Nas últimas décadas, tem se intensificado a busca por novas fontes de energia renováveis, sobretudo impulsionada pela aceleração das mudanças climáticas. Os cientistas sabem que precisamos urgentemente de soluções inovadoras que nos permitam ser cada vez menos dependentes dos combustíveis fósseis. E é neste contexto que surgiu a ideia das células solares de perovskita como apresentadas neste artigo do Engenharia 360, uma descoberta que tem chances de revolucionar o setor de Engenharia de Energia.
O que são células de perovskita
A perovskita é um mineral que passou a ser conhecido pela ciência na década de 1830. Desde então, seu potencial passou a ser explorado.
A partir de 2009, os pesquisadores passaram a testar o uso de perovskita em paineis solares, substituindo o sistema tradicional à base de lítio ou as placas feitas de silício. Então as novas células de perovskita passaram a ser consideradas a nova geração de dispositivos fotovoltaicos. Elas são capazes de absorver uma gama maior de comprimento de onda, convertendo luz solar em eletricidade - algo em torno de 25%.
Mas o que realmente diferencia essa tecnologia é a leveza. A saber, um metro quadrado de células solares de perovskita pode ser sustentado com apenas dois dedos, enquanto painéis de silício equivalentes podem pesar até 30 kg. A produção dessas células nem mesmo requer altas temperaturas, reduzindo custos. E a boa notícia agora é a sua possibilidade de impressão em superfícies flexíveis, permitindo uma variedade de aplicações.
A jornada de Olga Malinkiewicz
Olga Malinkiewicz é uma cientista polonesa, trabalhadora da empresa Saule Technologies, de Varsóvia, e estudante de eletrônica da Universidade de Valência, na Espanha. É atribuída a ela a nova descoberta no setor de energia solar. Sua inspiração ocorreu em uma conferência tecnológica, onde foi destacado o potencial do material perovskita. Isso foi o ponto de partida para uma jornada que culminou na criação das células solares perovskita imprimíveis, leves, flexíveis e altamente eficientes.
Malinkiewicz desenvolveu um método inovador em 2013. Trata-se de um modelo de revestimento, via processo de evaporação, de folhas flexíveis com perovskita. Posteriormente, o mesmo foi aprimorado, passando a ser realizado com impressão de jato de tinta, dispensando temperaturas elevadas - o que viabiliza a produção em massa e a baixo custo da invenção. Hoje, as possibilidades comerciais são inúmeras!
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Reconhecimento internacional
O trabalho inovador de Malinkiewicz com as células solares de perovskita impressas já foi amplamente reconhecido pela comunidade científica. Em 2024, recebeu um prêmio European Inventor Award e Popular Prize, conquistas que enfatizam o benefício da nova tecnologia em contribuição para a sustentabilidade global, especialmente com potencial para aumentar a geração de energia renovável.
🇵🇱 inventor Olga Malinkiewicz's printable solar cells are transforming solar power accessibility and sustainability.
Vote for this brilliant European #InventorAward finalist: https://t.co/MQhZvRDgHm@SauleTech pic.twitter.com/yYRCG5W2Hh
— EuropeanPatentOffice (@EPOorg) May 31, 2024
As possíveis aplicações das células solares de perovskita
Atualmente, na própria Varsóvia, as células solares de perovskita estão sendo testadas em projetos de arquitetura de fachadas autossuficientes. Também vale citar os trabalhos da construtora sueca Skanska. E em outros locais no mundo o material vem sendo empregado em persianas geradoras de energia, janelas inteligentes e dispositivos eletrônicos portáteis (como teclados e smartphones).
O futuro da engenharia com as energias renováveis
Não tem jeito; estamos num caminho sem volta! A transição de certos sistemas de engenharia para as energias renováveis é crucial na luta contra as mudanças climáticas. E, sem dúvidas, as células solares de perovskita parecem ser uma boa alternativa - pelo menos mais sustentável às tecnologias hoje existentes. Seu potencial de adoção em áreas urbanas densamente povoadas é mesmo muito grande.
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Mas apesar de todo esse potencial, ideias como de Olga Malinkiewicz ainda precisam ser mais testadas em construções antes da produção final. Alguns desafios precisam ser superados! Por exemplo, os cientistas demonstrarem que esse material realmente é durável em condições ambientais variadas. E como uma possível fabricação pode ser otimizada para atender à demanda crescente.
De fato, só mesmo inovações contínuas no campo da engenharia e da ciência dos materiais podem oferecer soluções para esses desafios.
Veja Também: Novo método pode aumentar a eficiência da energia solar
Fontes: ugreen_br (Instagram).
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Eduardo Mikail
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