Neste texto, o Engenharia 360 comenta um relatório publicado recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que enfatiza a urgência de mudarmos nossas ações. O documento enfatiza que precisamos agir agora para conter o aquecimento global e limitá-lo a 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. Isso inclui mudar as práticas na construção civil para escolhas mais sustentáveis, que demandam menos energia, e que emitem menos carbono na atmosfera.

Aliás, vale destacar que o setor da construção civil é responsável hoje por 37% das emissões globais. Há muito carbono incorporado em seus materiais; poucas reutilizações, reciclagens e reusos; e raras ações para diminuir a pegada de carbono. Ao mesmo tempo, a janela de oportunidades de negócios voltados ao combate das mudanças climáticas está se fechando rapidamente. Por isso, está mais do que na hora de agirmos para mitigar o impacto de nossas ações sobre a natureza.

O que é necessário para reverter o cenário do aquecimento global?

Não é segredo algum que já estamos vivendo uma nova era, bastante dramática, consequência das mudanças climáticas aceleradas pelo aquecimento global causado, sobretudo, pelas emissões de gases de efeito estufa. A perspectiva é que haja até o final do século o aumento de 3,2 graus Celsius - que pode parecer pouco, mas não é. E, infelizmente, todo o movimento global realizado neste momento não está sendo suficiente para frear essas mudanças.

Para manter o aquecimento abaixo de 1,5 graus Celsius, o relatório da ONU destaca ações urgentes. Isso inclui cortes de emissões e uso de combustíveis fósseis em grandes setores da indústria, como agricultura, transporte, energia e construção civil. Depois, maior preservação e plantio de árvores. Também menos consumo de carne. E, por fim, mais investimento em novas tecnologias, sobretudo para remoção de dióxido de carbono da atmosfera.

Qual é a proposta para cortes maciços de emissões no setor da construção?

Especialmente pensando na construção civil, o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) junto do Centro de Ecossistemas + Arquitetura da Universidade de Yale propõe cortes drásticos de emissões.

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Para descarbonizar este setor, são oferecidas soluções como:

• Evitar o desperdício: Reduzir emissões construindo menos e reutilizando edifícios existentes, usando menos materiais na construção e promovendo a reutilização e reciclagem.
• Mudar para materiais renováveis de base biológica: Incluir madeira, bambu e biomassa, reduzindo as emissões compostas em até 40% no setor até 2050, mas requerendo políticas e apoio financeiro.
• Melhorar a descarbonização de materiais convencionais: Priorizando a eletrificação da produção com energias renováveis, o aumento da utilização de materiais reutilizados e reciclados, e a implementação de tecnologias inovadoras.

Além disso, o relatório destaca a importância de políticas, certificações, educação e regulamentações para incentivar práticas circulares em toda a cadeia de construção, desde a extração até o descarte de materiais, a fim de reduzir as emissões de carbono no setor.

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Quais são os exemplos de estratégias de descarbonização utilizadas em diferentes países?

De fato, alcançar as metas propostas pela ONU não é tarefa fácil. Aliás, incentivar e passar a fazer escolhas mais sustentáveis é um desafio para o setor da construção civil. No exterior, muitos países estão trabalhando para a descarbonização da sua economia. Um exemplo é o aumento no uso de materiais de base biológica. Também maior apoio a projetos que preveem reciclagem, reutilização e diminuição do desperdício nas obras. E, por fim, investimentos em sistemas e técnicas que gastam e dependem menos de combustíveis fósseis e energia elétrica.

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Fontes: UNEP.

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Eduardo Mikail

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