É muito comum, em tratamentos que envolvem a automedicação, que pacientes cometam erros ao realizá-la. Havendo a necessidade de ingerir comprimidos ou cápsulas, ou mesmo de injetar insulina em si mesmo, sempre há um risco de que o paciente não consiga cumprir os protocolos adequados.
É importante lembrar que isso pode acontecer em qualquer tipo de medicina. Tanto na alopatia, homeopatia, quanto em outras vertentes, a medicação irresponsável pode trazer sérios riscos e consequências graves.
Para enfrentar esse problema da automedicação, um grupo de pesquisa do Massachusetts Institute of Technology (MIT) está unindo sensores sem fio a inteligências artificiais. "Alguns trabalhos anteriores relatam que até 70 por cento dos pacientes não tomam insulina conforme é prescrito, e muitos não usam inaladores adequadamente", disse Dina Katabi, professora do grupo.
Ou seja, pacientes podem nem perceber quando cometem um erro. Sendo assim, a equipe projetou um sistema automatizado que cumpre essa função.
Entre os principais autores do estudo, estão: Mingmin Zhao, um estudante de doutorado no Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial do MIT (CSAIL), Kreshnik Hotie, atual membro do corpo docente da Universidade de Prishtina em Kosovo. Já entre os co-autores, estão: Hao Wang, ex pós-doutorando do CSAIL e atual membro do corpo docente da Rutgers University, e Aniruddh Raghu, um aluno de PhD do CSAIL.
Sistema funciona como um roteador Wi-Fi
O sistema pode ser instalado em casa, e funciona como um radar, se utilizando de ondas de rádio para agir. Similarmente a um roteador Wi-Fi, o dispositivo rastreia movimentos dentro de um raio de 10 metros.
LEIA MAIS
Depois disso, a leitura desses sinais refletidos é feita por uma IA. Esta, os traduzem em informações que indicam o que o paciente está fazendo. Assim, uma vez que a IA não detecta nenhuma automedicação sendo feita em determinada hora, ela imediatamente faz um aviso. Anteriormente, já houve pesquisas nesse sentido, utilizando os mesmos meios para monitorar as posições de dormir das pessoas.
“Uma coisa boa sobre este sistema é que ele não exige que o paciente use nenhum sensor”, diz Mingmin Zhao. “Ele pode até funcionar quando há barreiras, da mesma forma que você pode acessar seu Wi-Fi quando está em uma sala diferente do roteador.”
Além da facilidade que é não precisar de fios, a rede também traz um alto nível detalhamento na detecção e seus respectivos avisos. Como, por exemplo, reconhecer se um paciente mantém pressionada sua seringa de insulina por cinco segundos em vez dos 10 segundos que são prescritos.
Privacidade de pacientes automedicados foi preocupação
Sobre a realização das pesquisas, Zhao afirma que existem outras possibilidades, como por exemplo o uso de câmeras ao invés de ondas de rádio. “Mas usar um sinal sem fio é muito menos invasivo. Não mostra a aparência das pessoas”, diz ele.
De fato, a novidade se mostra eficiente, mesmo sem usar imagens filmadas. Ou seja, seu bom desempenho independe disso, sendo este fator considerado uma vantagem por Zhao.
Desse modo, é possível reduzir visitas desnecessárias ao hospital. Afinal, é possível que os médicos responsáveis também sejam notificados com os relatórios do aparelho, de forma remota. E, considerando o momento de pandemia, pode-se dizer que essa também é uma valiosa vantagem.
Você não acha interessante como a engenharia está presente até na saúde? E o que achou dos benefícios do novo sensor? Conte nos comentários!