Inspirados por um dos maiores insetos no planeta, pesquisadores da Universidade Konkok, na Coreia do Sul, desenvolveram um robô-besouro capaz de voar por até 9 minutos. Aplicações específicas ainda são uma incógnita, mas isso dá margem para bastante pesquisa em design, aerodinâmica e programação.
A engenharia do besouro-robô
Para imitar o voo do besouro, o grupo de cientistas desenvolveu um mecanismo de asa que criasse um grande ângulo e também produzisse sustentação para compensar o peso do KUBeetle-S. De acordo com o professor que liderou o projeto, "como o KUBeetle-S não está equipado com superfícies de controle na cauda, ao contrário de um passageiro convencional, suas asas batendo devem ser capazes de produzir momentos de controle apenas mudando a cinemática das asas no meio do movimento de bater”.
O gerador de movimento instalado no robozinho permite que o KUBeetle-S alterne seu movimento para alterar seu plano de curso para direita, esquerda, para frente e para trás, permitindo, finalmente, o redirecionamento de sua sustentação vertical conforme desejado e simultaneamente gerando momento de controle.
Aplicações potenciais
Esses robozinhos poderiam alcançar lugares de difícil acesso a equipamentos maiores, principalmente pensando em monitoramento. Daí vai da imaginação dos pesquisadores quanto a potenciais aplicações, que podem ir desde operações militares até registros de vida selvagem, ao serem implantados em habitats específicos. Aplicações ambientais de robótica são uma tendência que a gente já comentou por aqui, e dão palco de atuação não só para profissionais de automação, como também de engenharia de materiais.
Próximas etapas
Além de buscar novas estratégias de design, o objetivo dos pesquisadores, a médio prazo, é estender o tempo de voo do robô-besouro, que atualmente alcança 9 minutos. Além disso, o grupo de cientistas pretende instalar um sistema de visão a bordo para voo de navegação.
Outra demanda é a verificação de melhor estabilidade durante a transição de voo, por exemplo, permitindo alternar entre voos rápidos, para em seguida pairar no ar na ocasião de algum distúrbio de vento ou alguma outra adversidade. Como meta final, os pesquisadores pretendem tornar o robozinho autônomo.
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Fontes: arXiV. IJMAV.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.