Um objeto exposto em Nova York, que pertenceu ao descobridor da tumba de Tutancâmon, dá uma prévia sobre as cores utilizadas na Arte do Egito Antigo
O homem sempre gostou de ouvir histórias sobre as culturas antigas e sempre foi fascinado por observar relíquias resgatadas em sítios arqueológicos. É uma maneira de viajar no tempo e tentar descobrir o que aconteceu ao longo dos séculos aqui na Terra. Algumas destas peças encontradas inclusive nos dão uma perspectiva diferente sobre como as pessoas viviam no passado, o que lhes era essencial, o que apreciavam mais.
Sabemos que a arte sempre acompanhou o desenvolvimento humano, prova disso são as mais diferentes pinturas rupestres e hieróglifos já encontrados – inclusive na Amazônia. E uma peça bem peculiar, guardada no acervo do MET, em Nova York – recentemente divulgada nas mídias, demonstra ainda mais a força que a arte teve na história mundial. Saiba tudo sobre ela no texto a seguir!

O objeto
A peça artística que ficou recém-famosa na Internet pertencente hoje ao MET, é originária do Antigo Egito e pode ter sido criada entre 1390 e 1352 a.C.. Trata-se de uma placa de mármore, com poucos centímetros de comprimento e tendo seis buracos na parte superior onde, acredita-se, um artista costumava armazenar certa quantidade de tinta – que poderia ser para a pintura de retratos ou para a escrita diplomática. Mas antes de chegar ao museu, ela estava de posse de Lord Carnarvon, o mesmo que lançou a expedição que acabou descobrindo a tumba de Tutancâmon, em 1923.

A paleta egípcia
Na peça guardada no museu nova-iorquino, está gravada uma inscrição dizendo que a mesma era de um serviçal do faraó Amenós III – também conhecido como “O Magnífico”, líder da 18ª dinastia do Império Novo e responsável por grandes obras de expressão artística deste período. Também é possível detectar nela alguns fragmentos intactos de tinta em seis tons diferentes – vermelho, verde, azul, amarelo, preto, branco -, cada qual indicado por um símbolo particular. E, sendo assim, ficou conhecida como “a paleta de cores mais velha já registrada pelo homem“.

A importância da descoberta
A cor sempre foi uma questão importante na elaboração artística em várias culturas, mas em especial nas culturas antigas – incluindo os gregos e os romanos -, algo fortemente relacionado com tradição, religião e simbolismo. Acredita-se que o motivo das cores nesta paleta egípcia ainda estarem bem preservadas em tons vibrantes, depois de milhares de anos, seria em razão de seu processo de fabricação – a partir de elementos extraídos da natureza.


Veja Também: Saiba quais materiais eram empregados na engenharia da antiguidade
Estudar uma peça como esta é algo precioso para os historiadores, ajudando os a entender como estas pessoas do passado retratavam sua “visão de mundo egípcio”, quais seus aspectos imaginativos, além dos parâmetros adotados pelos artesãos. Eis o que eles sabem quanto as cores da paleta:
- Vermelho: utilizado, por exemplo, para a representação de tronos, discos solares, montanhas, portas das naos, pupila de olhos, figos, pães, hipopótamos, jubas de leões e vestes.
- Verde: utilizado para a representação de flores, partes de deuses e vestes.
- Azul: utilizado para a representação de tronos, flores de lótus, cabelos de deuses e bancos.
- Amarelo: utilizado para a representação de cântaros, pães, esteiras, colunas, braseiros, colares, cestos, barcas, gatas, luas, panteras, carneiros e vestes.
- Preto: utilizado para a representação de andorinhas e morte.
- Branco: coisas sagradas, como as utilizadas em rituais.

Fontes: Megacurioso, Rosetta dos Ventos, Hypeness.
O que achou deste texto? Deixe sua opinião nos comentários!

Simone Tagliani
Graduada em Arquiteta & Urbanismo e Letras; especialista em Artes Visuais; estudante de Jornalismo Digital e proprietária da empresa Visual Ideias - Redação, Edição e Produção de Conteúdos.