Planos de eficiência energética são cada vez mais importantes para governos e indústrias em todo o mundo, o que gera impacto nas tendências energéticas globais, como a utilização de energia renovável.
Sabe-se que o crescimento da demanda tem sido desacelerado no mundo, independente da crise devido a pandemia, e isso acontece graças às políticas de eficiência energética. Com essas políticas, o crescimento da demanda é moderado, uma vez que consegue uma maior produtividade com um menor gasto de energia.
Durante o ano de 2016, estima-se que o gasto com energia elétrica foi 11% menor do que poderia ter sido no mundo, se medidas de eficiência energética não tivessem sido implementadas desde o início dos anos 2000.
O progresso na frente da eficiência é crítico. Sem um foco central na eficiência energética por parte do governo e da indústria, nenhum dos nossos objetivos energéticos, ambientais e econômicos mais amplos pode ser plenamente alcançado. Ao mesmo tempo, a eficiência energética oferece a promessa de maiores benefícios sociais e econômicos, mas este é um potencial que - por enquanto - está em sua maioria inexplorado.
Como os planos de eficiência energética funcionam no Brasil?
Desde os anos 2000, as melhorias em eficiência energética fizeram com que o Brasil economizasse 5% do seu consumo de energia em 2017. Nos últimos anos, o movimento da atividade econômica de setores industriais intensivos em energia e de serviços menos intensivos - uma mudança estrutural - reduziu o impacto do crescimento da atividade em 14%. Essa redução teria atingido 23% se o Brasil não tivesse aumentado a posse de eletrodomésticos com o selo Procel e aumentado a área útil dos edifícios.
De acordo com dados do IEA (International Energy Agency) sobre a economia de eficiência, 60% foram alcançados principalmente na indústria e no setor de serviços no ano de 2017. Como resultado, 4% de importações adicionais de carvão e gás foram evitadas. Para o Brasil, esse dado é extremamente relevante, uma vez que o país é uma das economias menos intensivas em carbono do mundo devido ao seu uso de hidroelétricas para eletricidade e biocombustíveis nos transportes.
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Embora o Brasil possua diversas políticas públicas para incentivar a eficiência energética, sabe-se que chegar no nível ideal ainda é difícil. Em uma pesquisa realizada pelo IEA, nem 50% dos estabelecimentos e instalações residenciais seguiam as políticas públicas propostas. Conforme mostrado no gráfico abaixo:
A conscientização da população em investimento energético é essencial para aumentar a produtividade de estabelecimentos comerciais e residenciais.
Essa conscientização pode ser estimulada em um projeto de eficiência quando se calcula o payback de um determinado equipamento, em maior ou menor escala de consumo. Também conhecido como a troca de equipamentos de ar-condicionados antigos, troca de lâmpadas, instalação de gerador e obviamente, implementação de painéis solares.
E você, já realizou um projeto de eficiência energética na sua casa ou empresa? Conta para a gente nos comentários.
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Referência: IEA
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Beatriz Zanut Barros
Engenheira de Energia; formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; com Mestrado em Energia Renovável pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona; profissional no setor de armazenamento de energia com vasta experiência em expansão de sistemas de transmissão e análise de mercado de energia em países latino-americanos.