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Paris 2024: como a tecnologia está redefinindo o desempenho nos Jogos Paralímpicos

Engenharia 360
por Equipe de Redacao 360
| 29/08/2024 | Atualizado em 06/09/2024 5 min
Imagem de Daniel Zappe, Exemplus, CPB, reproduzida de Olimpíada Todo Dia

Paris 2024: como a tecnologia está redefinindo o desempenho nos Jogos Paralímpicos

por Equipe de Redacao 360 | 29/08/2024 | Atualizado em 06/09/2024
Imagem de Daniel Zappe, Exemplus, CPB, reproduzida de Olimpíada Todo Dia
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Os Jogos Paralímpicos são sinônimos de superação, resistência, inclusão e também de revolução tecnológica. As mais diversas soluções de engenharia vêm auxiliando no desempenho de atletas com deficiência. E especialmente pensando em Paris 2024, os cientistas desenvolveram desde novas próteses até cadeiras de rodas equipadas com sensores avançados. Isso deve ampliar ainda mais as possibilidades no mundo dos esportes, redefinindo os limites do que é possível. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!

Jogos Paralímpicos de Paris 2024
Imagem de Alaor Filho, MPIX, CPB, reproduzida de Surto Olímpico

A evolução da tecnologia assistida para o esporte

Antes de tudo, você sabe o que é tecnologia assistida? Bem, é um conjunto de recursos (equipamentos, metodologias e mais) que ajudam na promoção e funcionalidade de pessoas com alguma deficiência ou mobilidade reduzida. E esse campo dentro das engenharias tem avançado demais nos últimos anos. Prova disso são os novos lançamentos de próteses, cadeiras de rodas, dispositivos vestimentais, entre outros. Os designs atuais estão mais personalizados do que nunca, contribuindo ainda mais para o bom desempenho dos atletas.

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Aliás, os softwares de computador têm facilitado a criação de equipamentos sob medida, adaptados à fisiologia de cada pessoa. O que ainda ajuda a melhorar a experiência, tornando a prática do esporte mais confortável e segura.

Próteses e órteses

Especialmente as próteses e órteses estão agora mais inteligentes. Elas podem vir com sensores e atuadores, ajustando-se automaticamente aos movimentos dos atletas. Muitos desses dispositivos podem ser conectados via Bluetooth a sistemas digitais, permitindo que os usuários realizem ajustes durante as competições, garantindo máxima performance.

Jogos Paralímpicos de Paris 2024
Imagem de Ottobock reproduzida de WIPO

Cadeiras de rodas

As cadeiras de rodas de alto desempenho também estão sendo desenvolvidas com materiais inteligentes e sensores digitais, que ajudam a monitorar a rotação das rodas e pressão durante o movimento. Essa tecnologia permite, na prática, a adaptação a diferentes tipos de terreno, oferecendo mais estabilidade e eficiência aos atletas.

Jogos Paralímpicos de Paris 2024
Imagem reproduzida de Comitê Paralímpico Brasileiro

A neurotecnologia e a integração digital para os Jogos Paralímpicos

É importante destacar que, nas últimas edições dos Jogos Paralímpicos, muitos atletas têm se beneficiado de soluções tecnológicas que vão bem além dos dispositivos físicos - como próteses e cadeiras de rodas. Podemos citar, por exemplo, as interfaces cérebro-computador (BCIs) e sistemas de neurofeedback, que ajudam os esportistas a melhorar sua concentração, controlar o estresse e otimizar funções cognitivas durante as competições. São um suporte adicional, por assim dizer.

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Análise de dados

Como falamos no tópico anterior, atualmente, a integração digital tem feito parte das Paralimpíadas, bem como de outras competições mundiais. Lembramos dos dispositivos conectados via Bluetooth, mas também devemos citar os sistemas de análise de dados. Um exemplo é o sistema TritonWear, que fornece informações detalhadas sobre a eficiência dos movimentos dos nadadores, permitindo que seus técnicos ajustem as estratégias de treinamento conforme o necessário.

As ferramentas de análise de dados também auxiliam no pós-evento. Softwares avançados processam as informações coletadas durante treinos e competições, oferecendo insights sobre o rendimento e estratégias para evitar lesões. Esta abordagem contribui para o desenvolvimento contínuo da ciência dos esportes adaptativos e para o aprimoramento dos atletas.

Jogos Paralímpicos de Paris 2024
Imagem de Daniel Zappe, Exemplus, CPB, reproduzida de Olimpíada Todo Dia

Inclusão e imersão na experiência dos espectadores

Para finalizar, as novas tecnologias também estão transformando a experiência de assistir aos Jogos Paralímpicos, tornando-a mais acessível e envolvente. Hoje os espectadores podem contar com descrições de falas, áudio Dolby Atmos e realidade virtual, proporcionando aos fãs dos esportes uma nova maneira de acompanhar os eventos, permitindo mais interação com as competições e os atletas - que veem essa inclusão também como uma espécie de vitrine para o seu talento e determinação.

Veja Também: Atletas-engenheiros usam tecnologia para brilhar nas Paralimpíadas

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O futuro dos Jogos Paralímpicos com a Engenharia

Infelizmente, nem tudo são flores. Uma pesquisa recente da Universidade de Sorbonne, na França, destacou que enquanto os Jogos Paralímpicos promovem avanços recentes em termos de infraestrutura e acessibilidade, também expõem as fragilidades existentes, como disparidade no acesso a tecnologias assistidas - o que inspirou a campanha de conscientização "Equipped for Equity", lançada pela OMS em parceria com o Comitê Paralímpico Internacional. Aliás, muitos nem têm acesso a tecnologias básicas, como cadeiras de rodas, punhos para esgrima e aparelhos auditivos de qualidade - a mesma triste realidade de 2,5 bilhões de pessoas no mundo.

Jogos Paralímpicos de Paris 2024
Imagem reproduzida de Corpus Ortopedia e Reabilitação

Nos Jogos Paralímpicos, temos representantes tanto de países ricos (usando soluções de última geração) quanto de países pobres (com próteses improvisadas e equipamentos obsoletos). E havendo essa disparidade, podemos colocar em cheque a validade dessas competições. Afinal, essa desigualdade limita o desempenho dos atletas e impede que muitas pessoas com deficiência, mas talento e habilidade, participem das atividades esportivas e sociais.

Se as Paralimpíadas são um marco na promoção de tecnologias, incluindo as assistidas e adaptativas, nada melhor do que usar este momento para refletir sobre o tema. Os engenheiros e empresas de engenharia têm o dever de contribuir com seu conhecimento de aerodinâmica, materiais leves e mais para ajudar a otimizar a performance e garantir o conforto dos atletas. Veja o caso da Airbus, que está trabalhando para desenvolver equipamentos paralímpicos de alto desempenho.

Jogos Paralímpicos de Paris 2024
Imagem reproduzida de Comitê Paralímpico Brasileiro

Para completar, a colaboração entre a indústria e o setor acadêmico é fundamental para impulsionar a inovação. Universidades e centros de pesquisa desenvolvem novas tecnologias e materiais, que são posteriormente adaptados e comercializados pela indústria.


Fontes: itforum, Diário da Feira, rfi.

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