadas. Então, quando uma pessoa fica doente, o número de células B e T podem aumentar significativamente, produzindo receptores específicos em sua superfície, como “chaves” para identificar e combater os “invasores do mal”. À medida que os cientistas decifram o sequenciamento dessa codificação, conseguem entender o histórico das doenças no nosso corpo, como se pudessem ler o “diário do sistema imunológico”.
O funcionamento da nova ferramenta de IA
Os cientistas norte-americanos explicam que a inovação na nova tecnologia está ligada ao uso de sequências genéticas de células do sistema imunológico. De uma maneira muito resumida, eles explicam que puderam sequenciar os genes que codificam os receptores das células. Então, deram essas informações das células do sistema imunológico humano para a IA “ler” rapidamente esse histórico de doenças que enfrentamos. E a tecnologia se mostrou capaz de dar uma visão única da saúde dos pacientes, identificando múltiplas doenças simultaneamente tomando como base padrões associados.
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É impressionante! Em testes, ao examinar milhões de receptores, a IA conseguiu distinguir o que eram indivíduos saudáveis e aqueles com Covid-19, HIV, diabetes tipo 1, lúpus ou que tomaram a vacina da gripe recentemente. Foram 593 participantes do experimento, com a Inteligência Artificial alcançando uma precisão de 0,986 em uma escala de 0 a 1, onde 1 representa a perfeição. É uma precisão bem alta!
“Pegadas” no nosso sistema imunológico
Sabe como a nova ferramenta de IA identificou as doenças nos exames? Pelas “pegadas” em nosso sistema imunológico. Doenças como diabetes tipo 1 e lúpus deixam sinais mais marcantes nos receptores das células T, enquanto infecções virais, como Covid-19 e HIV, são mais evidentes nas células B. Essa combinação de informações permite uma análise mais abrangente e precisa, dando aos médicos uma visão melhor do que está acontecendo no corpo dos pacientes.
O impacto da nova ferramenta no futuro da medicina
Os cientistas de Stanford garante que a ferramenta de IA que eles desenvolveram tem muito potencial, mas que ainda não está pronta para uso clínico - que pena. Ela precisa de ajustes na sua capacidade de análise, podendo, em breve, diferenciar melhor as doenças em estágios diferentes ou até mesmo identificar subtipos de condições, ideal para a proposta de tratamentos personalizados. Isso porque, hoje, essa IA só consegue diferenciar condições com sintomas muito semelhantes.
De todo modo, já podemos vislumbrar um futuro em que usaremos essa ferramenta de IA para identificar nuances em um paciente e adaptar o tratamento de acordo com essas especificidades, algo que exames atuais não conseguem fazer. Os pesquisadores devem trabalhar agora para aprimorar a tecnologia até que ela seja precisa e confiável o suficiente para ser utilizada em larga escala. Melhor ainda se um dia ela for também acessível a todos, não é mesmo?
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Este case é um exemplo de como a IA poderá auxiliar cada vez mais os médicos a tomar decisões informadas para tratar e melhorar a qualidade de vida dos seus pacientes!
Veja Também: Adesivo ajuda regular nível de glicose no sangue de diabéticos
Fontes: Revista Galileu.
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Eduardo Mikail
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