Seria um curso de mestrado na Espanha uma opção tão inviável assim? É comum pensarmos que optar por um curso fora é uma opção extremamente inviável, e muitas pessoas não buscam este caminho.
De acordo com estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística), cerca de 13,1 milhões de pessoas no Brasil estão desempregadas. Diante disto, parte destas pessoas em busca de recolocação no mercado de trabalho, procuram um curso de aprimoramento profissional.
E uma pequena parte destas pessoas optam por um curso fora do país. Embora a razão disto é variável, as vezes família, as vezes questões financeiras. São dados imensuráveis.
Minha experiência:
Quando procurei pelo caminho do mestrado fora, eu já tinha procurado diversas opções de cursos de especialização no Brasil. O curso que eu queria precisava de cinco anos de experiência na área.
Agora, me imaginem a mais ou menos um ano atrás: recém-formada, com experiência só de estágio e as oportunidades de emprego? Elas apareciam sim, porém não com um salário de engenheira. E confesso que as duas oportunidades que eu cheguei a recusar, os valores eram aproximadamente ao valor do meu aluguel em São Paulo.
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Portanto, chegou a hora de ser realista para as coisas, junto com a formatura, chega o desejo pela independência. Porém com a situação que o mercado de trabalho se encontra eu iria continuar dependendo financeiramente dos meus pais do mesmo jeito.
Calor de 40 graus no meu Rio de Janeiro, em janeiro deste ano. Estava com os meus pais e uma amiga na piscina. Esta amiga minha estava de mudança para Portugal, ela é formada em direito e vai fazer um mestrado na Universidade de Coimbra. Foi quando meu pai falou: minha filha, porque você não está procurando estas oportunidades na engenharia? Vai junto!
De repente me abriu um mundo de possibilidades: os mestrados na Europa, de uma forma geral, são mais profissionalizantes do que as opções que temos no Brasil. Consequentemente, eu iria conseguir fazer uma especialização exatamente do jeito que eu precisava, e queria, para me capacitar como profissional. E advinha? Sem os cinco anos de experiência que uma Universidade em São Paulo me exigiu.
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O Mestrado:
Meu shortlist se resumiu em quatro opções de curso, em que todos eram na área de energia renovável. Assunto que eu estudei pouco na faculdade, mas que me interessa muito. Da mesma forma que a tendência mundial é utilizar apenas energia limpa nos próximos longos anos.
Destas quatro opções de mestrado na Europa, três delas tem parceria com o Innoenergy: uma companhia europeia que tem como foco promover inovação, empreendedorismo e inovação em energia sustentável.
E advinha só? Diferente do Brasil, em que os mestrados possuem, em grande parte, apenas um objetivo acadêmico; Os cursos de mestrado promovidos pelo Innoenergy tem como função introduzir o estudante ao mercado de trabalho! Portanto, como bons engenheiros, precisamos olhar as estatísticas. E olha só: 93% dos alunos com um trabalho relevante depois de formados, sendo que 12% abriram a sua própria startup.
Minha opção foi pela Universitat Politécnica de Catalunya, em Barcelona. O mestrado em energia renovável será em período integral, todos os dias, por dois anos. As aulas serão em inglês, e terão aulas de espanhol a noite para alunos não hispanohablantes.
Será um desafio imenso, em todos os sentidos! Minhas aulas começam em setembro deste ano, e vai ser só o início da realização de um sonho.
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Beatriz Zanut Barros
Engenheira de Energia; formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; com Mestrado em Energia Renovável pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona; profissional no setor de armazenamento de energia com vasta experiência em expansão de sistemas de transmissão e análise de mercado de energia em países latino-americanos.