A gente já comentou aqui sobre a polêmica dos satélites Starlink, da SpaceX, estar atrapalhando a vida dos astrônomos. O nosso querido Elon Musk estava igualmente ciente disso, mas finalmente a companhia de foguetes e satélites de comunicação resolveu se manifestar e indicar que tornará os Starlinks menos brilhantes.
NASA, are you sure?
Foram vários os comunicados oficiais e não oficiais sobre a
questão luz refletida pelos até então cerca de 120 satélites Starlink lançados
à órbita da Terra estarem atrapalhando observações astronômicas e o potencial
disso quando os lançamentos escalarem.
Mas não foram apenas os astrônomos reclamando pelo twitter e derivados. A NASA fez uma publicação recente, em que os novos satélites Starlink são capazes de refletir a luz do sol. No composto da foto de 33 exposições, faixas paralelas dos satélites Starlink são visíveis no sul do Brasil. Os girassóis na imagem pontilham o primeiro plano, enquanto um meteoro brilhante foi capturado por acaso no canto superior direito.
Essa coisa de refletância dos satélites não é de todo uma novidade. A constelação de 66 satélites Iridium de primeira geração lançados a 20 anos atrás produziu um brilho tão grande que podia ser vista durante o dia. A maioria desses satélites antigos do Iridium, no entanto, foi desorbitada nos últimos anos. A tendência dos Starlinks, contudo, é aumentar em várias ordens de grandeza na órbita da Terra.
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Shine bright, like a Starlink
Depois de tanto alvoroço, a SpaceX finalmente se manifestou.
Em uma coletiva de imprensa, o chefe de operações da empresa, Gwynne Shotwell,
veio na defensiva dizendo que ninguém havia antecipado a questão.
Em resposta a toda pressão, a SpaceX disse que testará um
revestimento experimental que visa tornar seus satélites Starlink menos
refletivos. De acordo com Shotwell, o revestimento estará na parte inferior de
um (!) dos 60 novos satélites que serão lançados em órbita ainda este mês.
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A empresa deseja testá-lo antes de aplicá-lo a mais satélites
no futuro, já que as propriedades anti-reflexivas podem criar mudanças térmicas
que afetam adversamente o desempenho. Shotwell acredita que a solução será
modificada sobre "tentativa e erro" para fazê-la funcionar com
segurança e corretamente.
Uma solução mais eficaz seria colocar os satélites em órbitas mais altas, mas isso requer transmissores mais potentes. Isso acarretaria custos para a empresa e, aparentemente, não é a alternativa mais bem quista.
Fontes: Space News.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.