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O Brasil na Guerra: A Engenharia Nacional por Trás das Bombas de Fragmentação

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por Redação 360
| 27/07/2023 5 min
Imagem reproduzida de U.S. Army via Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Bomba_de_fragmenta%C3%A7%C3%A3o#/media/Ficheiro:Demonstration_cluster_bomb.jpg

O Brasil na Guerra: A Engenharia Nacional por Trás das Bombas de Fragmentação

por Redação 360 | 27/07/2023
Imagem reproduzida de U.S. Army via Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Bomba_de_fragmenta%C3%A7%C3%A3o#/media/Ficheiro:Demonstration_cluster_bomb.jpg
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Aposto que essa você não sabia! Atualmente, o Brasil produz e exporta bombas de fragmentação, proibidas em 120 países.

As bombas de fragmentação são consideradas uma violação do direito internacional dos conflitos armados devido ao perigo que representam para civis e à possibilidade de falha no lançamento, deixando-as armazenadas no local por décadas após o conflito. Em 2008, uma convenção internacional chegou a proibir a fabricação e o uso dessas armas em países signatários, mas o Brasil se recusou a assinar o acordo. E essa posição do país levanta questões sobre a ética e responsabilidade na venda de armas proibidas internacionalmente.

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Inclusive, a Otan, principal aliança intergovernamental militar do Ocidente, avalizou o uso das bombas de fragmentação pela Ucrânia em sua guerra contra a Rússia. Essa posição da Otan foi considerada "desconfortável" por alguns, pois essas armas são consideradas cruéis e representam um risco significativo para civis.

bomba de fragmentação
Imagem reproduzida de U.S. Air Force via Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Bomba_de_fragmenta%C3%A7%C3%A3o#/
media/Ficheiro:B1-B_Lancer_and_cluster_bombs.jpg

Veja Também: Guerra da Ucrânia: como funciona o sistema antiaéreo fornecido pela Alemanha

Como funciona o mecanismo de uma bomba de fragmentação?

Uma bomba de fragmentação, também conhecida como bomba cluster, é um tipo de armamento que inclui centenas de submunições ou fragmentos, chamados de submunições, armazenados em um contêiner. Essas submunições são dispersadas durante o lançamento, atingindo uma ampla área e representando um grande risco para civis, já que não conseguem diferenciar alvos combatentes de civis.

E justamente essas bombas é que são consideradas uma violação do direito internacional dos conflitos armados devido ao seu alto potencial de causar danos indiscriminados.

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São as partes de uma bomba de fragmentação: corpo (invólucro externo), submunições (fragmentos projetados para se dispersarem), mecanismo de dispersão (libera as submunições), carga explosiva (responsável pela explosão e liberação das submunições), estabilizadores (garantem a estabilidade durante o lançamento). Claro que diferentes tipos de bombas cluster apresentam características distintas.

bomba de fragmentação
Imagem reproduzida de O Globo, via Folha PE

Mecanismo de dispersão de fragmentos em uma bomba de fragmentação

Durante o lançamento, a bomba cluster se abre, liberando as submunições contidas em seu interior. Essas submunições são projetadas para se espalharem sobre uma área relativamente grande, cobrindo uma região maior do que uma bomba convencional, aumentando assim sua eficácia de alcance.

bomba de fragmentação
Imagem reproduzida de O Globo

Tipos de bombas de fragmentação existentes

Existem diferentes tipos de bombas de fragmentação, incluindo:

  • Bombas de fragmentação por impacto: As submunições são liberadas quando a bomba atinge o solo ou o alvo. Elas possuem uma capacidade menor de cobrir grandes áreas.
  • Bombas de fragmentação de altitude: As submunições são liberadas a uma certa altitude acima do solo, o que permite uma dispersão mais ampla e eficaz.
  • Bombas de fragmentação de dispersão manual: Nesse tipo, a dispersão das submunições é realizada por paraquedas ou algum outro mecanismo que retarda a queda, permitindo que sejam lançadas a partir de aeronaves em voo baixo e criando uma cobertura mais ampla.

