Engenharia 360

Estudantes brasileiros criam método para extrair ouro de lixo eletrônico

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por Lucie Ferreira
| 14/03/2016 2 min

Estudantes brasileiros criam método para extrair ouro de lixo eletrônico

por Lucie Ferreira | 14/03/2016
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(Foto: iStockphoto/LyaC)


 
Os estudantes Filipe de Almeida e Lúrima Uane Soares Faria, do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste), desenvolveram uma técnica vantajosa de extração de ouro de lixo eletrônico, sendo mais segura e rápida do que os métodos tradicionais: realizar hidrometalurgia sem o uso de cianeto de potássio.
Para compreender a importância da pesquisa, é preciso considerar que, apesar do alto teor de pureza obtido pela hidrometalurgia, a técnica costuma utilizar cianeto de potássio. Este, por sua vez, é uma substância tóxica que, mesmo em quantidades pequenas, pode causar a morte. Ao dispensar o cianeto, os estudantes conseguiram reduzir a toxicidade do método em cerca de 90%.
O próximo passo da dupla será testar o processo fora do laboratório, levando-o a uma escala maior para verificar a viabilidade econômica de sua aplicação. Para isso, eles ganharam bolsas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig ) e contam com uma verba de R$ 10 mil, conseguida por meio do prêmio Sustentabilidade Radix, conquistado no final do ano passado. Além disso, os estudantes pretendem pesquisar novas maneiras de retirar outros metais de lixo eletrônico, como prata, estanho, platina, níquel e chumbo.

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+ A riqueza do lixo eletrônico

 

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Metais provenientes de lixo eletrônico (Foto: Our Waste Matters)


 
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2014 foram produzidas 42 milhões de toneladas de lixo eletrônico em todo o planeta. A projeção é que essa quantidade chegue a 50 milhões de toneladas em 2018. De 60% a 90% desse lixo é descartado ou comercializado de forma ilegal (a tonelada pode custar cerca de US$ 500).
Quase um terço de uma placa de circuito impresso, presente em computadores, controles remotos e smartphones, é composta de metais, sendo 14% cobre, 6% ferro, 2% níquel, 2% zinco, 2% estanho, 0,3% prata, 0,04%ouro e 0,02% platina. Entretanto, eles são encontrados na forma de liga, dificultando a extração direta e exigindo o uso de métodos específicos, como a já mencionada hidrometalurgia e a pirometalurgia, na qual todo o lixo eletrônico é incinerado e, posteriormente, os metais são separados por ponto de fusão. Mas, esse processo gera gases tóxicos e resulta em metais recuperados com teor de pureza baixo.
Fonte: Época Negócios.

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Lucie Ferreira

Jornalista especializada.

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