Engenharia 360

As 5 mudanças mais significativas no ensino de Engenharia

Engenharia 360
por Kalinka Araneda
| 03/04/2018 | Atualizado em 13/09/2023 3 min

As 5 mudanças mais significativas no ensino de Engenharia

por Kalinka Araneda | 03/04/2018 | Atualizado em 13/09/2023
Engenharia 360

Se um estudante ou recém-formado em Engenharia conversar com um(a) engenheiro(a) formado há 20 anos atrás, verá que as mudanças foram tão significativas que muitas vezes nem parece se tratar da mesma faculdade. Embora as disciplinas básicas sejam as mesmos, muita coisa mudou no ensino de Engenharia nas últimas duas décadas. O Engenharia 360 conversou com alguns alunos e professores e reuniu as 5 mudanças mais significativas.

ensino de engenharia

1. Os professores não têm experiência industrial ou empresarial

Na década de 1990, a maioria dos professores de Engenharia trabalhava ou já tinham trabalhado na área. Muitos, além de professores, eram consultores ou empresários. Alguns eram trabalhadores aposentados que resolveram compartilhar experiências e conhecimentos com os jovens. Os conhecimentos transmitidos eram os que a indústria necessitava, com foco na funcionalidade e no lucro.

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Hoje, a maioria dos docentes não tem experiência industrial ou empresaria. Muitos emendaram a carreira acadêmica logo após a conclusão da faculdade. Frutos do mestrado e doutorado, muitos utilizam a sala de aula como laboratório para suas pesquisas científicas. O resultado disso é que o ensino de Engenharia conta com um embasamento teórico excelente. Mas a abordagem de novos conceitos e novas tendências deixa a desejar. Quase sempre os futuros engenheiros precisam fazer cursos complementares para incrementar a carreira.

2. A Internet e a tecnologia forma novos tipos de profissionais

Por outro lado, é possível aprender novas práticas e processos de trabalho sem ter de lidar fisicamente com os materiais, em um ambiente seguro de realidade virtual, por exemplo. Fora isso, os softwares disponíveis no mercado atualmente poupam tempo e trabalho, deixando os estudantes mais livres para utilizar a criatividade. Se antes um engenheiro podia passar a vida toda realizando o mesmo tipo de trabalho, hoje ele é forçado a aprender e se adaptar constantemente.

3. Os alunos precisam ser plurais e multidisciplinares

Aquela velha história de que pra estudar Engenharia basta ser bom em Exatas, curtir matemática e consertar coisas, ficou pra trás. Hoje, um aluno que não saiba Inglês, por exemplo, com certeza fica para trás na hora de aprender a utilizar softwares e ferramentas. É muito comum que um aluno entre na faculdade já sabendo mexer no Autocad ou que comece a fazer um curso de Solidworks logo nos primeiros semestres. Para entrar no mercado de trabalho e crescer, é necessário ter noções básicas de marketing, de como gerir pessoas e projetos, habilidades de comunicação e escrita, entre muitas outras coisas.

4. Segmentação do ensino de Engenharia

Há 20 anos atrás não existiam tantas Engenharias como hoje. A tendência é que essa segmentação aumente, a medida que as necessidades surjam. Por exemplo, não fazia sentido que em meados de 1990 tivesse uma faculdade de Engenharia de Software ou de Sistemas. A tecnologia avançada também fez com que a Engenharia se misturasse a outras ciências, como aconteceu com a Engenharia Biomédica ou a Engenharia de Alimentos. Você faz ideia de quantas especializações nós temos disponíveis hoje? Clique aqui e confira o Guia das Engenharias.

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5. Oferta menor do que a procura

Houve um aumento significativo de instituições que oferecem o curso de Engenharia. Consequentemente, o número de profissionais da área também cresceu. O resultado disso é um mercado de trabalho extremamente saturado. Se antes Engenharia era um curso restrito, hoje é um dos mais procurados. Com isso, as exigências aumentam e os alunos precisam se munir de todas as formas para conseguir um bom emprego. Não é raro que engenheiros, mesmo depois de tantos anos de esforço para conseguir o diploma, desistam da área logo nos primeiros anos pós-graduação.


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Kalinka Araneda

Redatora de conteúdo, formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo.

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