Há pouco tempo, dissertamos sobre a dependência do Brasil em relação ao modal rodoviário, e mostramos que isto nos deixa nas mãos de apenas uma classe trabalhadora, se quiser conferir o artigo só acessar aqui e entender um pouco mais. Além disto, o modal de que dependemos acaba sendo o mais caro e menos eficiente se comparado aos outros tipos. Visto isso, vamos mostrar como outros países conseguem realizar o transporte de seus bens com muito mais eficiência por contarem com outras matrizes de transportes.
Atualmente, como já foi dito, o Brasil possui sua matriz de transporte predominantemente rodoviária. Além de necessitar de maior manutenção, ela acaba sendo mais cara pois para transportar grandes volumes de carga é necessária a utilização de diversos veículos e profissionais.
E como é a divisão dos modais de transportes no Brasil?
Mesmo com investimentos em outros modais, o Brasil se encontra atualmente com sua predominância no modal rodoviário. Além de ser um meio de transporte não tão eficiente, ele acaba sendo mais agressivo ao meio ambiente.
Conforme observado no gráfico, atualmente o modal ferroviário capta 59% dos transportes enquanto o ferroviário aproximadamente 25% e o aquaviário 12%. Em um cenário ideal para uma matriz equilibrada, conforme mostra a direita no gráfico, o transporte ferroviário deveria representar cerca de 33% enquanto o ferroviário 32% e o aquaviário 29%. Além de diminuir a emissão de CO2, veríamos diferença em custos de produtos, distribuição do capital para a infraestrutura do país até mesmo as rodovias apresentariam melhor qualidade, uma vez que o tráfego de carga pesada seria menor e se economizaria em custos de manutenção.
Qual a diferença em relação à manutenção e qual seria o melhor modal para a realização dos transportes?
Cada modal possui suas características e é necessária a manutenção, cujos custos variam em relação ao desgaste e ao tempo. Pode não parecer, mas o desgaste de trilhos e equipamentos ferroviários é muito menor se comparado ao rodoviário. Também não podemos esquecer do transporte hidroviário que, com a dimensão do território nacional e a disponibilidade de rios e do oceano ao leste do país, é de suma importância o investimento neste setor.
Podemos analisar a partir do gráfico acima que para cargas e distâncias menores, o modal rodoviário é o mais aconselhável. Entretanto, o Brasil utiliza esse modal para grandes distâncias também, onde seria mais aconselhável e eficiente a utilização do modal ferroviário.
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Como funciona em outros países
Para responder essa pergunta, devemos comparar o Brasil com países de porte equivalente, levando em conta o tamanho territorial e a tipologia de cargas transportadas.
Se comparado aos outros países, o Brasil possui a malha de transportes menos eficiente, isto é, enquanto o Brasil transporta cerca de 25% pelo modal ferroviário, a Rússia, que também possui uma grande extensão territorial, transporta 81% de sua carga pelo modal ferroviário. Mesmo o Brasil transportando 17% pelo modo aquaviário e outros, o uso deste modal ainda não é eficiente, já que o Brasil dispõe de grandes rios.
Desta forma, acabamos utilizando um único modal, implicando custos elevados de frete e manutenção, impactando o valor do produto final e a dependência de uma única tipologia de transporte. Evidentemente, um sistema de cargas diversificado e bem planejado, traria ganhos de eficiência sob um ponto de vista global.
É, portanto, importante a diversificação dos modos de transporte de modo geral, tanto para cargas quanto para o transporte cotidiano. Traçando um paralelo com o transporte urbano, observamos nas cidades muitas pessoas utilizando diversas formas de locomoção: a pé, bicicleta, patinete, veículo próprio, transporte coletivo e por aplicativo, pois, desta maneira, por não dependerem de um único modal, o sistema de transporte como um todo sai ganhando. Comparando com o transporte de carga em nível nacional, é extremamente necessário a interação dos modais de transporte para gerar eficiência no sistema como um todo e podendo inclusive baratear o preço final de alguns produtos.
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Guilherme Menezes
Engenheiro Civil; formado pela Universidade Anhembi Morumbi; atua no desenvolvimento de projetos conceituais e executivos, além da produção de conteúdo relacionado à Engenharia.