Com o propósito de prever e reduzir a exploração ilegal de biomas naturais latino-americanos, a empresa Rainforest Connection, é especializada em criar sistemas de monitoramento de dados acústicos. A ideia é fornecer para a bioacústica e a ecoacústica ferramentas eficientes, que possam detectar em tempo real ruídos de motosserras, por exemplo.
Segundo a ONG internacional World Wide Fund for Nature (WWF), uma área de floresta tropical do tamanho de um campo de futebol é destruída a cada dois segundos. Desse modo, a extração ilegal de madeira ameaça animais, plantas e biomas inteiros. As comunidades indígenas também vivem sob essa constante ameaça. "Nós vimos em primeira mão que, se você protege as árvores, acaba protegendo todo o resto", diz a apresentação da Rainforest Connection, em seu site oficial.
Além disso, segundo pesquisa realizada em conjunto pela por organizações do Reino Unido e Noruega, pelo menos 80% do desmatamento ilegal nas florestas tropicais é impulsionado pela agricultura extrativista. Como se não bastasse, esta prática também contribui para a emissão de gás carbônico na atmosfera terrestre. Ou seja, a exploração ilegal se insere numa complexa cadeia de grupos de interesse e ameaças ambientais.
Impressão bioacústica ajuda contra a extração ilegal
A princípio, a iniciativa da Rainforest Connection foi a de construir dispositivos que detectam dados acústicos. Os chamados "guardians" podem distinguir sons de motosserras e outros equipamentos. Em tempo real, avisos são enviados para os guardas reais (guardas florestais), para que possam verificar o local.
Contudo, o sistema apresentava uma lacuna na eficiência, pois o processo de localização de motosserras e afins pode demorar até duas semanas. Para esse problema, a Hitachi Vantara, um braço da empresa de soluções digitais Hitachi, trouxe uma solução.
Se utilizando da Lumada, sistema IoT desenvolvido pela Hitachi, é possível diminuir consideravelmente o tempo de latência entre a detecção de um ruído e a localização da ação ilegal em si. No caso, o sistema cumpre a função de extrair uma "assinatura bioacústica" do local.
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Sendo assim, não há tanta dependência de detectar o ruído exato de um equipamento de extração madeireira, embora isso seja fundamental. Mas de forma complementar, a assinatura bioacústica fornece informações sobre como a própria ambiência sonora do local está se comportando. Por isso, é possível prever ações ilegais de forma mais otimizada, pois a emissão de sinais vinda da própria floresta (seus animais, em maior parte) serve como aviso.
A cooperação entre as empresas existe desde 2019, quando a Hitachi Vantara doou 250 mil dólares para apoiar a iniciativa da Rainforest Corporation.
Topher White, CEO da Rainforest Connection, afirma: "Os projetos com a Hitachi Vantara são uma mudança de jogo para Rainforest Connection".
Atualmente, o projeto está programado para implementação em mais de 10 países, nos quais a a rede de "guardians" do Rainforest Connection já está atuando. "Seremos capazes de aumentar nossas operações e fornecer aos guardas-florestais maior certeza sobre quando os eventos ilegais provavelmente acontecerão”, garante White.
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E você, o que achou desta inovação no campo da bioacústica? Conte nos comentários!
Fontes: Rainforest Connection; Rainforest Alliance; TI inside
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Eduardo Mikail
Somos uma equipe de apaixonados por inovação, liderada pelo engenheiro Eduardo Mikail, e com “DNA” na Engenharia. Nosso objetivo é mostrar ao mundo a presença e beleza das engenharias em nossas vidas e toda transformação que podem promover na sociedade.