Fato comum entre engenheiras e engenheiros é dar certa atenção às especificações de eletrônicos na hora de comprar um novo. Escolher uma câmera boa e um design legal para smartphones, contudo, ultrapassa a categoria do pessoal das exatas e atinge todos os usuários. E vamos convir: ninguém gosta daquelas lentes protuberantes na parte traseira do celular.

Lentes planas e mais finas:
Com o perdão do trocadilho, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, se uniu para acabar com a saliência: profissionais de engenharia elétrica e de computação desenvolveram um novo tipo de lente ótica, muito mais fina e leve do que a das câmeras convencionais, que também funcionam com imagens noturnas, um benefício futuro para smartphones e drones, além de câmeras de visão noturna para soldados ou cientistas em campo, por exemplo.
Enquanto as lentes convencionais para câmeras de smartphones têm alguns milímetros de espessura, as lentes recém-desenvolvidas têm apenas alguns mícrons de espessura. Isso significa que são mil vezes mais finas que as lentes comuns, o que também reflete (tu dum tss) no seu peso. O processo de desenvolvimento desta nova lente envolveu a fabricação de um tipo de polímero com várias microestruturas que dobram a luz na direção do sensor. Paralelamente, houve a criação de algoritmos que calculassem a geometria dessas microestruturas.
Quer um plus? O design dessas microlentes permite que elas sejam confeccionadas em plástico, em vez de vidro, o que também pode reduzir o custo de fabricação.

Aplicações futuras:
O resultado é uma lente plana, em vez de curvada, e mais de 20 vezes mais fina que um cabelo humano, com a capacidade adicional de ser usada em imagens baseadas em visão de calor (por infravermelho) para ver objetos no escuro.
Um exemplo de uso mais imediato dessa tecnologia seria permitir que drones militares mais leves voassem por mais tempo em missões noturnas ou mapeassem incêndios florestais, ou procurassem vítimas de desastres naturais. Outra possibilidade, também voltada para o mapeamento de áreas e busca seria na ciência, no que tange biologia e meio ambiente. Além disso, soldados, pesquisadores ou quem quer que seja, poderiam carregar câmeras de visão noturna e drones muito mais leves por períodos mais longos.
Quer saber sobre a aplicação do reconhecimento de imagens?
Veja Também: Reconhecimento de padrões por inteligência artificial.
Fonte: PNAS.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.