No final do mês de Janeiro deste ano, o Brasil e a Índia assinaram acordos que colocam novas áreas de investimento no radar brasileiro: segurança cibernética, biocombustíveis e ciência. Isso pode ser um indicativo de boas expectativas nessas áreas e, consequentemente, também pode ser bom para a Engenharia em nosso país.
Atualmente, a Índia investe no Brasil nos setores de transmissão de energia, defensivos agrícolas e fabricação de veículos pesados. Enquanto isso, o Brasil investe em setores como motores elétricos, terminais bancários e componentes de veículos pesados.
Bioenergia
Os governos assinaram 15 acordos de cooperação, dentre os quais, a ampliação do uso e produção de bioenergia e combustíveis como etanol, biodiesel, bioquerosene e biogás.
Segundo a Embrapa Agroenergia, principal participante do processo, a parceria brasileira poderá acontecer tanto no repasse de informações sobre o processo industrial de produção de etanol e construção de maquinário. “O governo indiano quer expandir dos atuais 6% para 20% a mistura de etanol na gasolina até 2030”, conta Alexandre Alonso, Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia.
Há de se ressaltar que o petróleo e o gás natural não ficam de fora, uma vez que o ato incentiva também a exploração dos combustíveis fósseis.
Cibersegurança
Na área de cibersegurança, ambos os países decidiram aprofundar conhecimentos tecnológicos entre cientistas, instituições de pesquisa e financiamento.
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Agropecuária
Umas das grandes expectativas para os próximos anos é de que o etanol do Brasil se torne um commodity internacional. Além disso, a parceria impulsionará no processamento de alimentos e no fortalecimento da colaboração de produção leiteira.
Ciência
Quanto às inovações tecnológicas, o governo brasileiro assinou um ato chamado “Programa de cooperação científica e tecnológica 2020-2023”. O programa pretende incentivar o intercâmbio de cientistas e capacitação técnica em pesquisas nas seguintes áreas:
- biotecnologia e saúde humana;
- energia renovável, incluindo tecnologias de baixo carbono;
- ciências do sistema terrestre, incluindo ciências oceânicas e alterações climáticas;
- inovação e empreendedorismo;
- tecnologias de informação e comunicação (TICs);
- uso sustentável da biodiversidade;
- agricultura.
Mais informações de como funcionará o programa poderão ser obtidos no site do Itamaraty.
Sustentabilidade
A política nacional de biocombustíveis – Renovabio – foi apresentada ao governo indiano como um modelo de política pública energética e ambiental. Com metas definidas até 2029, o Renovabio busca diminuir as emissões de gases causadores do efeito estufa ao mesmo tempo que aumenta a eficiência energética dos biocombustíveis
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“Nesse contexto, o desafio do Brasil e da Índia é o mesmo: desenvolver tecnologias para produzir biocombustíveis avançados a partir de biomassa barata e assim contribuir para a sustentabilidade ambiental e segurança energética no país”, enfatiza Alonso.
Referências: Embrapa; G1; Poder360.
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Daniel de Arruda
Graduando em Engenharia Química. Um profissional em constante transformação, com perfil voltado a inovação com criatividade, olhar questionador, disruptivo e boa comunicação. Ansioso por novas experiências e com o sonho de ser reconhecido positivamente pelo meu impacto no ambiente de trabalho.