Na engenharia, tecnologia assistida inclui dispositivos que promovem a funcionalidade, autonomia, inclusão e qualidade de vida de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Um exemplo de inovação são os exoesqueletos, dispositivos mecânicos projetados para serem usados externamente ao corpo humano, melhorando a mobilidade ou aumentando a força e resistência de quem os utiliza.
Pois para este artigo, o Engenharia 360 quer compartilhar uma história que destaca a transformação que a tecnologia de exoesqueleto pode oferecer aos paraplégicos, oferecendo autonomia, mobilidade e esperança. É o caso do engenheiro Seunghwan Kim e sua vitória nas Olimpíadas Ciborgue com o dispositivo WalkON Suit F1, desenvolvido pelo Korea Advanced Institute of Science & Technology (KAIST), da Coreia do Sul. Confira mais detalhes a seguir!
O despertar da tecnologia assistiva
Todas as pessoas neste planeta buscam pela independência, especialmente aqueles que enfrentam desafios físicos significativos. E é através de propostas de engenharia, como os exoesqueletos, que muitos conseguem superar suas limitações.
Especialmente as Olimpíadas Ciborgue - oficialmente conhecida como Cybathlon, criada em 2013 -, tem sido palco para inovações tecnológicas assistidas. O evento, realizado na Suíça, promove o desenvolvimento de dispositivos que possam auxiliar pessoas com dificuldades de locomoção. Pode-se dizer que é um laboratório vivo, onde engenheiros e cientistas testam suas invenções (incluindo cadeiras de rodas robóticas e próteses inteligentes) em situações reais.
Na edição 2024, o exoesqueleto WalkON Suit F1 se destacou. A proposta dele é permitir que usuários paraplégicos se movimentem com mais liberdade, sem exigir assistência de terceiros para ser utilizado.
O que torna o WalkON Suit F1 único
O WalkON Suit F1 não é um exoesqueleto qualquer; de modo incrível, ele permite que o usuário se vista sozinho - uma funcionalidade que é, diga-se de passagem, revolucionária para esse tipo de engenharia. E durante a Cybathlon, Seunghwan Kim, membro da equipe do KAIST, pôde demonstrar isso muito bem, ajustando facilmente as presilhas e conectando o dispositivo ao seu corpo sem qualquer ajuda.
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Durante o evento, Kim conseguiu, usando seu exoesqueleto, realizar uma série de seis desafios em apenas 6 minutos e 41 segundos, um tempo recorde. As provas incluíram caminhar por espaços estreitos, carregar objetos, testar a precisão e controle do dispositivo, além de se deslocar sem muletas. Ou seja, foram todas tarefas de cotidiano, onde o WalkON Suit F1 provou sua superioridade tecnológica.
A saber, o gênio por trás desta inovação foi o professor Kyoung-Chul Kong, da KAIST, e sua equipe, em colaboração com a empresa Angel Robotics. Desde 2015, os pesquisadores trabalham com versões aprimoradas do exoesqueleto, culminando no modelo F1, com melhor densidade dos motores e eficiência, sistemas avançados de reconhecimento facial, e muito mais.
Funcionalidades avançadas
O sistema do WalkON Suit F1 utiliza um método de encaixe frontal, facilitando a transição da cadeira de rodas para o equipamento sem assistência externa. Além disso, o design do dispositivo incorpora uma série de tecnologias avançadas que garantem seu bom funcionamento. Isso inclui, por exemplo, motores com tecnologia de ponta; pontes e algoritmos de controle para equilíbrio e estabilidade de movimentos; ajuste de centro de gravidade; sistema de detecção de obstáculos; e Inteligência Artificial para treino e adaptação às necessidades individuais dos usuários.
O futuro das tecnologias assistivas
A exibição do WalkON Suit F1 nas Olimpíadas Ciborgue de 2024 foi um marco na história da engenharia. O sucesso das habilidades do exoesqueleto nos testes mostra como a tecnologia assistiva está pronta para ser integrada à vida diária daqueles que enfrentam desafios físicos, desde atividades recreativas a suporte em escritórios adaptados. Para pessoas como Seunghwan Kim, poder andar novamente traz uma sensação renovada de normalidade, liberdade, dignidade e inclusão social.
A expectativa é que a Cybathlon continue sendo um palco vital para mostrar como a engenharia pode transformar vidas. A cada nova edição, os limites devem ser desafiados e novas possibilidades devem surgir - quem sabe, em breve, teremos um mundo onde a mobilidade é sem barreiras! Pois a conquista de Seunghwan serve de símbolo dessa revolução. E a equipe KAIST deseja apresentar no futuro outras inovações em design de exoesqueletos. Vamos aguardar os próximos capítulos dessa história!
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Fontes: Canaltech, Techtimes, Kaist.
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