Eventualmente, podemos observar no horizonte, em indústrias químicas, petroquímicas e de refino, além de plataformas de exploração offshore, plantas de processamento de gás natural e aterros sanitários, muita chama e fumaça de vapor saindo de torres. Essas torres são chamadas de 'flare'. Trata-se de estruturas altas e finas, projetadas para funcionar como dispositivos de combustão de gás em queima controlada de resíduos. Mais informações no texto a seguir, do Engenharia 360!
Quando os flares são usados?
Os flares são acionados quando é realizada na indústria queimaduras controladas de gases residuais, como metano, que não podem ser processados ou capturados. Sua principal função na indústria petroquímica é garantir a segurança de operações ao liberar pressão excessiva, evitando explosões ou incêndios.
Vale destacar que, durante essas operações, a pressão interna dos sistemas deve ser mantida dentro dos limites ideais indicados. Então, assim, é feito de modo seguro o gerenciamento de gases residuais gerados durante a extração e processamento de elementos petroquímicos.
Qual a razão para se fazer queima controlada?
Em princípio, aos olhos dos leigos, essa queima para combustão ou gás residual não tem lógica; porém, há uma razão científica para isso. Entenda, quando o gás é queimado dentro da indústria, ele se transforma em dióxido de carbono (CO2) e vapor d'água. E embora o CO2 seja um gás de efeito estufa, sua queima, nesse cenário, reduz significativamente a liberação de metano na atmosfera. E o metano, para quem não sabe, é muito mais prejudicial à natureza, favorecendo o aquecimento global.
Resumindo, diferente do que parece, a prática do flaring (acendimento dos flares) tem um propósito positivo, que é minimizar os impactos ambientais associados à emissão de gases. E, quando a queima é eficiente, resulta em uma chama brilhante e alta, com redução de combustão completa e menor liberação de emissões. Mas isso, é claro, pode assustar aqueles mais desavisados!
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Como os especialistas em meio ambiente veem o uso de flare?
Apesar das vantagens operacionais dos flares, sua utilização levanta muita preocupação em ambientalistas. A pergunta mais frequente está relacionada às emissões geradas durante a queima. Isso porque, embora a liberação de CO2 seja menos agravante do que a de metano, ela ainda é danosa à natureza, agravando o efeito estufa no planeta. Logo, faz-se necessário a apresentação de alternativas ao flaring.
A saber, segundo dados da NASA, as temperaturas globais estão aumentando em média 0,2°C por década devido à concentração crescente de gases de efeito estufa. A poluição atmosférica afeta a saúde de milhões de pessoas, levando ao agravamento de doenças respiratórias e cardiovasculares. E, por fim, as mudanças climáticas estão contribuindo para a extinção de espécies e mudanças de ecossistemas.
São possíveis alternativas ao flaring:
- Reinjeção do gás natural: Em vez de queimá-lo, o gás pode ser reinjetado nos poços para aumentar a produção de petróleo.
- Captura e armazenamento de carbono (CAC): Tecnologias avançadas estão sendo pesquisadas para capturar CO2 antes que ele seja liberado na atmosfera.
- Uso de tecnologias limpa: Investimentos em energias renováveis e tecnologias mais limpas podem reduzir a dependência do petróleo e minimizar as emissões associadas.
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Qual a perspectiva para o futuro da indústria petroquímica?
A indústria petroquímica deve continuar a desempenhar um papel fundamental na economia global. Porém, diante da crise climática, ela provavelmente cederá às pressões e buscará formas de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Neste cenário, empresas e governos precisam adotar uma postura mais proativa, integrando práticas sustentáveis em suas operações, investindo em novas tecnologias de captura e armazenamento de carbono, e implementando políticas de gestão mais rigorosas.
Para concluir este texto, queremos falar do plano da Petrobras para sua descarbonização. O projeto prevê a separação de contaminantes em FPSOs (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência) e rejeitos em reservatórios. Em paralelo, estão sendo realizados estudos de como utilizar o CO2 em estado supercrítico (quando apresenta propriedades físicas entre os estados líquido e gasoso) para gerar energia elétrica em combinação com turbinas a gás, tanto no onshore quanto no offshore. Esse é um pequeno passo para uma grande transformação na indústria!
Fontes: Química Jr, oeco.
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Eduardo Mikail
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