Engenharia 360

Sabia que podemos utilizar vegetais nas construções de casas? Descubra quais são eles!

Engenharia 360
por Simone Tagliani
| 03/07/2018 | Atualizado em 03/02/2023 5 min

Sabia que podemos utilizar vegetais nas construções de casas? Descubra quais são eles!

por Simone Tagliani | 03/07/2018 | Atualizado em 03/02/2023

A maioria das edificações brasileiras é erguida em concretos.  Soluções mais antigas foram abandonadas. Mas, arquitetos e engenheiros civis têm apostado nos resultados positivos obtidos pelos estudos envolvendo o uso de vegetais nas construções.

Engenharia 360

A maioria das edificações brasileiras é erguida em concretos.  Soluções mais antigas foram abandonadas. Mas, arquitetos e engenheiros civis têm apostado nos resultados positivos obtidos pelos estudos envolvendo o uso de vegetais nas construções.

A maioria das edificações brasileiras é erguida através de estruturas tradicionais, feitas em concreto, metais e vidros.  Soluções mais antigas foram, em grande parte, abandonadas. E novas ideias estão sendo recebidas com grande resistência por parte dos clientes e empresários. Em contrapartida, arquitetos e engenheiros civis têm apostado nos resultados positivos obtidos pelos estudos envolvendo o uso de vegetais nas construções.

“As pessoas têm absorvido essa preocupação com a sustentabilidade. Os últimos três anos foram a virada nesse sentido. Hoje é difícil ver um arquiteto que não pergunte sobre materiais sustentáveis [para elaborar um projeto].”

– Bernardo Ferracioli, em reportagem de Akatu.

vegetais
Tipo de tijolo fabricado com fibras vegetais. (imagem extraída de Cuauhtemock)

Estudos sobre o uso de vegetais nas construções

Existem várias universidades e pesquisadores independentes que estão desenvolvendo estudos que abordam o uso de vegetais na construção civil. Alguns resultados já obtidos apontam que o investimento nesses tipos de materiais alternativos pode ajudar o setor a melhorar alguns sistemas e baratear custos. A fórmula é simples. Eles são rentáveis porque são viáveis e, ao mesmo tempo, sustentáveis. Mas, claro, ainda é preciso muito mais testes para melhorar sua empregabilidade e aceitação.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Além dos vegetais serem uma opção limpa e econômica para a construção civil eles podem ajudar os seres humanos a diminuírem a emissão de poluentes na camada de ozônio. Também a diminuir a exploração de certas matérias primas danosas ao meio ambiente e à saúde. Essas fontes renováveis, supostamente, iriam substituir os materiais tradicionalmente usados e gerar uma reação em cadeia vantajosa para todas as partes, em especial à natureza.

vegetais
Tipo de telha fabricada com fibras vegetais. (imagem extraída de Indústria Hoje)
vegetais
Tipo de placa de isolamento fabricada com fibras vegetais. (imagem extraída de Portal Acústica)

Veja Também: Carvão vegetal renovável é saída para reduzir gases no Brasil

O volume incalculável de resíduos produzidos e descartados - além de florestas nativas cortadas - todos os dias, são uma das causas para o aquecimento global. A indústria da construção civil é responsável pela maior parcela das emissões de CO2 na atmosfera. Esse é um problema bastante grave que o mundo vem enfrentando. O uso de vegetais para erguer e decorar casas não reverte seus efeitos negativos. Contudo, pode amenizar.

vegetais
Tipo de placa de isolamento com fibras vegetais inserida num sistema "massa-mola-massa". (imagem extraída de Grupo B+)

Como usar vegetais para construir casas?

