O dia 11 de fevereiro é marcado, desde 2015, para a celebração do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi instituída após uma iniciativa da Unesco e da Organização das Nações Unidas (ONU) para exaltar as profissionais da pesquisa e ciência ao redor do mundo e também para inspirar as novas gerações para profissões e carreiras que estão ligadas à área, ajudando também na desconstrução de estereótipos de gênero.
A astrofísica intergalática brasileira
Prova disso e da urgência de tratar o tema e também incentivar a juventude nestas áreas de saber é Duilia de Mello, um dos maiores nomes da ciência no Brasil. Ela divide sua rotina entre as pesquisas científicas e a propagação da ciência para garotas através da “Associação Mulher das Estrelas”.
Atualmente, Duilia estuda a evolução das galáxias, desde como nascem e evoluem até se formarem como a que habitamos, a Via Láctea. Além disso, se dedica a encorajar garotas e jovens a entrarem nesse universo da ciência por meio do projeto que coordena e já falou para 30 mil crianças e adolescentes.
"É para mostrar para as meninas que a ciência pode ser feita por todas, não é só para gênio e, basta gostar do assunto e se dedicar muito."
Duilia de Mello, cientista brasileira, em entrevista à CNN.
Por meio da associação, já esteve em escolas e empresas brasileiras, para mostrar a importância da pesquisa ser ocupada por mulheres.
“A ciência pode ser feita por todas, não é só para gênio e, basta gostar do assunto e se dedicar muito, que a ciência é uma carreira muito bonita e de muita flexibilidade, que precisa de mais meninas e mais mulheres”, disse a astrofísica à CNN.
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Para ela, é essencial que as meninas saibam que podem fazer ciência e que esta é uma carreira viável, com soluções diferentes para os estudos.
Além disso, Duilia traz no currículo a vice-reitoria e também uma cadeira como professora na Universidade Católica, em Washington (EUA) e atua como colaboradora da Nasa através de um programa da universidade.
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O futuro da ciência nas novas gerações
O exemplo de Duilia é muito rico, no entanto, ele não é o único no país. A doutoranda e mestre em Educação, Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Gabriella Mendes, é fundadora do projeto “Meninas na Ciência-UFRJ”.
O projeto surgiu em 2018 a partir de um incômodo da cientista ao ouvir relato de alunas que se sentiam inferiores aos homens, desde o tratamento em casa até as disciplinas escolares.
“A partir destes relatos, senti necessidade de poder fazer algo a mais, a necessidade imediata de programar ações que visam a promoção da presença das mulheres nos campos de ciência e tecnologia”.
Gabriella Mendes, fundadora do projeto “Meninas na Ciência-UFRJ”, em entrevista à CNN.
Desse modo, ela incentiva as meninas que ainda estão em idade escolar a conhecer várias áreas científicas. Assim, através do incentivo e motivação, a doutoranda quer motivar as novas gerações para que elas acreditem que as mulheres podem ocupar todos os espaços na sociedade e, de acordo com a fundadora, dar visibilidade às mulheres cientistas, novamente quebrando estereótipos e estimulando a reflexão sobre a desigualdade de gênero.
As mulheres e a história científica
São muitas as mulheres que fizeram história na ciência ao redor do mundo. Muitas delas com descobertas que mudaram os rumos de diferentes pesquisas.
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Quando pensamos em nomes de cientistas, um dos primeiros que vem à mente é de Marie Curie, a polonesa que fez tantas descobertas sobre a radiação, cunhando inclusive o termo “radioatividade”, além de descobrir dois novos elementos da tabela periódica: polônio e rádio.
Além dela, a cientista Lise Meitner descobriu o protactínio na tabela periódica e também a fissão nuclear, quando percebeu que átomos de urânio se dividiam em outros átomos ao serem bombardeados com nêutrons.
Já Chien-Shiung Wu, cujo nome na tradução é ‘corajosa heroína’ fez grandes contribuições para a física nuclear do mundo quando refutou um princípio físico e provou que o princípio de conservação de paridade, que determina que partículas simétricas devam se comportar da mesma maneira, não se aplica a todas as partículas.
Vera Rubin confirmou a existência da matéria escura observando a velocidade com que as estrelas giram ao redor de uma galáxia. E quando o assunto é o universo, Cecilia Payne descobriu que tanto o Sol como as estrelas são compostos de hidrogênio e hélio e não a mesma composição da Terra, diferente do que se imaginou por muito tempo.
Quando olhamos para o céu e podemos observar um pouco das 8 mil estrelas que podem ser vistas a olho nu, devemos a Annie Jump Cannon, conhecida como ‘colecionadora de estrelas’, a classificação 50 vezes maior deste número.
Mulheres e o corpo humano
Agora, se pensamos na ciência que se aplica aos seres humanos, Rosalind Franklin foi a cientista que fez grandes descobertas em nível microscópio, conseguindo fotografar o DNA, algo que a permitiu ver que a molécula tinha uma estrutura de dupla-hélice.
Barbara McClintock descobriu a transposição genética, capacidade dos genes de mudarem de lugar no cromossomo e “ligar” e “desligar”, um fenômeno ligado a mutações genéticas e com importante papel na evolução das espécies.
Nettie Stevens descobriu que são os cromossomos X e Y que determinam o sexo de um bebê na hora da concepção, e não a temperatura do ambiente, a alimentação da mãe ou outros fatores externos como se acreditou por muito tempo.
Conhece alguma mulher inspiradora na ciência? Deixe o nome nos comentários!