Engenharia 360

Bagaço da cana é matéria-prima para biodetergente e bandeja

Engenharia 360
por Lucie Ferreira
| 13/06/2016 2 min

Bagaço da cana é matéria-prima para biodetergente e bandeja

por Lucie Ferreira | 13/06/2016
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A cana-de-açúcar é conhecida por ser a matéria-prima básica de adoçantes e combustíveis. Mas, pouca gente sabe que é possível aproveitar até o bagaço da planta e produzir produtos como biodetergente e bandeja, que pode substituir aquelas de isopor, usadas em padarias e supermercados.
O biodetergente é uma ideia dos estudantes Paulo Franco e Guilherme Fernando Dias Perez, do campus de Lorena da Universidade de São Paulo (USP). Por ser composto de bagaço de cana, é menos agressivo ao meio ambiente do que os produtos feitos com derivados de petróleo. O projeto, inclusive, recebeu destaque na “Idea to Products”, premiação realizada pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos.
Devido à matéria-prima, o biodetergente proporciona ótimo custo-benefício, já que o custo operacional é mais barato se comparado aos produtos derivados de fontes fósseis. A solução inovadora também funciona como larvicida biológico, tendo sido testada em larvas de Aedes aegypti, combatendo-as. Atualmente, o projeto, que já tem patente, está sendo aprimorado nos laboratórios da USP, onde os pesquisadores continuam realizando estudos.
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+ Sai o isopor, entra a cana

Boas ideias também saem da mente de alunos do ensino médio, como a estudante Sayuri Miyamoto Magnabosco, do Colégio Bom Jesus, em Curitiba. É dela o projeto de substituir as bandejas de isopor, utilizadas para manter alimentos em supermercados e padarias, por opções feitas com bagaço de cana-de-açúcar.
A autora do projeto explica que a bandeja pode ser usada por até dois anos, desde que seja feito o bom uso. Fabricada com biomassa de cana, temperos naturais e cola caseira de água e farinha, sua decomposição no meio ambiente demora menos de seis meses - no isopor, esse processo leva até 300 anos. Além disso, o material pode ser dissolvido em água, se deixado nela por apenas quatro horas.
Pela ideia, Sayuri recebeu medalhas na feira de ciências da Usina Itaipu e a terceira colocação nas Olimpíadas dos Gênios, em Nova York. Uma curiosidade é que a parte mais difícil do projeto foi encontrar um produto que garantisse a função antimicrobiana à bandeja. Após pesquisar, a estudante encontrou uma substância que não afeta o bagaço de cana e mantém a segurança alimentar. Ela não revela o nome do conteúdo, mas afirma que pretende melhorar a criação.

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A estudante Sayuri Miyamoto Magnabosco apresenta as bandejas de bagaço de cana e as medalhas que recebeu pelo projeto (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

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Jornalista especializada.

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