Um intercâmbio, sem dúvidas, é uma experiência inigualável em que você aprende muito mais do que espera e que, aproveitando as oportunidades, pode fazer você crescer muito como pessoa e como profissional. Hoje quero dividir com vocês um pouco da minha experiência acadêmica nos Estados Unidos pelo programa Ciência sem Fronteiras.
No Brasil eu curso Engenharia de Produção e, na faculdade americana, eu cursei Engenharia Industrial e de Sistemas. Algumas disciplinas eram parecidas com as que eu teria/tive aqui e outras eram completamente diferentes, e essa foi a primeira coisa que agregou a minha carreira: estudar engenharia de produção com o olhar americano, em uma classe majoritariamente de alunos americanos. O estilo da aula, o envolvimento da turma nas atividades, a quantidade de trabalhos e deveres de casa… Tudo era diferente. Essa abordagem diferente abriu minha mente para novas possibilidades, novas formas de resolver problemas e muito, muito aprendizado acadêmico.
Outros diferenciais da universidade americana em relação a minha universidade no Brasil foram a infraestrutura e a quantidade de atividades extraclasse oferecidas: tive acesso a laboratórios de altíssimo nível, onde podíamos configurar e colocar para funcionar pequenas linhas de produção, montar e desmontar peças, simular novos métodos de trabalho, cronometrar atividades, etc e sempre contando com profissionais para nos orientar. Além disso, eram oferecidas várias atividades extraclasse sobre empreendedorismo, cursos em Six Sigma, visitas técnicas, palestras, e por aí vai.
A faculdade em que eu estudava recebe muitos alunos estrangeiros e também muitos alunos com deficiência – principalmente auditiva e de fala – e essa convivência dia-a-dia me ensinou a respeitar culturas e religiões completamente diferentes da minha, e inclusive isso também me ensinou a trabalhar melhor em equipe, a saber lidar com as opiniões e limitações das pessoas e a estar mais aberta a aprender com elas.
Muito mais que aprender a falar uma outra língua, o intercâmbio é uma fase de superação e muitos outros aprendizados. Por exemplo, na disciplina de empreendedorismo que cursei, o projeto principal era criarmos uma empresa da mesma forma que criaríamos na vida real e vender (vender de verdade!) os nossos produtos, no final do período teríamos uma apresentação e juízes para decidir qual o melhor trabalho. Na minha equipe éramos 3 brasileiros, nenhum dos outros alunos quiseram se juntar a nós… Porém, não nos abalamos, e mesmo sendo a única equipe sem nenhum americano vendemos mais do que as outras equipes. Não vencemos a competição, mas fizemos um ótimo trabalho que foi muito elogiado pelos juízes, pela professora e pelas outras equipes.
O intercâmbio foi muito proveitoso pra mim e, se você pensa em fazer também, te aconselho a ir de cabeça aberta e dar sempre o melhor de si. Não pense que o fato de você ser estrangeiro te faz ser pior, pelo contrário, mostre todo seu potencial e agarre todas as oportunidades!
Se você quer participar do Programa Ciência sem Fronteiras, acesse www.cienciasemfronteiras.gov.br e saiba como.
E você, já fez intercâmbio? Gostaria de fazer? Deixe suas perguntas, experiências e comentários!

Eduardo Mikail
Engenheiro Civil e empresário, tem o empreendedorismo como estilo de vida. Já trabalhou em uma das maiores construtoras do país e hoje é sócio-fundador da Mikail Engenharia, além do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e maiores veículos especializados no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Adora viajar e adquirir conhecimento, pois acredita que é a maior riqueza do ser humano. Busca constantemente transformar as dificuldades em desafios. Segue lá no Instagram @eduardomikail