Engenharia 360

Como funciona e quais as vantagens de uma Empresa Júnior?

Engenharia 360
por João Paulo Pinzon
| 08/05/2020 3 min

Como funciona e quais as vantagens de uma Empresa Júnior?

por João Paulo Pinzon | 08/05/2020
Engenharia 360

Você certamente já ouviu falar das empresas juniores, seja para trabalhar ou para realizar algum projeto. Elas ficam situadas dentro das universidades, compostas por universitários, principalmente aqueles que estão nos semestres iniciais da graduação nos cursos de Direito, Engenharia, Administração, Agronomia, Química, Comunicação, Arquitetura e dentre outros vários ramos. Mas afinal, você realmente sabe o que é uma EJ? Será que vale a pena realizar um projeto ou até mesmo trabalhar em uma? Vamos descobrir!

A primeira EJ no mundo foi criada em 1967, em Paris, pelos alunos da ESSEC (L’École Supérieure des Sciences Economiques et Commerciales) que viam a necessidade de observar no mercado tudo o que aprendiam dentro da faculdade. Entretanto, como sabemos, é muito difícil conseguir um estágio ou emprego nos anos iniciais, logo eles desenvolveram uma empresa que realizava projetos, mas sem fins lucrativos.

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No Brasil, a primeira Empresa Júnior foi fundada em 1988, na Fundação Getúlio Vargas. Hoje, acumula mais de 900 empresas dentro das universidades, com mais de 22.000 membros, segundo dados da Brasil Júnior. Tornando o Brasil o país com maior número de EJs e o único do mundo onde elas são regularizadas por lei (13.267/2016), realizando em média mais de 17 mil projetos por ano com um faturamento de 23 milhões de reais em 2019.

Com a popularização ao longo dos anos, cada estado foi criando sua federação, que nada mais é que entidades de acompanhamento e suporte das EJs em cada estado. E no meio de todas estas federações, foi criada a Brasil Júnior, que é responsável pelas 27 federações de cada estado mais a do Distrito Federal, e que tem como grande finalidade auxiliar as empresas e cuidar da imagem frente à sociedade. O conjunto de tudo isso, resulta no MEJ (Movimento Empresa Júnior) que busca unir cada vez mais as empresas de cada canto do território nacional, deixando a competitividade de lado, de modo que cada empresa se ajuda, seja financeiramente ou com conhecimentos técnicos.

Todo ano ocorre também o ENEJ, evento que reúne todos os empresários juniores do país. Também se fazem presentes empresas multinacionais, as quais divulgam seus processos seletivos para os universitários, e palestrantes. Cada edição acontece uma vez anualmente e em uma cidade diferente, a última foi em Gramado/RS e este ano será em Natal/RN.

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Enej, em 2019, reuniu 5 mil empresários júniores mesmo com o frio de 5° em Gramado. (Fonte: Galileu Oldenburg / Divulgação)

Como funciona a empresa?

O funcionamento varia de firma para firma, mas geralmente todas seguem o mesmo escopo dos processos seletivos das empresas transnacionais, de modo que se é realizado entrevistas, dinâmicas em grupo, provas de conhecimentos gerais e etc. 

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Quando selecionado, o empresário trabalha de maneira voluntária. Entretanto, todos os ganhos da empresa com projetos serão investidos na capacitação dos membros, com cursos relevantes para a empresa, visitas técnicas, palestras, dentre outras formas de aprendizado.

Todos os projetos são acompanhados por professores ou/e profissionais já formados na devida área em que a empresa atua. Eles são responsabilizados a analisar os trabalhos feitos pelos alunos antes da entrega para os clientes, sendo assim, garantindo ainda mais a qualidade de cada projeto.

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(Fonte: Galileu Oldenburg / Divulgação)

Muitos clientes, quando consultam as Empresas Juniores, se surpreendem com os preços dos projetos abaixo do que encontram no mercado. As EJs geralmente cobram em torno de 85% a 90% do preço de seus concorrentes Sênior. Mas isso não significa que se seus projetos são de boa ou má qualidade em relação aos seus concorrentes. Para se ter noção, muitas multinacionais no Brasil realizam projetos com as EJs, como também dão prioridade nos seus processos seletivos para os ex-membros. O motivo é simples: essas firmas de grande porte sabem muito bem da evolução profissional de um ex-integrante júnior, seja nas soft skills, fortemente desenvolvidas durante o período como membro, seja nas habilidades técnicas, as hard skills, com os cursos e elaboração dos projetos.

A verdade é que a EJ é a melhor maneira de se obter uma noção inicial de como o mercado opera em determinada área. Mas, atualmente, algumas EJs já são vistas como grandes empresas, sendo assim, quando membro, se terá uma ideia muito além de inicial sobre o mercado de trabalho, tampouco conseguirá ver para qual área de sua engenharia ele se destaca, seja na comercial ou de projetos, principalmente.

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Leia também: Estagiários de engenharia de grande empresa dão dicas de como ser aprovado no processo seletivo

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João Paulo Pinzon

Engenharia de Produção na UFRGS em formação e Técnico em Automação Industrial. Não sou inteligente, mas sou disciplinado e acredito que unicamente a disciplina é o que leva-nos ao sucesso. Para mim, a base da sociedade moderna é a conjuntura da educação e inovação.

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