Lidar com as questões sociais, especialmente os direitos da população de rua, é um grande desafio para os governos. Neste contexto, é crucial que a engenharia, junto com outras áreas, considere essa população vulnerável e trabalhe em soluções para garantir sua segurança e bem-estar.
A arquitetura solidária surge como uma abordagem inovadora e promissora para enfrentar esse problema, reconhecendo a moradia digna como um direito fundamental e agindo com urgência para atender às necessidades desses indivíduos. Acompanhe este artigo do Engenharia 360 para saber mais!
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Exemplos de projetos de arquitetura solidária para população de rua
Cápsulas Inteligentes
O arquiteto Shail Patel criou cápsulas independentes para solucionar a falta de moradia usando Inteligência Artificial.
As cápsulas são projetadas para oferecer conforto, privacidade, luz natural, ventilação e sistemas de aquecimento e resfriamento sustentáveis. Elas são construídas com materiais ecológicos e possuem um design modular que permite expandir o projeto para abrigar mais pessoas. As estruturas também são equipadas com painéis solares e sistemas de coleta de água da chuva para maior sustentabilidade.
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Mini Casas
As casas pequenas têm sido utilizadas como uma alternativa emergencial para abrigar pessoas em situação de vulnerabilidade social -com destaque para o período da pandemia da Covid-19.
O Mabury Bridge Housing Project em San Jose é uma vila composta por 40 casas temporárias construídas por voluntários do Habitat for Humanity por US $ 6.500 cada. As unidades possuem cerca de 7,5 m² e contam com ar-condicionado, aquecimento, cama de solteiro, mesas e prateleiras.
Neste projeto as áreas comuns, incluindo banheiro, cozinha, lavanderia, espaço para socialização e exercícios físicos, além de um jardim comunitário, são compartilhadas. No entanto, o limite de estadia é de 60 dias, e espera-se que a pessoa encontre um lugar para viver permanentemente após esse período. A saber, San Jose enfrenta uma crise habitacional, com um aumento de 42% no número de pessoas sem casa desde janeiro de 2019.
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Casas Malucas
O artista americano Gregory Kloehn fundou o "Projeto de Casas Sem-Teto" em Oakland, Califórnia, para construir abrigos habitáveis para pessoas que vivem nas ruas.
Kloehn coleta lixo em desuso, como excesso de utensílios domésticos, e transforma em paredes, telhados, portas, janelas e fechaduras para criar estruturas de pequena escala. Ele usa uma paleta de cores vibrante e detalhes de design para cada casa, além de materiais inteligentes, como telhados de folhas de plástico descartadas. Todas as casas são móveis para acomodar o estilo de vida nômade dos residentes sem-teto.
Cápsulas Futuristas
Na Alemanha, cápsulas de dormir feitas de madeira e aço foram instaladas para proteger pessoas em situação de rua do frio no inverno. As cápsulas são equipadas com isolamento térmico, painéis solares e podem abrigar até duas pessoas. Elas estão conectadas a uma rede de rádio para comunicação e não exigem papelada ou check-in.
Um sensor de movimento avisa assistentes sociais quando a escotilha de acesso é aberta e a identidade dos usuários é mantida em anonimato. E a fundação Caritas realiza os reparos em caso de danos e oferece ajuda direta aos usuários.
Cápsulas de Madeira
O arquiteto James Furzer criou cápsulas de madeira que podem ser acopladas às paredes dos prédios em Londres para oferecer abrigo temporário a moradores de rua. As pequenas casas são feitas com madeira compensada e moldura de metal, oferecendo um espaço confortável e seguro para tirar algumas horas de descanso.
O projeto foi vencedor do prêmio de 5 mil euros oferecidos pelo concurso Space for New Visions e uma campanha de crowdfunding foi criada para arrecadar fundos para a construção das cápsulas.
Cápsulas para dormir
Uma organização de caridade chamada Amazing Grace Spaces criou dois tipos de "pods para dormir" em Newport, País de Gales, para acomodar o crescente número de pessoas sem-teto na cidade. Os pods fornecem acomodação de emergência com uma cama, uma luz, um banheiro e até um carregador de celular.
Não há limite de tempo definido para o uso dos pods e a caridade espera ter a chance de construir relacionamentos significativos com aqueles que dormem neles. Os pods custam entre £ 5.000 ($ 6.548) e £ 6.000 ($ 7.858) cada um e foram colocados em um terreno de um empreendedor local. A instituição planeja aumentar o número de pods em Newport, mas precisa de apoio e patrocínio para atingir seu objetivo.
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Fontes: Casa Vogue, Casa Abril, R7, Razões para Acreditar, Hypeness, The Epoch Times, Design Boom.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.