O tratamento de água e efluentes é crucial para garantir a correta disposição da água, seguindo parâmetros ambientais adequados. Nesse contexto, a coagulação desempenha um papel fundamental, promovendo a desestabilização de partículas coloidais e facilitando sua remoção nas fases subsequentes do tratamento.
Durante o processo, as cargas negativas das partículas em suspensão são neutralizadas, resultando na formação de coágulos e partículas maiores. Atualmente, existem diferentes tipos de coagulantes, cada um com uma função específica, ampliando as opções disponíveis para essa etapa essencial do tratamento de água e efluentes. Neste texto do Engenharia 360, confira os coagulantes naturais mais conhecidos no mercado!
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O que são coagulantes naturais?
Há várias vantagens em utilizar coagulantes naturais. Eles permitem reduzir a quantidade de produtos químicos utilizados, possuem alta capacidade de ionização, são menos dependentes do pH do efluente, reduzem a cor e a turbidez da água tratada e, por serem mais acessíveis, diminuem os custos operacionais.
Atualmente, as empresas estão buscando coagulantes naturais e biodegradáveis com o objetivo de reduzir a toxicidade e ter um produto de uso simplificado e econômico.
Os coagulantes naturais atendem perfeitamente a esses requisitos. São utilizados biopolímeros naturais como agentes coagulantes, que apresentam capacidade de biodegradação. Após o uso, esses compostos naturais podem retornar ao meio ambiente sem afetar o efluente.
Além disso, possuem baixa toxicidade, o que significa que não representam riscos para a saúde humana nem para o meio ambiente. Ademais, os coagulantes naturais produzem uma quantidade reduzida de lodo residual, o que diminui os custos do tratamento de água e efluentes, já que a remoção do lodo é a etapa mais cara e trabalhosa desses processos.
No entanto, eles também apresentam algumas desvantagens. Alguns coagulantes naturais podem causar sabores estranhos na água ou resultar na formação de trihalometanos (THMs), que surgem quando a matéria orgânica não é eliminada adequadamente durante as etapas de coagulação, sedimentação e desinfecção realizadas com cloro ou produtos derivados.
Quais os coagulantes naturais mais conhecidos no mercado?
Quitosana
A Quitosana é um composto obtido a partir da quitina, um polímero natural conhecido. Ela é extraída das carapaças de camarões, siris, caranguejos e lagostas. E sua consistência é semelhante à celulose.
Devido à sua natureza hidrofílica, a quitosana atrai a água. Além de não ser tóxica, é biodegradável e possui propriedades antibacterianas, cicatrizantes e boas características mecânicas.
No tratamento de água potável, a quitosana é utilizada como um polieletrólito catiônico, contribuindo para a coagulação de substâncias coloidais presentes na água. Também pode desempenhar um papel auxiliar no processo, reduzindo a necessidade de coagulantes químicos.
Uma vantagem adicional da quitosana é a baixa produção de lodo, semelhante à maioria dos coagulantes naturais. O lodo gerado é biodegradável e não contém metais, o que permite seu descarte em aterros sanitários convencionais.
Tanino
Tanino é um composto obtido a partir da casca da acácia negra, uma espécie de árvore. Os subprodutos derivados da tanina podem ser encontrados na forma líquida ou em pó. Sua forma líquida é a mais comumente utilizada, apresentando uma aparência similar ao xarope. E é caracterizado por ser escuro, viscoso, possuir pH ácido e propriedades catiônicas.
O tanino desempenha um papel importante como agente coagulante, proporcionando diversos benefícios. Ele aumenta a eficiência dos filtros, reduzindo a quantidade de lodo produzido, bem como a cor e a turbidez da água bruta. Além disso, seu uso contribui para a redução de riscos ambientais, uma vez que se trata de um composto orgânico.
Outra vantagem do tanino é sua capacidade de evitar possíveis interrupções nas estações de tratamento de água causadas por altos níveis de turbidez, fenômeno comum durante períodos chuvosos.
Moringa
Por fim, a moringa é uma planta originária do norte da Índia, mas hoje em dia é cultivada em várias regiões tropicais ao redor do mundo. Essa árvore cresce rapidamente e pode atingir até 4 metros em seu primeiro ano de vida.
No Brasil, a cultura da moringa é difundida principalmente no nordeste, devido aos benefícios que a árvore traz para o tratamento de água doméstica. Além disso, a moringa é um coagulante natural eficaz na coagulação de partículas sólidas em suspensão.
O tratamento de água com moringa não apresenta efeitos negativos na saúde humana. Na verdade, as sementes dessa planta já são utilizadas na nossa alimentação.
Outra vantagem do uso da moringa é que ele não causa grandes alterações no pH e na alcalinidade da água após o tratamento. Para concluir, não provoca problemas de corrosão e seu efeito coagulante não está relacionado ao pH do efluente. Aliás, uma pequena quantidade desse produto é suficiente para reduzir o uso de coagulantes químicos.
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Fontes: Degani Vaduz.
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