A carga explosiva é acionada de acordo com o tipo de bomba de fragmentação: por impacto quando atinge o solo, de altitude com programação para explosão em certa altura acima do solo, ou de dispersão manual, após a liberação das submunições para que se espalhem antes de atingir o solo. O uso dessas bombas é altamente controverso devido ao risco para civis, levando a proibições em acordos internacionais.

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Como é feito o projeto e fabricação das bombas de fragmentação?

As bombas de fragmentação são projetadas e engenhadas para diversos propósitos, seja no âmbito militar ou civil, como em demolições controladas. A seleção cuidadosa de materiais, como aço endurecido ou ligas especiais, é essencial para garantir a resistência da carcaça às forças do explosivo e a condições adversas. A determinação das zonas de impacto e dispersão dos fragmentos é realizada por meio de simulações computacionais e testes físicos, levando em conta a quantidade de explosivo e a configuração interna dos fragmentos.

Agora, a segurança é uma preocupação primordial no projeto dessas bombas, e medidas preventivas são implementadas para evitar falhas prematuras ou acionamentos acidentais. Sistemas de travamento, dispositivos de segurança e protocolos de teste são empregados para mitigar riscos. No entanto, é importante ressaltar que bombas de fragmentação são armamentos controversos, devido ao seu impacto humanitário significativo, e são proibidas em algumas regiões. O respeito ao direito internacional humanitário e às normas de desarmamento é fundamental ao lidar com essas questões sensíveis.

A título de curiosidade, três empresas brasileiras produzem esse tipo de explosivo, e ele já foi vendido para outros países, incluindo Arábia Saudita, Iêmen, Irã, Iraque, Malásia e Zimbábue. No passado, as bombas brasileiras foram usadas pela Arábia Saudita no conflito no Iêmen.

bomba de fragmentação
Imagem reproduzida de U.S. Army via Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Bomba_de_fragmenta%C3%A7%C3%A3o#/media/Ficheiro:Demonstration_cluster_bomb.jpg

Quais são os efeitos colaterais e riscos associados ao uso de bombas de fragmentação?

As táticas militares com bombas de fragmentação envolvem o lançamento dessas armas, que dispersam inúmeras submunições em uma ampla área para atingir múltiplos alvos. No entanto, o uso dessas bombas em conflitos apresenta sérios riscos e efeitos colaterais, especialmente em áreas civis. A imprecisão das bombas pode levar a danos colaterais significativos, causando vítimas civis e danos a infraestruturas não militares.

Além disso, submunições não detonadas se tornam restos explosivos de guerra, representando ameaças contínuas à segurança dos civis, mesmo após o conflito. Para garantir a segurança, essas bombas são transportadas e armazenadas com cautela, geralmente em depósitos seguros e com medidas de controle rigorosas. Antes do uso em operações militares, as bombas de fragmentação passam por testes extensivos de desempenho, precisão e segurança, visando minimizar falhas e acidentes.

Quais são as alternativas para substituir ou mitigar o uso de bombas de fragmentação?

Existem várias alternativas e abordagens em desenvolvimento para substituir ou mitigar o uso de bombas de fragmentação, que são armas controversas devido ao grande impacto humanitário e ambiental que causam. Algumas das principais alternativas incluem:

  • Munições Guiadas de Precisão
  • Uso de Drones
  • Armas Não Letais
  • Armas Baseadas em Energia
  • Desenvolvimento de Normas Internacionais
  • Educação e Sensibilização

É importante notar que a substituição ou mitigação completa do uso de bombas de fragmentação pode levar tempo devido a questões políticas, orçamentárias e de segurança. No entanto, o esforço contínuo em direção a alternativas mais humanitárias e precisas é fundamental para reduzir os impactos negativos dessas armas em áreas civis e no meio ambiente.

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Fontes: G1.

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