A tecnologia pode desempenhar um papel fundamental na eliminação do uso de agrotóxicos na agricultura. Além de reduzir o uso desses produtos - em até 25% nas lavouras, conforme dados do setor -, as soluções tecnológicas também podem diminuir os custos associados aos agroquímicos, que representam até 45% dos gastos totais com a produção agrícola.

Ao promover processos mais sustentáveis, a tecnologia busca aumentar a efetividade, garantir a segurança e qualidade do trabalho, ao mesmo tempo em que reduz os impactos ambientais negativos. Saiba mais neste texto do Engenharia 360!

Preocupação com uso de agrotóxicos na agricultura

A preocupação com o uso de agrotóxicos na agricultura decorre dos potenciais danos ambientais que podem causar. A aplicação inadequada desses produtos pode resultar na diminuição da diversidade biológica, erosão e contaminação do solo, além de afetar a qualidade dos recursos hídricos. Para evitar tais impactos, é necessário que os produtores rurais utilizem os agroquímicos de forma seletiva e eficiente, aplicando a menor quantidade possível. Dessa forma, é possível proteger o meio ambiente, preservar a produtividade agrícola e garantir a segurança e o custo acessível dos alimentos.

Tecnologias para reduzir o uso de agrotóxicos na agricultura

Agricultura de precisão

A tecnologia, especificamente as soluções de agricultura de precisão, tem sido apontada como uma maneira eficaz de reduzir o uso de agroquímicos na agricultura. O uso de tecnologias como o desligamento de seções pode resultar em uma diminuição de até 20% no uso de agroquímicos, evitando a sobreposição na aplicação desses produtos. Além disso, o controlador de taxa variável, que utiliza sensores e GPS para dosar os agroquímicos de acordo com as necessidades específicas de cada local, pode reduzir em até 25% a necessidade de aplicação.

Essas tecnologias permitem processos mais ágeis, produtivos, eficientes e sustentáveis, reconhecendo a importância de conciliar a agricultura com a preservação do meio ambiente.

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Nanotecnologia

Cientistas do Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba, da Unesp, estão aplicando a nanotecnologia para diminuir o uso de agrotóxicos nas lavouras. Sob a liderança do químico Leonardo Fernandes Fraceto, o grupo desenvolveu novas técnicas de aplicação de produtos químicos agrícolas, visando aumentar a eficiência no controle de pragas e reduzir os impactos na natureza e na saúde humana.

Um exemplo de sucesso é o encapsulamento da atrazina, um herbicida amplamente utilizado no Brasil, que teve sua eficácia aumentada em dez vezes, reduzindo a quantidade necessária do composto por hectare. Além disso, os cientistas também estão explorando o encapsulamento de outros compostos, como bactérias benéficas para o controle de pragas.

No entanto, é fundamental que essas inovações sejam submetidas a testes rigorosos de segurança antes de serem disponibilizadas comercialmente. O objetivo final é reduzir o uso de agrotóxicos, promover a segurança alimentar e minimizar os impactos ambientais.

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RNA

Pesquisadores descobriram que o RNA, molécula presente nos seres vivos, pode ser utilizado para reduzir o uso de agrotóxicos químicos na agricultura. O RNA pode ser utilizado como base para uma nova geração de pesticidas que funcionam desativando genes específicos em pragas agrícolas, como insetos, impedindo sua reprodução e causando sua morte.

Esses pesticidas de RNA têm a vantagem de se decompor facilmente no ambiente, diminuindo o acúmulo de resíduos tóxicos. Além disso, eles têm como alvo genes específicos, reduzindo o risco de afetar outros organismos, como polinizadores. Essa tecnologia também pode ser aplicada no campo das vacinas.

No Brasil, pesquisadores estão explorando o uso do RNA para controlar pragas em culturas de citros, visando combater a disseminação da bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus, responsável pela doença conhecida como "greening". O uso do RNA como estratégia promissora pode melhorar a resistência das plantas, reduzir custos de produção e minimizar os impactos ambientais e na saúde dos consumidores.

Robô com lasers

A startup Carbon Robotics desenvolveu um robô chamado "Autonomous Weeder" que utiliza lasers de alta potência para eliminar ervas daninhas nas lavouras. Essa máquina autônoma combina robótica, inteligência artificial e tecnologia a laser para capinar grandes áreas de forma eficiente. O robô dispensa o uso de herbicidas tóxicos, trazendo benefícios para a saúde humana e o solo.

Em fase de testes Beta, ele tem sido utilizado em fazendas de culturas especializadas, como brócolis e cebola. A tecnologia promete economia para os produtores e a garantia de alimentos de qualidade, livres de produtos tóxicos, no futuro.

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Fontes: O Estadão, VEJA, UOL, Razões para Acreditar.

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Eduardo Mikail

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