Alguns pesquisadores da University of South Florida conseguiram transformar gases do efeito estufa em outros compostos usando os poderosos microrganismos. A técnica foi publicada recentemente na conceituada revista Nature.
O responsável é o professor Ramon Gonzalez e sua equipe de pesquisa. O processo é baseado em uma enzima que, nos seres humanos, é responsável pela degradação de ácidos graxos de cadeia ramificada, dividindo longas cadeias de carbono em pedaços menores. Porém, o objetivo era fazer o inverso e, a partir de moléculas de carbono, criar compostos maiores.
A “mágica” acontece devido ao fato de que os pesquisadores conseguem modificar essa enzima e inseri-la em microrganismos. A escolhida foi a bactéria E. coli, muito comum no trato intestinal de humanos e animais e também muito usada para modificações genéticas.
Quando essas bactérias são inseridas em materiais como metanol, formaldeído, dióxido de carbono e metano, ocorre um processo de bioconversão metabólica. Assim, eles são transformados em compostos mais complexos.
Essa pesquisa representa um avanço na conversão de carbono e tem grande potencial de modificação de processos petroquímicos atuais. Além disso, ele é capaz de fornecer um novo método para a redução de gases do efeito estufa liberados na atmosfera durante a produção do petróleo.
Isso acontece porque o petróleo, quando bombeado para fora do solo, possui muito gás associado. Em grande parte das vezes, esse gás é queimado e o produto dessa queima é liberado na atmosfera. É um recurso desperdiçado que pode, por meio dos microrganismos modificados, se tornar economicamente viável.
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Adotando a nova técnica, os produtores de petróleo não só aproveitam um novo produto como reduzem seu impacto ambiental ao não liberar na atmosfera os outros gases gerados no processo de queima. Os produtos gerados do uso do microrganismo modificado podem ser usados na indústria de modo geral. Alguns exemplos desses produtos são o etilenoglicol e o ácido glicólico. Com múltiplos benefícios, os pesquisadores esperam que a técnica seja adotada em breve.
Fontes: Phys.org.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.