Para nós, amantes da Engenharia (talvez nem tanto durante o sofrimento na faculdade), parece natural pensar no que já existe hoje e que foi construído por engenheiros e engenheiras durante o processo de crescimento do país. Porém, foi um longo caminho para chegar até aqui. Depois de ter falado sobre o surgimento de modo geral, chegou a hora de falarmos sobre o estabelecimento da Engenharia no Brasil.
+ Como surgiu a Engenharia no Brasil?
O Brasil é um país relativamente recente se comparado aos mais antigos da Europa. Porém, quando foi descoberto, a Engenharia ainda não estava tão consolidada, embora muitos engenheiros já existissem e a praticassem (mesmo sem o título).
Acredita-se que a Engenharia começou mesmo no Brasil com a fundação da cidade de Salvador, em 1549, quando as construções eram mais parecidas com construções de verdade que com abrigos temporários. Já no século XVII, com a construção de fortificações e a Engenharia mais voltada para a área militar, começou-se a exigir profissionais habilitados para planejar e executar as obras.
O progresso de Engenharia e ciências afins em Portugal só eclodiu no século seguinte, por iniciativa do rei D. João V. Foi então que alguns engenheiros vieram para o Brasil Colônia colocar seus conhecimentos em prática (o típico “quando eu cheguei aqui, era tudo mato”). Alguns brasileiros foram estudar Engenharia no exterior, enquanto outros aprenderam o ofício por aqui mesmo.
Em terras tupiniquins, os engenheiros portugueses começaram a construir fortificações, igrejas, palácios, conventos, aquedutos e mais obras. O termo “engenheiro” já existia em português para rotular quem fazia fortificações e engenhos bélicos, sendo também comum no exército. Não havia muita distinção, por exemplo, de quem projetava o design de uma construção (como uma igreja, por exemplo). Ou seja, Arquitetura e Engenharia se misturavam.
Ainda, o termo engenheiro servia para quem era dono (ou capataz) de engenho, as instalações onde eram fabricados açúcar, cachaça e outros produtos. Porém, até o século XIX, o engenheiro propriamente dito era o engenheiro militar.
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+ O avanço da profissão
Com a vinda da família real para o Brasil, houve um investimento em novas obras e o profissional da Engenharia teve um papel fundamental. Em 1880, um decreto fixou requisitos para Engenheiros Civis, Geógrafos e Agrimensores. No entanto, a profissão de engenheiro só foi regulamentada em 1933, por meio do Decreto n°23.196, no qual também foram regulamentadas as profissões de arquiteto e agrimensor.
Uma nova regulamentação veio em 1966, com a Lei Federal n°5.194. Essa lei ainda está vigente, apesar de ter alguns pontos incluídos ou substituídos por legislações mais atuais. A popularização do ensino da Engenharia tornou-se cada vez maior, com mais escolas específicas surgindo e com cada vez mais profissionais certificados chegando ao mercado. Ao mesmo tempo, a Engenharia deixou de ser apenas composta pelas “tradicionais” e foi subdividindo-se à medida que a demanda pelos profissionais surgia.
Atualmente, por exemplo, temos 39 tipos de Engenharia. Com as novas tecnologias e recursos surgindo na velocidade em que estão hoje em dia, é bem provável que novas Engenharias apareçam, tendo em vista o objetivo principal de todas elas, que é contribuir para melhorias na qualidade de vida.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.