Duas startups se uniram em um projeto que poderá fornecer um teste fundamental de nossa capacidade de usar combustível sintético, feito de dióxido de carbono capturado no ar, para compensar as emissões da aviação. Isso é um grande passo na busca por carbono neutro nesse setor.
A Carbon Engineering, uma empresa de captura direta de ar, assinou um acordo com a Aerion, uma startup que está desenvolvendo um jato comercial supersônico conhecido como AS2, para avaliar se o combustível derivado de máquinas sugadoras de gás carbônico é eficaz. Essa ideia, se implementada à voos comercias, pode tornar o setor da aviação carbono neutro no futuro.
Dando asas à descarbonização
A gente já havia comentado sobre a Delta Airlines ter entrado na corrida para se tornar carbono neutro e agora acompanhamos startups de descarbonização decolarem, com o perdão do trocadilho, no desenvolvimento de máquinas de captura direta.
Essa iniciativa é emocionante no ramo do controle de emissões pois permitirá que a gente descubra até que ponto os combustíveis sintéticos podem nos ajudar a tornar viagens aéreas comerciais limpas. O ramo da aviação produz cerca de 2,5% das emissões globais e é um dos setores tecnicamente mais difíceis de tornar carbono neutro.
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Um dos maiores desafios nessa empreitada é a química necessária para produzir combustíveis sintéticos. O procedimento envolve a combinação de hidrogênio com dióxido de carbono, que é bastante direto. Entretanto, o truque será fazê-lo de uma maneira que seja relativamente acessível e não produza emissões significativas, que seria contraditório com o princípio de obter voos carbono neutro.
A questão da neutralidade é justamente essa. Os voos ainda produziriam emissões. Mas se a matemática der certo, seria equivalente à quantidade de dióxido de carbono que a Carbon Engineering removeu no início do processo - o que significa que os voos não adicionariam emissões à atmosfera.
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Você acredita na possibilidade de carbono neutro na aviação? Conta para a gente nos comentários!
Fonte: Aeinonline. MIT Tech Review.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.