Engenharia 360

Tecnologia heliotérmica, em que a energia é armazenada, pode ser instalada em Pernambuco

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por Luciana Reis
| 23/09/2016 3 min

Tecnologia heliotérmica, em que a energia é armazenada, pode ser instalada em Pernambuco

por Luciana Reis | 23/09/2016
Engenharia 360

Meios sustentáveis de geração de eletricidade a partir da energia solar já são uma realidade no país, mas um sistema inovador capaz de armazenar energia para ser usada inclusive à noite está em estudos e pode ser lançado em 2017, no estado de Pernambuco. Trata-se da energia heliotérmica, também conhecida como Concentrating Solar Power (CSP), e que se diferencia da energia solar tradicional, por painéis fotovoltaicos, uma vez que é possível acumular a energia proveniente dos raios solares.

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Imagem: Portal Energia



Os estudos estão sendo realizados na cidade de Petrolina, no semiárido de Pernambuco, a pouco mais de 700 km de Recife. O objetivo é que o projeto-piloto seja implantado a partir da parceria entre a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), a Universidade Federal do Ceará (UFC) e o Instituto solar de Jülich, da Alemanha. A tecnologia necessária para o projeto será fornecida pela empresa Kraftanlagen München GmbH, também alemã.

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As vantagens do sistema heliotérmico

O sistema heliotérmico funciona com vários captadores de luz, espelhados, distribuídos em um terreno grande e plano. Os espelhos se movimentam conforme a posição do sol, refletindo os raios para a torre solar, onde o calor será armazenado e transformado em energia. Essa é uma das vantagens quando comparado ao sistema de geração de energia solar tradicional, em que não ocorre a retenção do calor.

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Imagem: Plataforma Online de Energia Heliotérmica


Essa característica faz do sistema heliotérmico uma alternativa ao sistema de produção de energia tanto a partir das hidrelétricas, como dos painéis fotovoltaicos. Isso porque, no caso das hidrelétricas, as que armazenam energia são geradoras de 65% da eletricidade do país, e no caso dos painéis de energia solar, não há essa possibilidade.
Além disso, na etapa de captação de calor da torre, a tecnologia escolhida foi a que utiliza ar ao invés de sal fundido, como utilizado em sistemas espalhados pelo mundo, o que é apontado como mais uma vantagem do projeto, pois diminuiria a chance de ocorrerem vazamentos nas tubulações por onde o fluido líquido pressurizado passa.

Por que no Brasil?

O semiárido brasileiro é um dos locais com maiores níveis de radiação solar do mundo. Com pesquisas constantes, os custos previstos inicialmente vão sendo diminuídos. No Brasil, boa parte dos equipamentos necessários já estão disponíveis, sendo necessários investimentos na captação e na manutenção do ciclo térmico.
Para que a ideia saia do papel, o grupo formado pelas empresas e pela universidade objetivam conseguir os recursos com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O valor estimado é de R$45 milhões. A proposta já passou por mudanças, a pedido da Aneel, e caso seja aprovada, terá início em 2017, com a previsão de conclusão em três anos e meio. Também nos estudos, as empresas esperam chegar a conclusões a respeito da viabilidade econômica e técnica do projeto.

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Imagem: Plataforma Online de Energia Heliotérmica


O andamento do projeto é apontado como de fundamental importância tanto na geração de energia limpa, pautada pela sustentabilidade, mas também na geração de empregos diretos e indiretos, aumento da renda local e desenvolvimento econômico e social em regiões áridas do país, como no interior do Nordeste.
A energia heliotérmica já é utilizada em outros países, como na Espanha. No vídeo a seguir é possível perceber a comparação feita entre os dois países, ambos com capacidade natural para tal investimento. Conheça mais detalhes:

Referências: Agência Brasil, Energia Heliotérmica

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Luciana Reis

Formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, com experiência como jornalista freelancer na produção de conteúdo para revistas e blogs.

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