O lápis é um objeto aparentemente tão simples; mas nosso velho companheiro também guarda os seus segredos. Por exemplo, já pensou como é feito o seu grafite? Como é selecionada a sua madeira? E, por fim, como esses elementos se encaixam para formar essa ferramenta tão encantadora, que usamos diariamente? Bem, esse é um processo que já passou por diversas transformações e que envolve ciência, arte e engenharia - sim, engenharia!
Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar a fundo como o grafite do lápis é feito, desvendando também outras etapas até a entrega do produto final. Confira!
A descoberta do grafite
O grafite é uma forma de carbono que se organiza em uma estrutura hexagonal - o que, aliás, é a razão para sua capacidade por deslizar tão bem em superfícies. Sua história remonta ao século XVI, quando o material foi descoberto. Por muito tempo era confundido com chumbo; mas o erro finalmente foi esclarecido no século XVIII, chamando atenção por suas propriedades únicas.
A estrutura do grafite é, sem dúvidas, fundamental para sua aplicação em lápis. Inclusive, os primeiros modelos produzidos eram bem diferentes daqueles que conhecemos hoje; eles eram enrolados em cordas ou até em peles de animais. A fabricação foi evoluindo até que, no século XIX, houve a inclusão da borracha na extremidade oposta da ponta de grafite, transformando a forma como escrevemos. A invenção, atribuída ao americano Hyman Lipman, acrescentou funcionalidade e praticidade à ferramenta, que se tornou ainda mais indispensável.
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Como os lápis são produzidos
Seleção da madeira
A madeira utilizada hoje para a produção de lápis é o pinheiro (Pinus caribea) - que deve ter pelo menos 18 anos, para ser suficientemente densa e resistente.
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O material é cortado em tábuas finas, medindo 18 x 7,5 centímetros; tingido com corantes, para adquirir uma coloração rosada; e recebe camadas de gordura, para ficar mais macio. Depois, as peças precisam "descansar" por cerca de 60 dias, evitando que empenem durante os processos seguintes. Após esse período, elas já se encontram com as propriedades ideais para receber o grafite.
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Adição do grafite
O grafite puro pode ser encontrado na natureza, como nos mármores e xistos; também pode ser produzido na indústria, a partir de matérias-primas como o coque de hulha ou o antracito, através de altas temperaturas e pressão. Mas o grafite utilizado em lápis não é puro; ele é criado a partir de uma mistura de pó de minério, argila e água - aliás, quanto mais argila na mistura, mais duro será o grafite do lápis. Os lápis H, usados para fazer desenhos de engenharia, são os mais macios, pois têm menos quantidade de argila na composição.
A saber, para os lápis coloridos, a composição é diferente e inclui barro, goma, cera e pigmentos coloridos.
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Após misturar todos os ingredientes - na quantidade necessária para fabricar o tipo lápis desejado -, a massa resultante passa por uma máquina que forma "espaguetes" ou filamentos maleáveis suficientes para serem moldados. Eles são colocados em fôrmas cerâmicas e submetidos a altas temperaturas em um forma que atinge até 1020 graus Celsius. Curiosamente, esse forno utilizado para endurecer os filamentos é alimentado pelo próprio grafite, atuando como combustível.
Montagem do lápis
Nesta etapa, já se tem as tábuas e os filamentos de grafite. A madeira é então preparada. Uma máquina cria canaletas semicirculares onde as minas são inseridas e coladas. Isso recebe por cima outra tábua, formando algo como um "sanduíche". O mesmo é prensado até unir bem as camadas - essa união protege as mãos dos usuários da sujeira do grafite e previne que as minas quebrem ao serem deixadas cair. Na fase final dessa etapa, o excesso de cola é removido e as peças passam por nova secagem de algumas horas.
Corte e acabamento final
Os sanduíches prontos são finalmente cortados em lápis individuais - o corte pode ser circular ou hexagonal - e lixados, para um acabamento mais suave antes de receberem verniz ou serem pintados com jatos de spray (até cinco camadas para garantir boa aparência). Depois que todos estiverem secos e limpos, sem excesso de tinta, recebem o nome do fabricante através de prensa quente. Por fim, são apontados em uma das extremidades e encaminhados para a embalagem.
A título de curiosidade, cada pinheiro pode render até 9 mil lápis e um único "sanduíche" pode produzir cerca de seis a nove lápis. Muitas fábricas adotam práticas responsáveis ao replantar árvores após cada colheita.
E você, sabia de toda essa complexidade por trás de um simples lápis? Surpreendente, não? Ao conhecer a jornada de um lápis, valorizamos mais o ato de escrever e desenhar!
Fontes: Superinteressante, G1.
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Eduardo Mikail
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