Drones já são praticamente populares entre nós e essa tecnologia acaba de dar mais um passo para ser autônoma: alguns pesquisadores desenvolveram um drone com capacidade de mapear o ambiente ao seu redor usando a ecolocalização.
Os pesquisadores responsáveis pela façanha são engenheiros e matemáticos da Purdue University (nos Estados Unidos). O drone criado por eles possui um alto-falante e quatro microfones. Quando um microfone recebe um eco, a diferença de tempo entre a emissão e a recepção do som é gravada. Com isso, o drone consegue calcular a distância percorrida pelo som após bater em uma parede. O desafio é a classificação precisa dos ecos, que visa garantir que as paredes realmente estão lá.
Em testes, o drone conseguiu mapear de forma precisa as paredes de uma sala e evitar colisões. Ainda, ao verificar cada microfone em relação aos outros, a tecnologia teve sucesso em descartar os falsos positivos, que seriam obstáculos “fantasma”, enquanto voava pela sala.
É um drone, um morcego ou um bat-drone?
Tal tecnologia lembra um morcego porque esses animais se deslocam emitindo ondas sonoras e calculam quanto tempo elas levam para retornar e se houve alguma perturbação no caminho. Uma perturbação pode significar um obstáculo ou algum alimento.
A pesquisa está ligada a dois problemas comuns na engenharia: localização e mapeamento. Eles representam determinar onde você está e a forma do seu ambiente, respectivamente. O trabalho foi publicado do SIAM Journal on Applied Algebra and Geometry.
Mireille Boutin, professora da universidade, afirmou que essa “é considerada uma parte muito abstrata da matemática, mas se aplica a problemas de engenharia muito práticos. Isso mostra o quão pouco clara pode ser a fronteira entre matemática aplicada e abstrata, e que a engenharia é realmente multidisciplinar”.
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Até o momento, a configuração de quatro microfones é suficiente para mapear salas. A ideia dos pesquisadores é aumentar a faixa do microfone para a detecção de objetos menores.
Esse novo tipo de drone pode elevar ao desenvolvimento de melhores câmaras de automóveis e também auxiliar pessoas com deficiência. No caso do carro, ele poderia mapear seus arredores sem se mover. Para pessoas, ele poderia ser transportado, auxiliando na mobilidade pelos ambientes.
Fontes: TechXplore; Futurism.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.