Nos últimos anos, principalmente por conta das mudanças climáticas, agravada por ações como o desmatamento, o Brasil tem enfrentado vários desastres naturais. Podemos citar os deslizamentos de terras em tempestades como ocorridas em São Sebastião e Petrópolis, em 2023, e no Rio Grande do Sul, em 2024. E todos esses caso, as regiões de serra sofreram bloqueios de rodovias, colocando em risco a vida dos motoristas. Sem contar que essas interrupções prolongadas causam grandes prejuízos para o setor produtivo. Imagina se tivéssemos sensores inteligentes para prevenir tais eventos!
Para mitigar os riscos, os engenheiros têm desenvolvido ou aprimorado tecnologias diversas, como a Internet das Coisas (IoT), para auxiliar no monitoramento das condições de terrenos. Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar como esses sensores funcionam e suas potenciais aplicações nas estradas. Confira!
Importância e desafios da prevenção de deslizamentos
Rodovias brasileiras, como as BRs-376 e 277, têm sofrido demais com os deslizamentos de terra, levando a interdições e obras preventivas. Então, a prevenção salvaria vidas, protegeria investimentos e facilitaria o fluxo de mercadorias.
O problema é que o Brasil é um país com muitas regiões montanhosas. Em cada temporada de chuva, as concessionárias enfrentam o desafio de monitorar a estabilidade das encostas e tomar decisões sobre segurança das suas estradas. Na obrigação de promover a segurança, muitas medidas, incluindo de interrupções no tráfego, são tomadas de modo precipitado, com base em dados limitados de inspeções periódicas e na análise dos índices pluviométricos.
Então, resumindo, as tecnologias tradicionais não oferecem uma visão em tempo real da estabilidade do solo. Neste contexto, a adoção de sensores inteligentes poderia resultar em economias significativas.
Funcionamento e estrutura dos sensores inteligentes
Os sensores mais modernos possuem alta tecnologia e podem ser ajustados de acordo com as características do terreno onde são instalados. Inclusive, eles se valem da tecnologia da Internet das Coisas (IoT) para monitorar as condições de solo e detectar movimentos que possam indicar qualquer risco de penetração de água em excesso que leve à deslizamentos.
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Esses sensores podem comunicar-se entre si, formando uma rede de monitoramento em tempo real. Aliás, podem ser alimentados por rádio frequência, permitindo comunicação a longa distância. Os dados coletados são cruzados e analisados por softwares especializados, sua plataforma fornece um panorama completo. À medida que detectam um movimento, enviam um alerta para a central, dando chances para as autoridades tomarem decisões rápidas e informadas.
A saber, os novos sensores inteligentes podem incluir diferentes tipos de dispositivos, por exemplo:
- Inclinômetros: Medem a orientação do solo.
- Piezômetros: Avaliam a pressão da água no solo.
- Extensômetros: Monitoram o deslocamento entre dois pontos.
Custo-benefício da tecnologia
Embora a instalação dos sensores inteligentes em rodovias tenham um custo considerável, seus benefícios superam os investimentos - é considerado acessível em comparação com as consequências de um deslizamento, que podem incluir perda de vidas e prejuízos materiais imensos. Os modelos mais modernos tem menos necessidade de inspeções frequentes, reduzindo custos operacionais. Por mês, as operações podem variar de R$ 80 e R$ 120 por sensor (dados de 2024).
Exemplos de casos de sucesso no Brasil
O uso de sensores inteligentes já está sendo testado em várias localidades do Brasil. Podemos citar, por exemplo, o trabalho da Defesa Civil de Petrópolis, no Rio de Janeiro, que implementou essa tecnologia em áreas de risco após eventos frequentes que causaram deslizamentos e mortes em. Ação semelhante está sendo adotada pela Secretaria de Inovação e Transformação Digital no Paraná, usando os sensores em monitoramento de encostas próximas às BRs-376 e 277.
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Vale destacar a solução de sensores inteligentes oferecidos hoje no mercado nacional pela startup Ineeds Systems.
Desafios e colaboração entre setores
Apesar dos benefícios, a instalação de sensores inteligentes em rodovias pode ser desafiante. Para começar, a necessidade de integrar o sistema a novas tecnologias (como de radares meteorológicos) pode complicar a implementação. Sem contar as dificuldades de realizar a manutenção dos dispositivos em áreas remotas e a necessidade de treinar profissionais para operar e interpretar os dados coletados.
As concessionárias responsáveis pela gestão das rodovias devem ser cobradas por sua função no monitoramento das condições dessas vias e áreas adjacentes. Contudo, é fundamental que governos, empresas de tecnologia e instituições de pesquisa colaborem no desenvolvimento, aprimoramento e promoção de sensores que possam prever deslizamentos e salvar vidas.
Com a adoção crescente de soluções baseadas em IoT e o avanço contínuo em Inteligência Artificial, integração com redes sociais e sistemas híbridos, espera-se uma redução significativa nos incidentes, oferecendo uma abordagem mais proativa e eficaz para a segurança nas rodovias.
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Fontes: Gazeta do Povo.
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Eduardo Mikail
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