Uma das maiores consequências da Pandemia de Covid-19 pelo mundo foi o aumento da desigualdade, levando milhares de pessoas à uma situação de extrema pobreza. Talvez seja possível dizer que nunca se viu tanta fome no Brasil como nesse último ano. Milhares de voluntários espalhados por todos os estados e cidades estão empenhados em amenizar essa dor. Eles têm criado ou mantido, com muito esforço, lindos projetos que contribuem para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade em nosso país. Dentre estas ações está a da Horta Comunitária de Manguinhos - destaque na imprensa internacional. Saiba mais sobre ela no texto a seguir!
Sobre a Horta de Manguinhos
A horta comunitária de Manguinhos está localizada na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Como ela, não há igual ou maior na América Latina. Sua área soma o equivalente a 4 campos de futebol. Trata-se de uma instalação que foi feita sobre um antigo terreno da Cracolândia, consequência de uma ação administrada pela Unidade de Polícia Pacificadora da região em parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Claro que a Horta Manguinhos não atua sozinha. Ela faz parte de uma rede de hortas cariocas que está presente em 16 comunidades e em 23 escolas do Rio. E algo muito parecido pode ser conferido também em comunidades carentes de outras cidades brasileiras. É o caso da fazenda urbana de Paraisópolis, em São Paulo.
“O nome dessa horta é Hortas Carioca, mas o sobrenome dela é Resgatar Vidas. Eu estava desempregado e não sabia o que ia ser de mim. Hoje, essa horta resgatou não só minha vida, como a de outras pessoas que trabalham aqui dentro."
- agente Ezequiel Dias, reportagem de Voz das Comunidades.
Participação da comunidade
O projeto da horta de Manguinhos emprega atualmente cerca de 21 trabalhadores, mas ela sempre está aberta a novos colaboradores e voluntários. Só com o que essas pessoas conseguem produzir, já é possível atender normalmente 800 famílias.
Claro que a Pandemia trouxe alguns desafios. O número de contribuições para Manguinhos diminuiu, mas o trabalho se manteve estável. Em média, são colhidas 2 toneladas de alimentos todos os meses - no verão mais hortaliças com raízes, como batata doce e quiabo, e no inverno mais folhas. O que não é doado é vendido a preços simbólicos em feiras locais ou até na Ceasa - sendo que o lucro obtido é dividido entre os agricultores complementando o valor das bolsas oferecidas a eles pela prefeitura.
"O que a gente produz, a gente traz para casa, doa para outros moradores e também vende. Temos um carrinho para expor os produtos e vendê-los a preço simbólico. Também oferecemos nossos alimentos em feiras e até na Ceasa. Tudo o que a gente vende, a gente divide entre a gente, independente da bolsa que a gente ganha."
- Ezequiel, em reportagem do jornal O Dia.
Retorno para a sociedade
Manguinhos ajuda a livrar muitos cariocas da fome, principalmente moradores de rua. Mas o projeto também contribui positivamente para o Rio de Janeiro de outras formas. Muitos cidadãos que acompanham ou participam de suas atividades, de algum modo, aprenderam a se alimentar melhor. Inclusive, uma parcela dos trabalhadores foi resgatada do desemprego e da depressão, afastados de muitas doenças ou simplesmente da ociosidade.
A reestruturação do espaço que estava ocupado pela Cracolândia fez diminuir a criminalidade na região; evitou a ocupação irregular; e promoveu a inclusão social de diversos moradores locais. Usuários de drogas foram encaminhados para abrigos qualificados para a sua recuperação. Além disso, naturalmente se expulsou da zona animais como ratos e baratas.
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Por fim, a horta ainda desenvolve outro projeto paralelo que serve às crianças da comunidade na época das férias e aos finais de semana - fora do período de Pandemia, claro. O objetivo é ensinar às novas gerações a importância de plantar e consumir verduras. Quem quiser se envolver com essas e outras atividades semelhantes, deve procurar a casa do trabalhador que fica nos fundos da Unidade de Pronto Atendimento da região. Os candidatos passam por um processo de seleção e são encaminhados para os setores parceiros. O que acha? Bora participar?!
Você também ficou emocionado com este projeto social? Conhece outro bom exemplo de urbanismo que transformou alguma comunidade? Escreva nos comentários!
Fontes: Aljazeera, Jornal O Dia, Hypeness, Diário do Rio, Voz das Comunidades, Só Notícia Boa.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.