A virada do século XIX para o século XX foi marcada por grandes transformações industriais. Viveram nessa época mentes brilhantes, como Henry Ford, pai da produção automotiva em massa, e Nikola Tesla, pioneiro na transmissão de energia elétrica. E o que talvez você não saiba é que esses cientistas registraram patentes no Brasil. Sim, verdade! Isso indica que o nosso país já foi, no passado, visto como um importante polo de desenvolvimento tecnológico. Então, como estamos hoje?

Bem, enquanto você pensa na resposta a esta pergunta, te convidamos a ler o artigo a seguir, do Engenharia 360. Vamos explorar mais a história por trás dessas invenções patenteadas e como podem ter contribuído para o desenvolvimento tecnológico brasileiro e até moldado a identidade industrial do nosso país.

O contexto histórico das patentes no Brasil

Antes de tudo, vale esclarecer de onde veio essa história de patentes de Tesla e Ford. Pois bem, de um trabalho de digitalização de cerca de 3.200 documentos inéditos realizados pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) desde 2021 e que revelaram importantes histórias sobre patentes no Brasil. Graças a isso, hoje podemos ter esse vislumbre do legado que mentes brilhantes deixaram em nosso país.

Agora, nos diga, o que acha? O que exatamente impulsionou que esses inventores trouxessem para o Brasil, suas ideias e escolhessem nossa terra para proteger suas criações? Bom, parece que tem a ver com a situação econômica e tecnológica evidente naquele tempo, com o potencial comercial do mercado nacional.

De algum modo, éramos realmente atrativos aos estrangeiros. O sistema de patentes por aqui seguia o princípio da territorialidade, permitindo que pessoas como Ford e Tesla registrassem facilmente suas criações. O ambiente jurídico era bastante favorável para inventores. Além disso, o Brasil estava com sua produção agrícola e industrialização em um movimento à todo o vapor.

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Influência de Dom Pedro II

Nosso monarca Dom Pedro II, filho de Dom Pedro I (primeiro Imperador do Brasil), teve um papel crucial na promoção da ciência no Brasil. Isso porque esse homem, considerado um visionário, sempre foi um grande entusiasta das inovações tecnológicas. Sua administração favoreceu particularmente a cultura de proteção à propriedade intelectual. Inclusive, "o Magnânimo" assinou várias patentes durante o seu reinado. 

Depois da proclamação da República, essa prática foi passada aos presidentes e ministros, o que é muito bem narrado em documentos históricos. Mais precisamente no caso de Henry Ford e Nikola Tesla, foram onze presidentes civis do Brasil que assinaram patentes suas em cartas-patentes entre os anos de 1895 e 1929, declarando o papel do Estado na legitimação das invenções.

As patentes de Henry Ford no Brasil

No Brasil, Henry Ford demonstrou muito interesse em tecnologias voltadas ao mundo do agro, com foco na otimização de processos rurais. Há registros de patentes suas registradas por aqui entre os anos de 1913 e 1922. Dentre as mais importantes propostas de desenvolvimento de infraestrutura, como estradas e ferrovias - modelos de engenharia que estavam em alta na época. O gênio considerava que esses avanços eram cruciais para o transporte de mercadorias.

Ford ajudou a trazer para o Brasil ideias sobre métodos além de técnicas inovadoras em engenharia, o que ajudou a transformar a maneira como os produtos eram fabricados em nosso país.

As patentes de Nikola Tesla no Brasil

Diferente de Ford, as ideias de Nikola Tesla eram relacionadas à eletricidade. Ele deixou sua marca no Brasil no ano de 1910. Por aqui, ele registrou a patente de uma máquina que se valia de líquidos para gerar energia de forma eficiente. Seu objetivo, após trabalhar com George Westinghouse no desenvolvimento da corrente alternada (modelo de distribuição elétrica utilizada até os dias de hoje), era explorar nosso país como território promissor para a tecnologia. 

Interessante é que, de fato, a visão de Tesla alinhava-se com o interesse crescente do Brasil naquele tempo por projetos de energia elétrica com foco no setor de industrialização. Os desenhos da máquina que ele patenteou em nosso país acabaram servindo de inspiração para outras inovações, tanto no mercado interno quanto no externo.

Bônus | As contribuições de Vital Brasil para a Medicina

Acreditamos que seria injusto concluir este texto sem dar um exemplo genuinamente brasileiro. Porque os documentos digitalizados pelo INPC não falavam apenas de patentes de Ford e Tesla, mas também da contribuição de muitos outros cientistas, ajudando a posicionar o Brasil outrora como líder global em inovação. Muitas dessas ideias foram tão relevantes que continuaram sendo exploradas até os dias de hoje, provando como a integração ‘tecnologia e mercado’ pode gerar impactos positivos na qualidade de vida da população.

Entre os arquivos, encontramos insights para resolver até problemas contemporâneos. Afinal, ao aprender com as experiências desses pioneiros do passado, temos a chance de criar produtos que atendam às demandas atuais do mercado.

Vital Brazil, médico, imunologista e pesquisador biomédico brasileiro de renome internacional, que viveu entre os anos de 1865 e 1950, realizou importantes melhorias na saúde pública do país. Sua dedicação à ciência resultou em avanços que salvaram inúmeras vidas. Como a patente de número 9.596, datada de 1917, fundamental para a produção eficaz de soros contra picadas venenosas.

E aí, o que achou dessa fascinante história de patentes e invenções que passaram pelo Brasil? Qual delas mais chamou sua atenção? Compartilhe sua opinião na aba de comentários logo abaixo!

Fontes: UOL.

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Eduardo Mikail

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