Foi na manhã do dia 29 de outubro de 2020 que, repentinamente, a marquise de um imóvel na Praça Oito, na região central de Vitória (ES), desabou. O ocorrido destaca a importância da manutenção e vistoria de estruturas.
O vendedor ambulante Willian Barbosa, de 44 anos, foi a única pessoa atingida. Segundo matéria exibida pela TV Gazeta, o camelô sofreu ferimentos na cabeça e foi levado para o antigo Hospital São Lucas, atualmente o Hospital de Urgência e Emergência.
Condições do imóvel antes do desabamento
Segundo a Defesa Civil municipal, a construção do prédio data de 1930, no entanto teve sua marquise construída tempos depois de sua inauguração. Contudo, não há mais informações sobre quando isso ocorreu.
Atualmente o imóvel funciona como loja de produtos eletrônicos e acessórios para celulares. A loja, aliás, foi inaugurada no próprio dia do acidente. Apesar de não ter havido feridos entre os que estavam na loja, pelo menos cinco pessoas ficaram presas no local, esperando a ajuda de militares e bombeiros.
De acordo com Tenente Pennafort, do Corpo de Bombeiros, houve falta de manutenção e inspeção preventivas no imóvel.
“A estrutura é envelhecida. Eles colocaram as placas da loja tapando a marquise, então não conseguimos ter uma visualização exata da estrutura, mas parece se tratar mesmo de falta de manutenção. (...) Com o acúmulo de água pode ocorrer infiltração, porque a marquise tem pouca drenagem, então vai acumulando e com o tempo as drenagens entopem, a infiltração chega na armadura e vai corroendo o ferro”, relata o Tenente.
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Na verdade, a própria placa do estabelecimento pode ter ajudado a estrutura a cair. Para Jonathan Jantorno, coordenador da Defesa Civil de Vitória, as condições do imóvel estavam realmente precárias.
“(...) Existia uma placa de publicidade muito grande que não permitia a visualização do dano. Inclusive a placa pode contribuir para a sobrecarga da estrutura. A partir de agora nós fizemos a retirada, demolição e limpeza do local, para evitar novos acidentes, e vamos fazer a avaliação de risco", disse Jantorno.
Interdição do imóvel
Logo depois do ocorrido, a Guarda Municipal de Vitória isolou o local. Para a retirada da estrutura que bloqueou a entrada da loja, foi utilizada uma retroescavadeira.
Além disso, também foi removida uma parte da marquise que ficou pendurada, assim como a marquise lateral, que embora estivesse intacta, precisou ser demolida a fim de evitar novos acidentes.
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A vistoria do local foi feita na tarde do mesmo dia, pela Defesa Civil Municipal. Assim, o imóvel foi interditado. Foi exigido que o dono do estabelecimento, chamado Davi Rodrigues, apresentasse um laudo técnico. Segundo ele, a queda foi completamente inesperada.
“A gente não esperava por isso. Temos outra loja também, três pontos antes de onde foi o acidente”, conta o dono do estabelecimento.
Manifestação do Crea
A queda da marquise trouxe à tona um debate necessário acerca da manutenção de estruturas. Logo após a ocorrência, o presidente do Crea do Espírito Santo, Ricardo Guariento, se manifestou. Para ele, tudo aconteceu por mero descaso à situação da edificação.
"Engenharia sem manutenção não é engenharia", sentenciou Guariento.
Além disso, fez questão de falar sobre a importância da vistoria pela prefeitura e órgãos responsáveis. Assim como lembrou da necessidade de avaliar o tipo de cada construção.
"Na engenharia, todo local em que passa um grande volume de água, pode ocorrer a agressão das armaduras ao longo do tempo, gera oxidação, a estrutura pode perder a resistência e termos o colapso daquela estrutura. São efeitos de causa e consequência", explicou o presidente do Crea.
Qual a sua opinião sobre esse e outros acidentes que ocorrem por negligência? Conte para a gente aqui embaixo!
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Clara Ribeiro
Jornalista especializada em Arquitetura e Engenharia, especialista em redação SEO, edição e revisão de textos, Marketing de Conteúdo e Ghost Writer, além de Redação Publicitária e Institucional; ávida consumidora de informação, amante das letras, das artes e da ciência.