Engenharia 360

Engenharia é a profissão mais presente entre CEOs e donos de grandes empresas

Engenharia 360
por Samira Gomes
| 29/01/2021 | Atualizado em 21/07/2022 4 min

Engenharia é a profissão mais presente entre CEOs e donos de grandes empresas

por Samira Gomes | 29/01/2021 | Atualizado em 21/07/2022

34 dos 100 melhores CEOs do mundo tinham formação em engenharia, segundo a lista da Harvard Business Review de 2018

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34 dos 100 melhores CEOs do mundo tinham formação em engenharia, segundo a lista da Harvard Business Review de 2018

O CEO da Microsoft, Satya Nadella, é engenheiro eletricista, bem como Mary Barra, da General Motors, e Jeff Bezos, da Amazon. Tim Cook, CEO da Apple, possui graduação em engenharia de produção, a brasileira Cristina Junqueira, fundadora da Nubank, também tem a mesma formação; e a lista continua. Afinal, por que engenheiros costumam ocupar cargos de liderança?

cristina junqueira, formada em engenharia e CEO da Nubank a frente da imagem, com outros funcionários ao fundo
Cristina Junqueira, engenheira e fundadora da Nubank

Engenheiros empreendedores

Atualmente, a alternação de profissionais entre diferentes áreas e o advento de novas profissões vêm sendo estimuladas pelo acesso da sociedade à tecnologia e pela instabilidade do mercado de trabalho. O crescimento da atividade de engenheiros em posições de liderança nas grandes empresas e/ou como donos de seus próprios negócios é um exemplo disso.

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A lista da Harvard Business Review, publicada em 2018 pela Harvard Business Publishing, apresentou os 100 melhores CEOs do mundo, sendo 34 deles formados em engenharia. Em território nacional, a edição de 2020 do prêmio Executivo de Valor, do jornal Valor Econômico, premiou 23 gestores em reconhecimento por suas habilidades com gestão e liderança, entre eles 11 são engenheiros, 7 são administradores, 3 formados em economia e 2 em outras áreas.

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Imagem: Snowing/Freepik

Mas, por que são considerados bons gestores?

De acordo com Renata Honda, especialista em recursos humanos, que trabalha com processos seletivos no CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), a explicação para isso está no perfil estratégico e analítico adquirido na formação em engenharia. “O engenheiro é marcado pela habilidade técnica, pelo raciocínio lógico e pela objetividade. Isso facilita na produtividade e na entrega de resultados”, afirma.

A capacidade em atuar com cálculos, números e planilhas, a aptidão em encarar projetos complexos e a visão sistêmica do engenheiro influenciam esses profissionais a embarcarem em outras áreas. Durante a graduação, é desenvolvido um perfil estratégico e analítico, que é otimizado com as experiências do trajeto profissional, e uma facilidade para tomar decisões e solucionar problemas, que somados colaboram para que os engenheiros obtenham grandes cargos em empresas privadas ou se aventurem no empreendedorismo.

Engenheiros, no geral, são vistos como bons solucionadores de problemas e geralmente atuam com aptidão no gerenciamento de risco. Apesar de serem identificados pelo destaque em cálculo e física, muitos apresentam conhecimentos sobre liderança, gestão de pessoas e comunicação.

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Além disso, atualmente os profissionais formados em engenharia estão procurando desenvolver soft skills (habilidades comportamentais): escrita, comunicação e técnicas de negociação eficazes, por exemplo. O intuito principal é moldar um profissional mais completo para o mercado de trabalho. Com hard skills (habilidades técnicas) e soft skills, o engenheiro se torna mais requisitado para grandes cargos de executivo.

grupo de pessoas trabalhando em torno de mesa
Bons gestores precisam saber lidar com pessoas. Imagem: Unsplash

A vantagem de ser um curso amplo

O CEO da Sky Brasil, Estanislau Bassols, formado em engenharia elétrica pela Poli-USP relembra sua trajetória: “É um curso extremamente amplo em termos de opções de campo de trabalho. Eu vinha de família de classe média baixa e mudar nosso padrão de renda era um objetivo de curto prazo”.

Ainda que seu objetivo principal não fosse atuar na área de engenharia, Bassols chegou a tentar exercer a profissão na Siemens, onde se deslocou naturalmente para ramos estratégicos, e se viu mais próximo dos campos de negócios. Bassols logo foi chamado para a Telefônica, e ingressou na Sky Brasil, em 2019, ocupando a cadeira da presidência da empresa, em que permanece até hoje.

Anthony Maalouf, ex-aluno da Poli-USP, ingressou em engenharia, mas se mostra aberto à eventualidade de ir além do sonho de atuar como engenheiro e seguir por outros caminhos. “Justamente por ter muita gente de sucesso que fez engenharia e foi para outras áreas, sabia que a escolha abriria portas caso mudasse de ideia e não quisesse mais ser engenheiro”, afirma.

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A importância de ir além da faculdade

Entretanto, somente a graduação não é garantia da conquista de ótimos empregos — nem atuação em outras áreas. Ao procurar estágios fora da engenharia, os alunos recorrem a estudos independentes e cursos extras, com o intuito de se preparar para os requisitos que vão além do que é aprendido na faculdade.

Por serem vistos, na maioria das vezes, como profissionais introspectivos, Liedi Bernucci, diretora da Poli-USP, destaca que esses profissionais devem saber lidar com pessoas e por isso precisam apostar no desenvolvimento de soft skills. Ocupar altas posições em grandes empresas ou abrir o próprio negócio exige saber acerca das necessidades do mercado e compreender a expectativa do cliente. É necessário ter criatividade para sair da caixa e ter visão de futuro.

E você engenheiro (a), pensa em ir além da engenharia e atuar em outras áreas? Conta para a gente nos comentários!

Veja Também: Mas afinal, o que fazer após me formar em Engenharia?


Fontes: G1 e UOU

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Samira Gomes

Engenheira de Produção em formação no Vale do São Francisco. Nordestina fascinada pela escrita e por tecnologia. Tem como objetivo levar conhecimento sobre engenharia, por meio da leitura, pois acredita no potencial das palavras para o enriquecimento intelectual.

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