Saneamento básico é um conjunto de medidas que busca garantir a saúde e bem-estar da população por meio de água potável, coleta de esgoto, destinação adequada de resíduos e drenagem urbana. É importante para prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida da população, além de contribuir para a preservação do meio ambiente.
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A situação do saneamento básico no mundo
O saneamento básico no mundo varia amplamente de país para país e até mesmo dentro dos países. Em geral, países desenvolvidos tendem a ter sistemas de saneamento mais avançados e bem estabelecidos, enquanto países em desenvolvimento podem ter acesso limitado a água potável e tratamento de esgoto.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), cerca de 2,2 bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a serviços de água potável seguros e 4,2 bilhões não têm acesso a serviços de saneamento básico seguro. Isso pode levar a doenças transmitidas pela água, como cólera e diarreia, que podem ser fatais.
Países, como o Haiti e a Etiópia, têm sistemas de saneamento básico subdesenvolvidos e muitas pessoas dependem de fontes de água não seguras, como poços e rios.
Em geral, a falta de saneamento básico é um problema global e muitos esforços estão sendo feitos para melhorar a situação em todo o mundo. Isso inclui investimentos em infraestrutura de saneamento, educação sobre higiene e saneamento e a implementação de políticas para garantir o acesso universal a água potável e saneamento básico seguro.
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O cenário do saneamento básico na Índia
O saneamento básico na Índia é um desafio significativo devido ao tamanho da população e às desigualdades econômicas e sociais no país. De acordo com o governo indiano, em 2021, cerca de 75% das casas rurais e 80% das casas urbanas tinham acesso a banheiros. No entanto, a falta de acesso a saneamento básico seguro ainda é um problema crítico no país.
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Áreas rurais
As áreas rurais da Índia enfrentam o maior desafio de saneamento básico. Muitas aldeias não têm instalações sanitárias adequadas, e muitas pessoas defecam ao ar livre. Isso pode levar à disseminação de doenças e à poluição ambiental.
Áreas urbanas
Nas áreas urbanas, a infraestrutura de saneamento é geralmente melhor, mas ainda há muitas lacunas. Muitas favelas e assentamentos informais nas cidades indianas não têm acesso a serviços de saneamento básico adequados. Além disso, muitas vezes há uma falta de tratamento de esgoto adequado nas cidades, o que pode levar à poluição da água e a problemas de saúde pública.
Embora ainda haja desafios significativos, o governo indiano e várias organizações não governamentais estão trabalhando para melhorar o saneamento básico em todo o país, incluindo o lançamento de programas como o Swachh Bharat Abhiyan. Esses esforços incluem a construção de instalações sanitárias, a promoção de boas práticas de higiene e saneamento, e a conscientização sobre a importância do saneamento básico seguro.
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O pragrama para rede sustentável de banheiros e remoção de lodo
Para combater problemas de engenharia sanitária na Índia, como esgoto a céu aberto e contaminação de águas subterrâneas, fez-se necessária a criação de uma rede sustentável de banheiros nas comunidades e atuação das empresas de remoção de lodo (ORL), como parte da Missão Cidade Inteligente lançada pelo governo. A ideia era remover a matéria sólidas das fossas, enquanto uma rede subterrânea de esgoto é instalada em fases.
Agora, na prática, este desafio era maior ainda. Por exemplo, na cidade histórica de Tiruchi, próxima de Tiruchirapalli, no estado de Tamil Nadu, apenas cinco mulheres prestam serviços comerciais de limpeza de fossas sépticas - um trabaho árduo que geralmente é apenas realizado por homens. Uma dessas mulheres é Parameshwari Gunasekaran, que tem 33 anos de experiência na área. Seu trabalho envolve a prática da catação manual, limpando, carregando ou descartando excrementos humanos.
Embora essa prática tenha sido proibida por lei em 2013, ainda é comum em cidades pequenas. As mulheres ORLs dizem que clientes oferecem gorjetas aos trabalhadores para convencê-los a entrar nas fossas na ausência delas. Por essa razão, elas fazem questão de estar presentes nos locais de trabalho desde o começo.
Há outros desafios também, como discriminação social. Algumas pessoas se negam a dar água às operadoras de saneamento, por considerar o trabalho humilhante. Mas, para as ORLs, esse trabalho é crucial para a saúde pública e a qualidade de vida das pessoas. Além disso, elas relatam que os trabalhadores muitas vezes precisam remover produtos de higiene pessoal que foram descartados inadequadamente nas fossas, o que é nojento, mas necessário.
A saber, especialmente em Tiruchi, há cerca de 70 empresas de RL. Para abrir uma firma nesse campo é preciso dispor de caminhões velhos reformados e equipados com tanques e mangueiras a vácuo, ao custo aproximado de 15 laque de rúpias (cerca de R$ 12.000). É um negócio competitivo, mas essencial para a saúde pública e o bem-estar das pessoas.
Embora haja dificuldades, como a falta de mecânicos especializados, a discriminação social e os custos operacionais, as mulheres ORLs que superaram esses obstáculos têm alcançado sucesso pessoal e profissional, como K. Aravalli, que é dona de dois caminhões limpa-fossas e administra uma equipe de quatro funcionários. À medida que mais áreas de Tiruchi recebem a rede subterrânea de esgotos, as ORLs estão adaptando sua base de clientes, atendendo em áreas rurais e distritos vizinhos.
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Fontes: Folha de São Paulo.
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Eduardo Mikail
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