As rodas gigantes são lindas obras de engenharia e atrações populares em parques de diversão e eventos ao redor do mundo, oferecendo vistas panorâmicas e experiências emocionantes. No Brasil, temos alguns exemplares, como as icônicas rodas do Rio de Janeiro e Balneário Camboriú. Mas já pensou como são compostas essas estruturas, sobretudo como são executadas as suas fundações, considerando todas as cargas?
As rodas gigantes são grandes estruturas redondas que giram lentamente, suportando as cabines com passageiros e resistindo a ação dos ventos e outras intempéries. Por isso, é claro que seu projeto deve ser bem complexo, executado com rigor para garantir estabilidade e segurança. O Engenharia 360 compartilha um pouco sobre o tema no artigo a seguir. Confira!
Composição das estruturas de rodas gigantes
A estrutura de uma roda gigante vai muito além daquela grande roda que vemos girar. Ela completa é composta de várias partes principais. Para começar, o círculo maior, comprimido por raios tracionados responsáveis por tornar a estrutura mais leve e auto equilibrada. Esses aros, juntamente dos braços radiais, conectam o eixo central, distribuem o peso e sustentam as cabines suspensas. E as cabines na borda externa do aro, por sua vez, é onde se sentam os passageiros.
Existem outros componentes das rodas gigantes que não vemos ou não prestamos atenção. Por exemplo, o eixo central e cavalete, que suportam o peso geral e impedem que a roda simplesmente se solte e dispare como uma roda de bicicleta. Tem ainda os motores e engrenagens, que controlam a rotação do sistema. Os inversores, que ajustam a velocidade, aceleração e frenagem. E para finalizar, suportes e fundações, que veremos mais nos tópicos a seguir.
Qual a importância das fundações para estruturas de rodas gigantes?
Os suportes e fundações em rodas gigantes são responsáveis por ancorar todo conjunto ao solo, garantindo sua estabilidade. Essa parte da sua estrutura é bem crítica, pois suporta muito peso, além de cargas dinâmicas geradas pelo movimento e pelo vento. Por isso, é essencial um projeto de sistema de fundação bem planejado e executado!
Tipos de fundações mais utilizadas pela engenharia
Existem vários tipos de fundações que podem ser usadas em estruturas de rodas gigantes. Cada uma tem suas próprias características e vantagens, e podem ser escolhidas a depender do tipo de solo e das condições locais.
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Por incrível que pareça, no passado, os engenheiros chegaram a utilizar as fundações de pedra (como granito e basalto) para construir rodas gigantes, especialmente em solo frágil ou em locais com restrições ambientais, com foco na erosão e fadiga do sistema. É claro que hoje em dia essa alternativa nem é mais cogitada. No lugar, são usadas fundações de aço (como inoxidável e carbono) ou fundações de concreto armado.
O modelo de estaca raiz é a solução mais comum para fundação de roda gigante, sobretudo quando se é preciso lidar com cargas de arrancamento de solo. Nesse caso, as peças são perfuradas profundamente no solo e preenchidas com concreto, proporcionando uma base robusta.
Outra opção para fundação de roda gigante é a utilização de placas de concreto com nervuras. Os engenheiros preferem esse tipo quando o solo apresenta compressibilidade desigual. Nesse caso, são usadas placas de concreto reforçadas com nervuras. Essas nervuras aumentam a rigidez da fundação e ajudam a distribuir as cargas de forma mais uniforme.
Observação: Em terrenos argilosos, por exemplo, é comum o uso de placas com nervuras voltadas para baixo, aproveitando a capacidade do solo de manter paredes verticais.
Exemplos de fundações em rodas-gigantes famosas
- Roda Rica, São Paulo: Com 91 metros de altura, montada sobre base de concreto no subsolo, com reforço de aço fabricado na China e transportado ao Brasil em partes.
- New York Wheel, Nova York: Com cerca de 193 metros de altura, sobre fundação de estrutura de concreto de 45 por 9 metros.
- Ferris Wheel, Gelendzhik, Rússia: Com 75 metros de diâmetro, construída sobre uma fundação de placa contínua de concreto com nervuras - monolíticas longitudinais e transversais, aumentando a resistência e a estabilidade contra deformações.
Desafios de construção das rodas gigantes
Para que um sistema de fundação de roda gigante seja eficaz, é necessário considerar diversos fatores, que vão impactar a escolha do tipo de fundação. A começar pela carga de peso que ela deve suportar mais as cargas dinâmicas geradas pela rotação e pelo vento - que podem causar tensões significativas, exigindo cálculos precisos e materiais de qualidade. Depois, as características do solo (como ser argiloso, ter presença de água subterrânea e atividades sísmicas) e as condições climáticas locais (como tempestades e chuvas fortes).
A escolha dos materiais e a logística de transporte também são críticos. Como na Roda Rico, componentes foram fabricados na China e transportados por navio e caminhão. A montagem de peças tão grandes requer planejamento detalhado e equipamentos de construção especializados.
Antes de tudo chegar ao sítio, é preciso preparar cuidadosamente o terreno, incluindo a remoção de obstáculos e a nivelação da superfície. Já depois da conclusão, será preciso realizar testes e verificações para garantir o máximo de segurança e resistência.
Materiais sustentáveis e energia renovável
Concluímos este texto, falamos sobre o futuro da construção de rodas gigantes. A busca da engenharia por sustentabilidade está levando à utilização de materiais de construção mais ecológicos e métodos de construção que minimizem o impacto ambiental. Isso não é diferente com tais estruturas. Tecnologias de construção verde estão sendo cada vez mais incorporadas nos projetos de rodas gigantes.
Para completar, algumas estruturas de rodas gigantes modernas exploram o uso de energia renovável, como paineis solares e sistemas de geração eólica integrados. Isso não só reduz a pegada de carbono da atração, mas também pode fornecer energia adicional para a rede elétrica local.
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Fontes: GEO Technics, New York YIMBY.
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