Hoje o mundo enfrenta desafios de saúde e uma grave insegurança alimentar em muitas localidades. A agricultura trabalha em ritmo acelerado para responder às necessidades do mercado; mas justamente por isso, muitas vezes, faz uso de substâncias tóxicas, como os pesticidas, que podem causar muito mal aos humanos. Pensando nisso, Sirish Subash, um estudante do 9º ano nos Estados Unidos, resolveu criar um dispositivo capaz de detectar esses materiais em frutas e vegetais.
Assim nasceu o PestiSCAND! O projeto foi apresentado na mostra "Melhor Jovem Cientista" do Desafio Jovem Cientistas da 3M e foi premiado no valor de US$ 25.000 (aproximadamente R$ 145 mil). Confira no artigo a seguir, do Engenharia 360, como essa invenção pode impactar na saúde pública, inspirando o surgimento de outras tecnologias de engenharia ao redor do mundo!
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Por que os pesticidas são uma ameaça à saúde humana?
Em seus estudos, Sirish se deparou com estudos que relacionam o consumo de resíduos de pesticidas com o surgimento de doenças. Esses produtos são utilizados na agricultura para proteger as culturas das pragas, mas podem permanecer nos alimentos (mesmo após a lavagem com água) e comprometer a saúde humana. A exposição contínua pode levar ao câncer e desordens neurológicas, como o Alzheimer. Essas descobertas alarmantes só reforçaram a sua determinação em criar uma solução que pudesse ajudar as pessoas a evitar esses riscos.
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Como funciona o dispositivo PestiSCAND?
Sirish Subash estava realmente muito preocupado com a questão da segurança alimentar nas comunidades. Mas a inspiração para seu invento, o catalisador para a sua pesquisa, veio de dentro de casa. Sua mãe sempre pedia que ele lavasse bem as frutas antes de comer. Mas o jovem começou a questionar se essa prática eliminava mesmo os resíduos de pesticidas presentes nas superfícies dos alimentos; e se a resposta era 'não', quais os riscos as pessoas estariam expostas, quais problemas associados ao consumo dessas substâncias.
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Esses pensamentos impulsionaram Sirish a agir! Ele desenvolveu uma tecnologia capaz de detectar pesticidas em alimentos por meio da medição da luz (comprimentos de onda) refletida e absorvida pelos materiais. Tal funcionamento é baseado em princípios científicos, inclusive de espectrofotometria.
O PestiSCAND é especialmente configurado para buscar comprimentos de onda específicos associados a pesticidas. Ao escanear frutas e legumes, seu processador analisa os dados, se valendo de um modelo de machine learning para determinar a presença das substâncias. A taxa de precisão é superior a 85% - o que foi comprovado em testes com mais de 12 mil amostras, entre maçãs, espinafres, morangos e tomates.
O papel da Inteligência Artificial
Sirish garante que gastaria aproximadamente R$ 100 para produzir um protótipo do PestiSCAND. Porém, ao mesmo tempo, ele enfrentou muitos desafios técnicos e logísticos. Foi preciso fazer muitos testes para validar a eficácia do dispositivo, garantindo sua precisão na detecção de resíduos químicos. O jovem também consultou vários artigos científicos e especialistas para aprimorar o invento.
Foi preciso muito estudo para compreender como cada material deixava uma assinatura única na forma de refletir ou absorver luz em diferentes comprimentos de ondas.
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E mais do que isso, Sirish ainda estudouo programação e automação na engenharia para desenvolver um modelo de aprendizado de máquina capaz de coletar e analisar dados; para isso, ele pôde contar com a assistência da Inteligência Artificial.
Qual o possível impacto do PestiSCAND na agricultura?
No fim das contas, Sirish criou algo que pode lhe beneficiar, mas também impactar a vida de milhões pelo mundo, ajudando as pessoas a tomarem decisões informadas sobre os alimentos que consomem.
Assim, se o PestiSCAND for lançado no mercado, ele pode influenciar práticas agrícolas ao incentivar os produtores a adotarem métodos mais seguros e sustentáveis. Nesse caso, todos seremos vigilantes, monitorando os níveis de pesticidas em alimentos vendidos, colocando pressão sobre o mercado e a política para reduzir ou eliminar o uso desses químicos prejudiciais.
Quais são as perspectivas para o futuro e a segurança alimentar?
Primando por nossa saúde, seria interessante se pudéssemos, de fato, identificar que os alimentos que consumimos estão mesmo livre desses contaminantes. O primeiro passo já foi dado por Sirish! Ele está determinado em inspirar outros jovens estudantes a explorarem suas próprias ideias inovadoras, agora com seus olhos voltados para o Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma das universidades mais prestigiadas do mundo, onde deseja seguir sua jornada acadêmica na área da ciência e tecnologia.
Tomando seu caso como exemplo, podemos vislumbrar um futuro cheio de avanços que permitam um controle mais rigoroso sobre contaminantes, contribuindo para uma cadeia alimentar mais segura, sustentável e transparente, beneficiando tanto a saúde pública quanto o meio ambiente. Tecnologias essenciais para isso incluem sensores de detecção, IA, engenharia de materiais e agrícola. E, claro, os engenheiros serão protagonistas no desenvolvimento de dispositivos precisos, análise de dados e integração de soluções.
Fontes: DOL, Só Notícia Boa.
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Eduardo Mikail
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