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Girl Power: como as mulheres têm se destacado nos cargos de alta gestão?

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por Ana Claudia Santos
| 27/12/2021 | Atualizado em 03/05/2024 3 min
Imagem de Martine por Pixabay

Girl Power: como as mulheres têm se destacado nos cargos de alta gestão?

por Ana Claudia Santos | 27/12/2021 | Atualizado em 03/05/2024
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Como é a diversidade de gênero e o seu impacto positivo nas organizações? Em 2017, uma pesquisa realizada por uma das mais conhecidas consultorias americanas (McKinsey and Company) demonstrou que existe uma correlação clara entre a diversidade de gênero e a lucratividade. Então, por que temos somente 43% de cargos de gestão ocupados por mulheres? E por que, desses 43%, a maioria está concentrada em posições mais baixas de chefia?

Em 2019, outra pesquisa realizada pela Bain & Company, em parceria com o LinkedIn trouxe a informação de que, apesar da maioria (87% das mulheres e 66% dos homens) entender que esse é um assunto importante a ser tratado, somente 40% dos respondentes afirmaram que acreditam que a empresa está realmente se importando com a questão. Dessa forma, podemos chegar à conclusão de que a gestão de diversidade de gênero precisa deixar de ser mero discurso e se tornar práticas comuns e naturais das organizações.

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Imagem reproduzida de Mckinsey

Quais os desafios na gestão de diversidade de gênero?

A Universidade Federal de Santa Maria publicou um importante estudo em 2014. O texto contava que foi feito um questionário entre CEOs, Vice Presidentes, Diretoras, Superintendentes e Gerentes mulheres. E foi identificado que, dentre inúmeras dificuldades para ascensão da mulher nas organizações, são os seguintes desafios para o alcance de tais cargos:

  • Alto nível de escolaridade;
  • Adaptação da Identidade;
  • Existência de um mentor ou patrocinador.

Dentre tais barreiras, a que mais impressiona é a adaptação da identidade. Para atingir cargos de alta gestão, as mulheres entrevistadas, em sua maioria, precisam mudar suas identidades. Também mudar suas maneiras de agir dentro da organização para serem ouvidas. E tudo isso para terem suas ideias reconhecidas e saírem de suas capas de invisibilidade que seu gênero atribui dentro das empresas.

Essa mudança ocorre na adoção de posturas mais "masculinizadas", tanto de fala, posicionamento, vestimentas, postura, tom de voz, dentre outros fatores que atribuem à mulher um debate "de igual" com homens, assegurando uma espécie de "respeito" que vai além do cargo ocupado.

Outra barreira encontrada pelas entrevistadas foi a necessidade de ter um mentor, ou um patrocinador, em sua maior parte homens, que fossem capazes de defendê-las em situações de divergências dentro das organizações. Infelizmente, isso denota que, ainda nos dias de hoje, as mulheres precisam ser vistas como donzelas indefesas que precisam de "proteção", até mesmo em cargos de altos níveis de gestão.

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Imagem de StartupStockPhotos por Pixabay

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Como mudar essa realidade preconceituosa?

Antes de tudo, é preciso reconhecer que a empresa nada mais é do que um reflexo de nossa sociedade e, como tal, está recheada de preconceito de gênero - dentre outros tão importantes e negativos quanto. O próprio ato de reconhecer as disparidades dentro das organizações já gera um movimento de mudança de cultura organizacional. Expandir a consciência dos colaboradores é essencial para uma transformação no posicionamento da empresa, se voltando para uma cultura mais diversa e criativa.

O que precisa ficar claro para as organizações é que a Gestão da Diversidade é, por definição, um conceito estratégico. E como tal, deve estar diretamente ligada a investimentos de longo prazo, inovação e que tem ligação direta e indireta, por consequência, a aumentos de rentabilidade e competitividade. Dessa forma, culturas diversas devem sempre ser estimuladas, mas não devem em nenhuma hipótese ser confundidas com "caridade", ou filantropia.

Ter uma gestão diversa contribui de maneira direta e positiva para a criatividade das equipes. Pesquisas e mais pesquisas apontam para essa direção e a organização que não enxerga as mudanças e o quanto isso pode trazer ganho de competitividade em seus resultados, sem dúvidas, em um contexto globalizado, vai ficar para trás.

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Imagem de RAEng_Publications por Pixabay

E para encerrar essa matéria - mas jamais o assunto - deixo o seguinte exercício de reflexão:

Quantas mulheres existem em sua empresa? Quantas delas ocupam cargos de gestão? Por quê?


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Ana Claudia Santos

Engenheira de Produção, Mestranda em Desenvolvimento Empresarial, MBA em Engenharia Econômica e Financeira pela UERJ e amante de música, leitura e lógica nebulosa nas poucas horas vagas. @anacseng07

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