Um robô macio não conectado, de poucos milímetros de tamanho, inspirado em uma água-viva (Scyphomedusae ephyra), e que pode realizar funções como o transporte de objetos e escavação de buracos, foi descrito na Nature Communications. Como a gente adora novidades em robótica, resolvemos contar um pouco aqui. Basicamente, o estudo mostrou que o robô pode manipular a água que flui ao redor de seu corpo para completar uma série de tarefas. Olha só:
Robôs que podem nadar:
Apesar da existência de projetos robóticos em miniatura que
têm a capacidade de nadar, funcionalidades avançadas, como a manipulação mais
elaborada de objetos, são desafiadoras à medida que o tamanho do robô diminui.
Isso ocorre devido a limitações no tamanho dos componentes internos. Nos
universos de aplicação da engenharia, essa migração de escala é muito
importante, tornando as tecnologias mais palpáveis ou permitindo inseri-las em
universos que a gente não é capaz de enxergar. No caso de robôs capazes de
nadar, é possível dizer que são promissores em aplicações biomédicas e
ambientais. Você pode encontrar um pouco sobre materiais ativos acionados pela
água aqui.
Redução do tamanho da água-viva robótica:
Nesse cenário de demanda, pesquisadores do Physical Intelligence Department, Max Planck Institute for Intelligent Systems, na Alemanha, projetaram e construíram um robô de alguns milímetros de tamanho. Ele foi feito conectando-se um núcleo de elastômero composto magnético (com um diâmetro de 3 mm) a oito abas dobráveis.
Após a aplicação de um campo magnético oscilante, essas abas se contraem e se recuperam como uma água-viva nadadora. Além de nadar, seu robô semelhante a uma água-viva pode transportar seletivamente esferas de tamanhos diferentes para imitar a captura de alimentos, escavar contas finas para escapar de "predadores" ou objetos-alvo, misturar diferentes fluidos e gerar um caminho químico.
Os autores do trabalho argumentam que seu design robótico também poderia ser usado como um sistema modelo para ajudar a entender como as mudanças no ambiente impactam a sobrevivência da água-viva ephyra, que o inspirou.
Fontes: Nature Asia.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.