No primeiro dia do mês de junho de 2021, o cabo submarino conhecido como EllaLink começou a funcionar. O equipamento de fibra óptica é o primeiro de alta capacidade a interligar Brasil e Europa. Seu principal benefício é fornecer Internet rápida e estável aos usuários.
Trajeto do EllaLink
Partindo de Fortaleza, o cabo segue em direção à Sines, em Portugal. Dentro da Europa, é interligado por cabos terrestres a Lisboa, Madri, Barcelona e Marselha. E, com um total de 6 km, o EllaLink também se conecta, pelo Oceano Atlântico, com Cabo Verde, Mauritânia e Marrocos.
Dentro do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro recebem as informações diretamente da capital cearense.
As vantagens trazidas pela tecnologia
A conexão vai potencializar as oportunidades de pesquisas, desenvolvimento de projetos e programas na América Latina e Europa pelos próximos 25 anos – tempo estimado para a vida útil do cabo submarino.
Para os usuários, os benefícios aparecem após operadoras de internet, serviços de streaming, de nuvem e financeiros adquirirem parte da capacidade de tráfego. Essas melhorias aparecem na alta velocidade e baixa latência e na segurança de transmissão de dados.
Alta velocidade e baixa latência
Segundo a própria desenvolvedora do projeto, o EllaLink tem capacidade de tráfego de 100 Terabits por segundo. Isso significa que o tempo de resposta de conexão deve cair em 50% - uma informação leva menos de 60 milissegundos para ir de um ponto ao outro no EllaLink.
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Essa alta velocidade é possível graças à fibra óptica. Essa tecnologia não envia os dados da mesma maneira que cabos convencionais. Uma explicação resumida é que o sinal transmitido é transformado em luz, com auxílios de conversores integrados aos transmissores. Dessa maneira, a velocidade de transmissão é muito superior e a perda de dados é mínima!
Segurança de dados
Outra vantagem do EllaLink é a de fornecer mais segurança na comunicação. Isso porque é uma conexão direta, sem passar por um país intermediador, como os Estados Unidos.
A saber, o projeto desse cabo submarino começou em 2012, mas ganhou força só depois de um episódio vazado de espionagem norte-americana. Na época, documentos do ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Edward Snowden, apontaram que o órgão teve acesso a ligações e e-mails de políticos e civis brasileiros.
O valor do projeto foi estimado em US$ 185 milhões, sendo a maior parte financiada pela própria EllaLink.
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Veja Também: Como funciona a fibra ótica?
Outro futuro
O governo brasileiro se juntou com Argentina, Austrália e Nova Zelândia para outro projeto de cabo submarino de fibra óptica que ligará América do Sul, Ásia e Oceania, conhecido como Humboldt. Este possível próximo cabo deve custar em torno de US$400 milhões e prevê uma capacidade inicial de transmissão de dados de 400 Gigabits por segundo.
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Fontes: G1, Olhar Digital, EllaLink
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Rafael Panteri
Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia, com parte da graduação em Shibaura Institute of Technology, no Japão; já atuou como estagiário em grande conglomerado industrial, no setor de Sistemas Elétricos de Potência.