Apesar de parecer ser uma ideia inovadora, o uso de vegetais na construção civil remete às práticas de civilizações do passado. No Egito Antigo, espécies como o vime eram bastante utilizadas. Em países como China, Japão, Vietnã e Tailândia, o bambu há tempos é empregado em edificações, móveis e utensílios domésticos. No Brasil, até a malva sempre foi muito conhecida e cultivada para este fim.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

vegetais
Revestimento decorativo feito à base de casca de coco. (imagem extraído de IVD)

Pois, na contemporaneidade, o uso de vegetais é mais variado, e pode ser feito de diversas formas. Veja alguns exemplos:

  • O reaproveitamento de cascas e serragem de madeira para a fabricação de blocos e tijolos.
  • O reaproveitamento de fibras do coco para agregar à mistura de fibrocimento, e de sua casca para a fabricação de pastilhas de revestimento.
  • A utilização do sisal em fundações de edifícios e contenção de encostas.
  • A utilização da juta como reforço de concreto pré-moldado.
  • A utilização do cânhamo como isolante térmico.

São outros vegetais utilizados na construção de casas: a cordoalha, a aniagem, o linho, a rami, a curuauá e a folha de bananeira.

vegetais
Sacos de fibras naturais utilizados para erguer estruturas no sistema earthbag. (imagem extraído de Macetes Da Construção em Youtube)

Como utilizar alimentos para construir casas?

Muitos produtos, envolvendo o uso de vegetais para construção e decoração de casas, estão, neste momento, em desenvolvimento - embora ainda em pequena escala. Já é possível conferir no mercado ofertas de empresas para forração de armários, revestimentos de piso ou de parede com matéria-prima vegetal. Mas, será que existem itens consumidos como alimentos que poderiam estar nesta lista? Confira os exemplos a seguir!

Pupunha

vegetais
vegetais
Palmeiras e palmitos. (imagens extraídas de Governo Municipal de Itanhaem em Flickr)

A pupunha é uma espécie de palmeira bastante conhecida, pois é dela que é feita boa parte da extração de palmito, um vegetal que está presente em muitos pratos da culinária brasileira. Geralmente, depois que é cortada, sua casca vai para o lixo ou fica apodrecendo no solo, atraindo fungos e bactérias. Já o seu tronco perde a capacidade de produtividade depois de quinze anos ou ao atingir altura acima do nível de colheita. E todo esse material é muito bonito e resistente. Como resultado, alguns arquitetos estão propondo sua utilização na fabricação de chapas de compensado.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Mamona

vegetais
Mamonas e seu óleo. (imagem extraída de Dica de Musculação)

A mamona é uma planta da família das euforbiáceas. É dela que se derivam alguns dos óleos mais empregados na culinária e também na cosmética. Na Universidade de São Paulo, pesquisadores do setor de Química Analítica e Tecnologia dos Polímeros investigam alternativas para a substituição dos polímeros utilizados em revestimentos de estruturas de concreto. Eles descobriram uma resina de origem da mamona. Parece que, quando aplicada a matrizes cimentícias, ela eleva a resistência dos compostos, garantindo melhor desempenho das estruturas.

Banana

vegetais
Bananeiras (imagem de Luc Viatour em Wikipedia) - https://pt.wikipedia.org/wiki/Musaceae#/media/Ficheiro:Banana_plantation.jpg

A banana também é um composto vegetal que pode ser empregado na construção e na decoração de casas. O refugo da sua cultura gera um volume enorme de resíduos. Depois que os cachos da fruta são colhidos, todo o mais é descartado para decomposição. Infelizmente, às vezes, esse processo também provoca um aumento na proliferação de fungos e da emissão de metano, outro gás causador do efeito estufa. Talvez esse material pudesse ter outro fim.

As fibras da bananeira são resistentes, isolantes e biodegradáveis. Elas são capazes de substituir certos substratos que fazer parte da composição de móveis e revestimentos de paredes e pisos, como o MDF - material derivado da madeira. Mais notável exemplo é o BPV, já utilizado na decoração, arquitetura e construção civil.

vegetais
Placa feita de fibra de bananeira. (imagem extraída de Material Brasil )

Fontes: AkatuEbahBlog Arquitetura InterioresEco Casa.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

LEIA O PRÓXIMO ARTIGO

Continue lendo