Engenharia 360

Conheça o trabalho da empresa que destina roupas velhas para fabricação de tijolos

Engenharia 360
por Redação 360
| 19/05/2024 4 min
Imagem de FabBRICK reproduzida de Ciclo Vivo

Conheça o trabalho da empresa que destina roupas velhas para fabricação de tijolos

por Redação 360 | 19/05/2024
Imagem de FabBRICK reproduzida de Ciclo Vivo
Engenharia 360

Um dos setores da engenharia de maior impacto ambiental é o da Construção Civil ou Engenharia Civil. Por quê? Por seu alto índice de consumo de recursos naturais e geração de resíduos. Paralelo a isso, no mercado, temos o ramo da moda, da indústria têxtil, que é uma das mais poluidoras do planeta. Pensando neste pacote de problemas, a empresa FabBRICK desenvolveu um sistema para fabricação de tijolos de resíduos têxteis. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!

Tijolos de resíduos têxteis
Imagem de FabBRICK reproduzida de Glamour

A crise do desperdício têxtil e o surgimento da FabBRICK

É fato que hoje temos um grande problema no mercado de descarte de roupas e tecidos, que acabam em aterros sanitários. Isso tem manchado demais a cultura "fast fashion", por assim dizer, que incentiva o consumo, mas que leva a um descarte rápido de roupas.

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A saber, na França, são cerca de 4 milhões de toneladas por ano, enquanto nos Estados Unidos esse número ultrapassa os 17 milhões de toneladas. Apenas uma fração desses resíduos é reciclada ou reutilizada, agravando os problemas ambientais.

Ao mesmo tempo, temos uma necessidade de utilização de sistemas mais econômicos para estruturas de engenharia, sobretudo aquelas ditas "não portantes", que não recebem cargas, que podem ser apenas decorativas ou de vedação, isolamento. E se pudéssemos juntar as duas coisas? E se pudéssemos reduzir esse desperdício e promover uma construção mais sustentável? Assim pensou a arquiteta francesa Clarisse Merlet, fundadora da empresa FabBRICK, fabricante de tijolos de resíduos têxteis.

Tijolos de resíduos têxteis
Imagem de FabBRICK reproduzida de Ciclo Vivo
Tijolos de resíduos têxteis
Imagem de FabBRICK reproduzida de SustentaArqui

O processo de fabricação de tijolos de resíduos têxteis

O processo de fabricação dos tijolos de resíduos têxteis da FabBRICK é, em tese, bastante simples. As roupas descartadas são recebidas - ou adquiridas pré-moídas - em um centro de coletas do estúdio da empresa em Paris e separadas por cores. Depois, elas são trituradas até ficarem desfiadas, para obter fibras de diferentes tamanhos, a depender do projeto. Então, as fibras são misturadas com cola ecológica (100% de ingredientes naturais) e compactadas em moldes (em máquina patenteada), dando origem aos tijolos. O processo leva em torno de 30 minutos; já a cura das peças leva de 10 a 15 dias.

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Observação: Vale destacar que a etapa de prensa em moldes não requer energia adicional além da necessária. E a secagem é feita de modo natural até as unidades estarem prontas para uso.

Desde a sua abertura, em 2017 até 2023/24, a FabBRICK já produziu mais de 40.000 tijolos, reciclando cerca de 12 toneladas de resíduos têxteis. Inclusive, a empresa está liderando um movimento em direção à economia circular, onde resíduos são vistos como recursos valiosos.

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As principais características dos tijolos FabBRICK

Uma das características mais impressionantes dos tijolos FabBRICK é o fato deles serem resistentes ao fogo e à umidade - algo que não se aplica a peças de roupa, por exemplo. Eles possuem excelentes propriedades de isolamento térmico e acústico, garantindo conforto aos ambientes.

Por tudo isto e mais, tais tijolos de resíduos têxteis são considerados uma ótima opção para uso em paredes internas e divisórias. Além disso, é sugerido a aplicação em móveis, revestimentos, esculturas, luminárias e outros elementos decorativos. Ou seja, o leque de possibilidades é grande para engenheiros, arquitetos, decoradores e designers.

Contexto global e inovações futuras

A FabBRICK está constantemente trabalhando em pesquisas para aprimorar seus tijolos de resíduos têxteis e até mesmo, talvez, desenvolver outros materiais para construção civil - a exemplo do reaproveitamento de máscaras cirúrgicas como matéria-prima.

O reconhecimento maior veio com os prêmios Faire Paris em 2017 e o Start’in ESS em 2019. Depois disso, grandes marcas da moda adotaram os tijolos para criar divisórias e unidades de armazenamento em suas lojas. É uma forma de dizer que entende o recado do mercado, da natureza, e quer dar o exemplo! Enfim, Clarisse Merlet prova que é possível a interseção entre moda e construção civil, por um futuro mais sustentável.

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Fontes: CicloVivo, Metropolis.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Eduardo Mikail

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