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O que Elon Musk quer da Amazônia?

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Por: Redação 360 | Em: | Atualizado: 22 meses atrás | 7 min de leitura

Imagem reproduzida de Metro 1

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Em algumas matérias publicadas recentemente aqui, no Engenharia 360, falamos sobre a internet da Starlink, de Elon Musk, que funciona por meio de um kit de aparelhos. Para tudo sair exatamente como esperado, a empresa recomenda a instalação de um aplicativo especial, que ajuda a determinar o melhor local para a instalação da antena que receberá essa internet. Funciona assim: ela envia informações através do vácuo do espaço - se deslocando mais rápido do que em cabos de fibra ótica - que é a tecnologia de internet mais utilizada hoje no Brasil -, e isso faz com que o sistema seja mais acessível a pessoas e locais, como a região da Amazônia brasileira.

Agora, por que a internet da Starlink seria melhor que outras redes de internet transmitidas por satélites? Bem, Elon Musk explica que, diferente dos sistemas por satélites geoestacionários simples que orbitam o planeta, a sua empresa apostou em uma constelação de 4 mil satélites para se mover em baixa órbita da Terra. Nesse caso, consegue-se um tempo de envio e recepção de dados entre usuário e satélite muito menor. E o que tudo isso tem a ver com Brasil? É que o nosso governo assinou um tratado para levar esse tipo de internet para a Amazônia - algo que também já foi noticiado no 360.

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Imagem reproduzida de Head Topics

Visita de Elon Musk no Brasil

Então, no dia 20 de maio de 2022, Elonk Musk pousou no Brasil - mais precisamente no interior de São Paulo. O empresário veio participar de reuniões com outros empresários e autoridades, incluindo o presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Comunicações, Fábio Faria. E qual o motivo da visita? De acordo com o governo brasileiro, é para ajudar no desafio de conectar a Amazônia com o mundo, para que a região seja melhor conhecida e sua exuberância da terra divulgada para outros povos. E como? Usando a tecnologia da Starlink a favor dos brasileiros, conectando 19 mil escolas de áreas rurais e monitorando a floresta.

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Imagem reproduzida de Metro 1

Bem, pelo menos esse é o discurso, a promessa. Isso porque o próprio Musk não deu detalhes de como tudo isso será feito, nem prazo ou valores. Já o nosso presidente, Jair Bolsonaro, salientou que estamos em "fase de namoro" com a empresa. O fato é que, realmente, existe muito desconhecimento da população sobre o que o nosso governo, sozinho, já faz pela região. Ou mesmo, o potencial de alguns serviços que já estão disponíveis para nós. E, por fim, o que falta nessa conta para que as próprias intenções do governo ou de Musk deem certo. Vamos entender?

1. O Brasil já faz monitoramento da Amazônia

O recebimento e processamento de dados sobre perda de floresta já acontece desde 1988, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que é vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. As imagens obtidas via satélite têm um nível de precisão de 95%, segundo o Instituto. Fora que se tem ainda o registro de outras organizações, como Mapbiomas. E, conforme a opinião de especialistas, claro que o serviço de Musk seria bem-vindo, mas não substitui o existente, pois não usa satélites óticos, que não conseguem "enxergar" coisas na superfície, essencial para detectar desmatamentos.

2. A Starlink já opera no nosso país desde 2021

Tem gente que pensou que só depois de ontem é que a Starlink começou a operar no Brasil, mas não é verdade. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), já concedeu o direito de exploração no Brasil de satélite para a empresa via sistema de satélites da SpaceX no ano passado. E a intenção dessa liberação já era para que a tecnologia de Musk pudesse ser explorada não só na Amazônia, mas em todo o território brasileiro até 2027.

Aliás, a saber, a internet via satélite da Starlink já é oferecida neste momento em partes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Para o estado do Rio Grande do Sul e quase todo o Nordeste, a previsão da empresa é de que ele esteja disponível no quarto trimestre de 2022. E que as regiões Norte e Centro-Oeste receberão o serviço no primeiro trimestre de 2023.

3. O Brasil já tem plano de internet para áreas remotas

Desde 2017, existe, via Medida Provisória, um programa de internet brasileiro semelhante ao que Musk propõe. Ele seria destinado para regiões remotas, numa parceria especial com a Telebras e a empresa americana ViaSat Comunicações, utilizando o satélite SGDC-1. De acordo com os parceiros, em cinco anos, já foram quase 9 milhões de beneficiários em 3.055 municípios brasileiros.

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Imagem reproduzida de Revista Galileu - Globo

4. As escolas beneficiadas não têm computadores

As contas da intenção de Musk com a realidade do Brasil ainda não batem. É que, de acordo com pesquisas, uma porcentagem significativa de colégios da região Norte do país - 63% - não têm computadores, nem sequer para uso de funcionários. E, a saber, o total de escolas sem acesso à internet em zonas rurais dentro do nosso território é de 21.119 - 51% no Norte e 77% no Nordeste -, algo muito longe do que a Starlink pode ajudar por hora. Então, Musk não será nosso salvador e é claro que nós vamos precisar, daqui para frente, de mais bons planos de auxílio para a educação!

5. As intenções dos bilionários são duvidosas

Quem chegou até esta parte do texto e acredita que o 360 vai se posicionar contra ou a favor de governo 'A' ou 'B', está enganado. Vamos acreditar - por que é isso que nos resta - que as intenções de todos os nossos governantes são as melhores possíveis. Mas e quanto a intenção dos novos bilionários, como Elon Musk e até Jeff Bezos, com o Project Kuiper, envolvidos nesta dominação espacial? Qual será? Seria mesmo ajudar povos menos favorecidos?

Bem, olha que interessante, nem mesmo a Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos deu ainda o sinal verde para a operação desses equipamentos no espaço. A ressalva é justamente entender quais os retornos que esses empresários buscam ou desejam. Será mesmo ajuda humanitária ou outra coisa? Só o tempo dirá!

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Imagem reproduzida de DCM

Fontes: G1, CNN Brasil.

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