A nanotecnologia já é uma parte essencial de vários processos industriais, tornando-se cada vez mais comum trabalhar na escala nanométrica. Na produção de metais, a técnica que utiliza nanotecnologia é chamada nanohidrometalurgia magnética (NHM). Além de ser uma inovação brasileira, essa técnica torna o processo de extração de metais muito mais sustentável. Vamos explorar mais sobre essa tecnologia revolucionária? Então, continue lendo este artigo do Engenharia 360!
O que é nanohidrometalurgia magnética?
Na metalurgia tradicional, os processos pirometalúrgicos, que utilizam fornos de alta temperatura, estão sendo substituídos por técnicas menos poluentes, como a hidrometalurgia. Nesse método, o minério contendo o metal é dissolvido em ácido ou por meio de bactérias (lixiviação), onde o metal é sequestrado e separado da solução. No entanto, a hidrometalurgia convencional tem limitações, como o uso de solventes orgânicos, que são poluentes, e a complexidade da extração.
A nanohidrometalurgia magnética (NHM) oferece uma alternativa inovadora na extração de metais, especialmente do cobre. Desenvolvida na Universidade de São Paulo (USP), essa técnica utiliza nanopartículas supermagnéticas em meio aquoso, eliminando a necessidade de solventes orgânicos.
Como funciona a nanohidrometalurgia?
As nanopartículas utilizadas na NHM são produzidas a partir de magnetita e atuam como pequenos ímãs que capturam os metais. Um campo magnético direciona essas nanopartículas para a superfície de um eletrodo, onde uma corrente elétrica permite a produção do metal. Todas as etapas podem ser realizadas em um único procedimento sequencial, o que elimina a necessidade de transporte para outro reator, comum na hidrometalurgia tradicional. Além disso, as nanopartículas são regeneradas sem tratamento adicional, podendo ser reutilizadas várias vezes, o que reduz o impacto ambiental.
Para entender melhor o processo, assista ao vídeo abaixo, onde os pesquisadores explicam a técnica de forma clara e didática:
Aplicações práticas da nanohidrometalurgia
A nanohidrometalurgia magnética pode também ser utilizada na recuperação de prata de radiografia e de cobre de placas de computadores descartadas, além de ser utilizada na produção de ligas metálicas. Enquanto a hidrometalurgia convencional leva dias para extrair os metais, o novo processo pode fazer isso em minutos. Além de economia de tempo, há redução no custo. Estudos de aplicação em larga escala estão em andamento para que a técnica possa ser aplicada em indústrias mineradoras.
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O impacto da nanotecnologia no mercado de metais
Um dos metais beneficiados no novo processo é o cobre, utilizado em diversos setores (como eletrônica, transporte, máquinas, construção civil, dentre outros). Esse é um dos minerais dos quais o Brasil não domina o mercado, detendo apenas cerca de 1,5% das reservas mundiais, sendo que os minérios nacionais possuem baixo teor de cobre, mas são adequados para uso na nanohidrometalurgia.
Concluindo, a nanohidrometalurgia magnética representa uma evolução significativa na extração de metais, oferecendo uma solução mais sustentável e eficiente. Com estudos em andamento para a aplicação em larga escala, essa técnica pode transformar a indústria mineral no Brasil e no mundo.
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Fontes: CETEM, Ciência Hoje, FAPESP, NAP-NN USP.
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