Recentemente, a Islândia deu um passo importante em direção à luta contra as mudanças climáticas. O país inaugurou a maior usina de captura de carbono do mundo, a Mammoth, desenvolvida pela empresa suíça Climeworks. Essa ação faz parte de sua meta ambiciosa de capturar megatoneladas de CO₂ até 2030 e gigatoneladas até 2050. Apresentamos os números completos no artigo a seguir, do Engenharia 360!
Inauguração de Mammoth
A Mammoth tem capacidade para capturar 36 mil toneladas de CO2 da atmosfera por ano utilizando tecnologia de captura direta de ar (DAC). É muito? Sim! Porém, infelizmente, os especialistas dizem que isso é pouco em comparação às emissões globais, que ultrapassam 40 bilhões de toneladas por ano, e até mesmo às emissões da própria Islândia, que emite 3,54 milhões de toneladas de CO₂ por ano. Mas vamos colocar em outra perspectiva, pelo menos a Mammoth já tomará uma fração dessas emissões.
A saber, apenas uma das empresas que já comprou créditos de carbono da Climeworks, foi de 13 milhões de toneladas métricas em 2022. E vale citar que a capacidade da Mammoth de captura de carbono é dez vezes maior que a da Orca, a primeira planta de captura de carbono da Climeworks.
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Funcionamento da Mammoth
A tecnologia de captura direta do ar (DAC) da Mammoth é vista como promissora na mitigação das emissões de gases de efeito estufa.
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A usina foi projetada para utilizar energia renovável em seu processo de captura de carbono, necessitando apenas de calor de baixa temperatura, como água fervente. Seus coletores são modulares, equipados com ventiladores que aspiram o ar ambiente. O mesmo entra em contato com os filtros que absorvem o CO₂ - aliás, esse mecanismo passa eventualmente por regeneração térmica, onde são aquecidos a cerca de 100 graus Celsius.
O gás capturado na Mammoth pode ser só armazenado ou encaminhado para diversas aplicações. Por exemplo, o CO₂ pode ser bombeado e injetado profundamente no subsolo, onde reage com formações rochosas basálticas para formar minerais sólidos ao longo do tempo. Uma ideia é a produção de energia geotérmica via fontes proveniente de fontes renováveis geotérmica.
Impacto global e perspectivas futuras
Soluções de engenharia como as da Mammoth são um pequeno passo contra um mundo que caminha totalmente contra. Mas ainda há esperança! Nos EUA, por exemplo, grandes investimentos estão sendo feitos atualmente em tecnologia de captura de carbono, com US$ 3,5 bilhões alocados para estabelecer hubs de captura direta do ar em todo o país.
Replicar modelos como da Climeworks não é fácil, incluindo altos custos e consumo de energia. Além disso, a oposição à construção de novos gasodutos destaca as complexidades de levar a tecnologia de captura direta do ar para uma escala global. Outro desafio é a necessidade de encontrar locais adequados para o armazenamento seguro do CO2 capturado.
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De todo modo, é importante que os países continuem lutando para reduzir, a qualquer custo, as emissões em todos os setores da economia. A captura de carbono deve ser combinada com outras medidas, como a redução de emissões, o investimento em energias renováveis e a proteção das florestas. Um caminho alternativo? A tecnologia de bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS), que também pode contribuir para alcançar a neutralidade de carbono.
Lembre-se: o futuro do planeta depende de nossa capacidade de agir agora e de forma ambiciosa para enfrentar esse desafio global das mudanças climáticas.
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Fontes: climainfo, Interesting Engineering, Fast Company Brasil.
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Eduardo Mikail
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