Diariamente, milhares de navios de carga navegam pelo mundo. Mas, recentemente, cargueiros passaram a fazer uma rota especial entre o porto de Hamburgo e a Antártica. E por quê? Bem, tem uma razão ótima para isso! Na verdade, eles levam material para uma região especial do território gelado, perto da estação de pesquisa Neumayer III, onde uma estufa de 12 metros quadrados foi construída, a Eden ISS. Saiba tudo sobre esse projeto no texto a seguir!
O projeto Eden-ISS, na Antártica
O projeto Eden-ISS existe desde 2018. Ele só é possível graças ao Alemão de Aeronáutica e Astronáutica, e o Instituto Alfred Wegener da Sociedade Helmholtz de Pesquisa Polar e Marinha, sob a direção de empresas internacionais parceiros da Irlanda, Itália, Canadá, Holanda, Áustria, Suécia e EUA. Ele está sendo financiado pelo programa europeu de pesquisa Horizon 2020. E pretende testar a questão do plantio e cultivo de alimentos em climas desfavoráveis, como desertos e regiões congeladas.
Hoje, quem cuida dos vegetais da estufa Eden-ISS é a cientista Jess Bunchek, do Centro Espacial Kennedy, da NASA. Ela pesquisou como os astronautas podem cultivar plantas com o mínimo de tempo e energia possível. Além disso, também testar algumas possibilidades de tecnologia de estufas para variedades robustas de plantas. A ideia é justamente chegar o mais perto possível das condições de uma missão de longo prazo no espaço - como na Lua ou em Marte!
Aprimoramento tecnológico
A estufa Eden-ISS assemelha-se a uma estação espacial, onde os cientistas têm acesso através de uma comporta, chegando a um compartimento iluminado por uma luz violeta artificial e com circuito fechado. O sistema de irrigação do complexo é ajustado para simular situações de gravidade zero, como é encontrado na Estação Espacial Internacional; o sistema retém e transporta a água para as plantas de maneira automática. E se usa um loop semifechado, coletando a água de evaporação através de um sistema de desumidificação.
A saber, tanto a Lua quanto Marte só poderiam ter estufas do tipo 'circuito fechado', reciclando objetos humanos e dióxido de carbono da atmosfera para fornecer comida e oxigênio para a tripulação.
"Estamos implementando três tecnologias principais para cultivar as plantas. Usamos lâmpadas LED resfriadas a água para fornecer luz, borrifamos as raízes das plantas a cada cinco minutos com uma solução nutritiva, injetamos dióxido de carbono na atmosfera ao redor das plantas e controlamos a umidade e a temperatura."
- Daniel Schubert, líder do projeto.
Produção de alimentos
Plantas são seres vivos, que precisam de alimento para sobreviver. Mas nas estufas construídas na Lua e em Marte elas só poderão contar com luz artificial e nada de solo. Mesmo assim, os cientistas afirmam que elas poderiam crescer e prosperar, assim como vêm acontecendo no clima polar - temperaturas que chegam a -50ºC.
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No interior da estufa Eden-ISS, os vegetais são cultivados com a técnica da aeroponia, que é quando as raízes das espécies são mantidas de modo suspenso, sem terra e sem luz solar, e também sem inseticidas e pesticidas. As raízes são borrifadas com uma mistura de nutrientes e as folhas são iluminadas com lâmpadas LED. O ar é enriquecido com CO2, sendo que os germes e os esporos são retirados pela filtração.
Mesmo numa situação tão desafiante, os resultados da Eden ISS foram surpreendentes! Em nove meses e meio, foram produzidos 268 quilos de alimentos, incluindo 67 quilos de pepinos, 117 quilos de alfaces e 50 quilos de tomates. Além disso, foram colhidos brócolis, rabanetes e outros vegetais. Tudo isso é destinado para a alimentação de pesquisadores, engenheiros, médicos e cozinheiros que passam o inverno na estação Neumayer III.
“Estamos interessados em saber se esses alimentos frescos podem causar um efeito psicológico positivo.”
- diretor da estação Berhard Gropp, do AWI.
A expectativa agora é de que até 2030 estufas como a Eden ISS estejam prontas para construção e uso em solo lunar.
Fontes: Deutschland, Olhar Digital.
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Eduardo Mikail
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