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Hidrogênio: por que o Japão utilizou o combustível na Tocha das Olimpíadas?

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por Simone Tagliani
| 05/08/2021 | Atualizado em 16/01/2023 5 min
Imagem extraída de Fala! Universidades

Hidrogênio: por que o Japão utilizou o combustível na Tocha das Olimpíadas?

por Simone Tagliani | 05/08/2021 | Atualizado em 16/01/2023
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O Japão afirmou estar realizando as Olimpíadas mais sustentáveis. Saiba onde o hidrogênio entra nesta história!

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O Japão afirmou estar realizando as Olimpíadas mais sustentáveis. Saiba onde o hidrogênio entra nesta história!

Em 2011, presenciamos pela televisão o terrível desastre de Fukushima. Foi aí, nesse momento, que entendemos como o país ainda defendia tanto a utilização de energia nuclear. Mas a tragédia trouxe uma oportunidade de reflexão também. Agora, tem-se uma grande ambição com relação ao hidrogênio! Inclusive, isso ficou evidente durante a realização das Olimpíadas 2021, quando a tocha e a pira olímpica foram acesas com este combustível. Saiba mais!

A tocha olímpica dos Jogos de Tóquio 2021

A tocha olímpica é um tipo de símbolo dos Jogos Olímpicos. Ela é inicialmente acesa em Atenas, local de origem do evento, por volta do ano de 776 a.C. Depois ela viaja por dias, percorrendo dezenas de cidades no país que sediará a próxima edição. Por fim, ela é carregada até seu destino, que é o topo da pira olímpica, a grande chama que fica acesa até o final dos jogos Olímpicos e Paralímpicos.

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Imagem extraída de Agência Brasil - EBC
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Imagem extraída de Esportes R7

Neste ano, a tocha utilizada nas cerimônias das Olimpíadas de Tóquio apresenta um design icônico. A peça foi desenhada pelo designer Tokujin Yoshioka e é inspirada nas flores de cerejeira japonesas e suas pétalas. Sua estrutura é composta de alumínio reciclado, feito com metal recuperado das construções após o devastador terremoto e o tsunami que atingiram o leste do Japão em 2011. E o combustível utilizado para acender sua chama foi o hidrogênio!

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Imagem extraída de
Bernadete Alves

O hidrogênio nas Olimpíadas

O hidrogênio foi, então, essencial para acender a tocha e a pira olímpica nos Jogos de Tóquio 2021. Mas esse composto químico também foi utilizado para alimentar a vila olímpica a partir de uma usina solar na zona de exclusão criada, há uma década, após o acidente nuclear de Fukushima. E, ademais, os carros para transporte oficial dos jogos também funcionam com combustível de hidrogênio.

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AP Photo - Koji Sasahara - Outra cidade

Os planos do Japão para o hidrogênio

Dizem os especialistas que o hidrogênio seria uma boa solução para salvar o clima das emissões de carbono. Bem, há mais de cem anos, em 1807, foi apresentado o primeiro motor movido a hidrogênio, uma alternativa para substituir o carvão. Mas duas coisas fizeram as pessoas deixarem de lado ideias como estas: outros materiais, incluindo o carvão e o petróleo, sempre foram mais baratos; depois, houve o desastre com o dirigível de hidrogênio de Hindenburg, que explodiu em 1937.

O próprio Japão defendeu, por muito tempo, o uso de energia nuclear, por exemplo. Mas, inspirado nas pesquisas e investimentos em tecnologia de países como Austrália, Coréia, Arábia Saudita, Omã e Luxemburgo, passou a acreditar no potencial do hidrogênio. Agora, o Japão, que tem a maior rede mundial de estações de abastecimento do gás, pretende usá-lo para substituir os combustíveis fósseis em indústrias pesadas, como a siderúrgica. Além disso, já investiu na distribuição do combustível.

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As qualidades do hidrogênio

O hidrogênio é raramente queimado diretamente como uma fonte de combustível; em vez disso, ele é usado como condutor de energia. Na prática, ele pode estar em:

  • células de combustível dentro de motores de veículos;
  • processos industriais em que são necessárias temperaturas acima de 400°C;
  • abastecimento de caminhões, navios e aviões; e
  • produção desde cimento a aço e fertilizantes.
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Imagem extraída de Diário do Nordeste

“No passado, nossa tecnologia e indústria se preocuparam em extrair, distribuir e usar o petróleo. E agora, no futuro, haverá a captação, distribuição e o uso do sol — e o que tornará isso possível é o hidrogênio.” - Saehoon Kim, diretor da divisão de células de combustíveis da Hyundai, em um webinar da associação comercial britânica em 2020.

Sim, as petrolíferas enxergam o hidrogênio como uma fonte de renda em potencial, visto que a demanda por gasolina e diesel tem diminuído. Inclusive, a Airbus, segunda maior fabricante mundial de aviões, revelou no ano passado seus planos de lançar três modelos de aviões a hidrogênio, de emissão zero, que poderiam entrar em operação até 2035.

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Imagem extraída de Engenharia 360

O hidrogênio só perde mesmo para a tecnologia dos carros elétricos. Em verdade, a sua fabricação requer muita eletricidade. Desse modo, só faz sentido ao meio ambiente dependendo do tipo de energia usada para produzi-lo. Mas para outros sistemas de transporte de combustível fóssil que não podem ser facilmente conectados à rede elétrica, esse composto químico pode vir a ser a chave para a redução das emissões de carbono.

Os desafios para a produção de hidrogênio

A disponibilidade do hidrogênio é “ incerta demais para substituir os combustíveis fósseis, por exemplo(...)”, disse Falko Ueckerdt, do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático. Especialistas no setor dizem que criar cadeias de produção globais para fabricar e distribuir hidrogênio é pesado e ineficiente, especialmente quando a infraestrutura teria que ser construída do zero.

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Imagem extraída de Revista Química e Derivados

Diante disso, talvez só valesse a pena a produção de hidrogênio no mundo para aplicações como fonte de energia com baixo teor de carbono. Já a demanda em áreas como o aquecimento de edifícios poderia dar uma vantagem ao hidrogênio azul barato e gerar “risco às metas climáticas”.

Então, o que você acha? Será que vale mesmo a pena a utilização de hidrogênio? Escreva nos comentários!

Veja Também: Esqueça os veículos elétricos: o futuro é do hidrogênio


Fontes: Casa Vogue, Diálogo Chino, Revista Casa e Jadim.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

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